PSICOLOGIA SOCIAL E O TCHOUKBALL: UMA VISÃO SOCIAL COMPLETA DA PSICOLOGIA DE UM ESPORTE DE EQUIPE NÃO VIOLENTO.

PSICOLOGIA SOCIAL E O TCHOUKBALL: UMA VISÃO SOCIAL COMPLETA DA PSICOLOGIA DE UM ESPORTE DE EQUIPE NÃO VIOLENTO.

Traduzido do francês e adaptação brasileira por Océlio Antônio Ferreira

RESUMO

A psicologia social no esporte cresceu de forma impressionante ao longo dessas três últimas décadas, especialmente nos países de primeiro mundo, isso porque essa disciplina cientifica consegue combater com eficácia algumas problemáticas modernas como o Bullying escolar, o sexismo, discriminação e desigualdade de gênero, além de outros tipos violências físicas e psicológicas. A psicologia social do Tchoukball apresenta aos atletas, esportistas e educandos a ciência dos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos em um mundo em mudança. Este artigo permite aos leitores conseguir informações sobre o conteúdo da Psicologia Social no Esporte de equipe, baseado tão-somente em alguns tópicos da obra-prima do doutor Hermann Brandt de perspectivas teóricas, empíricas e aplicadas com tradução adaptada para o português pelo coautor, que utilizou das pesquisas do doutor Brandt no campo da Psicologia Social no Esporte ‘Tchoukball’. O livro doutor Brandt intitulado “Estudos Críticos e Científicos dos Esportes de Equipe - Tchoukball, o esporte do futuro”, o qual foi escrito também da perspectiva de uma psicologia esportiva. Por outro lado, disseminar as ideias Brandetianas da psicológica esportiva é sempre uma atividade social que se integra à sociologia. Deste modo, conecta a psicologia social ao mundo do esporte coletivo da partir de uma revisão teórico-científica do Tchoukball, esse estudo é uma referência para psicólogos, educadores físicos, esportistas e pesquisadores do esporte interessados nos aspectos psicossociais do esporte e por trata-se de um texto fundamental para estudantes de nível superior e pós-graduação em psicologia social do esporte; também um texto suplementar para cursos de psicologia do esporte, educação física, fisioterapeuta entre outros... É fato que, se aceitarmos a ideia do microcosmo esportivo como instrumento de treinamento social para o cidadão, o Tchoukball pode ser apresentado numa posição muito vantajosa...

Palavras-chave: Psicologia social; Esporte de equipe; Tchoukball; Bullying escolar; Desigualdade de gênero. Ideias Brandetianas.

1 INTRODUÇÃO

A psicologia social no esporte, como um ramo da psicologia esportiva, cresceu de forma impressionante ao longo dessas três últimas décadas, especialmente nos países de primeiro mundo. Sublinho isto, porque revela que essa disciplina cientifica, por si só, ela é capaz de combater com 100% de eficácia os efeitos socialmente perniciosos e gravíssimos de algumas problemáticas sociais modernas como o Bullying escolar, o sexismo , discriminação e desigualdade de gênero, além de abranger outros tipos de violências físicas e psicológicas.

Este artigo permite aos leitores conseguir informações sobre o conteúdo da Psicologia Social no Esporte de equipe, baseado tão-somente em alguns tópicos da obra-prima do doutor Hermann Brandt de perspectivas teóricas, empíricas e aplicadas com tradução adaptada para o português pelo coautor, que se utilizou das pesquisas do doutor Brandt no campo da Psicologia Social no Esporte ‘Tchoukball’. Conectando a psicologia social ao mundo do esporte coletivo.

O livro de doutor Brandt intitulado “Estudos Críticos e Científicos dos Esportes de Equipe - Tchoukball, o esporte do futuro”, o qual foi escrito também da perspectiva de uma psicologia esportiva. E, consequentemente, alguns dos primeiros capítulos desta obra foram abordados neste estudo por se que trata da sociologia, a psicologia individual e a psicologia social. Assim sendo, o leitor poderá contemplar o contexto histórico da psicologia social do Tchoukball enquanto estudam questões psicológicas sociais com suas interações e dinâmicas que afetam o desempenho esportivo e as experiências esportivas de crianças, jovens e adultos através da Psicologia Esportiva.

Esse documento contém uma grande parte dos conceitos do Tchoukball a ser considerado na atividade esportiva através da ‘Psicologia Social’, usando as pesquisas nesse campo, esse artigo ainda fornece uma análise completa e atual, explorando os aspectos sociais de interações, relacionamentos, influências e percepções.

A experiência a nível internacional com o Tchoukball, que é pura psicológica em ação, leva-nos a concluir que não se trata de uma tarefa simples nem rápida disseminar rapidamente essa nova a ‘Psicologia Social’ do esporte entre as pessoas e comunidade, por todo o mundo. No entanto, isso se faz necessário devido sua importância para a sociedade em geral por se tratar de uma ferramenta esportiva imprescindível para combater o Bullying escolar, o sexismo, discriminação e desigualdade de gênero, além de outros tipos violências físicas e psicológicas no mundo em nossa volta.

Por outro lado, disseminar as ideias Brandetianas da psicológica esportiva é sempre uma atividade social que se integra à sociologia. No Tchoukball, existe a necessidade de um treinamento gradual e progressivo a fim de beneficiar um público-alvo de esportistas iniciantes ou experimentados nessa modalidade. Até mesmo as ciências das atitudes sociais foram excelentes critérios aos quais era necessário submeter às regras do jogo, como as reações individuais e coletivas dos atletas que a aceitam o aprendizado do Tchoukball. Do mesmo modo, essa é uma oportunidade de reavaliar os fatos e conceitos básicos de um esporte de equipe moderno.

A psicologia social proporciona aos atletas a nossa ciência: nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos em um mundo em constante mudança. A partir de revisão uma teórico-científica do Tchoukball, esse estudo é uma referência para psicólogos, educadores físicos, esportistas e pesquisadores do esporte interessados nos aspectos psicossociais do esporte e por trata-se de um texto fundamental para estudantes de nível superior e pós-graduação em psicologia social do esporte; também um texto suplementar para cursos de psicologia do esporte, educação física, fisioterapeuta entre outros...

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO CIENTÍFICA DO TCHOUKBALL

2.1 Psicologia Esportiva

Considerando que desde quando a psicologia esportiva surgiu, tem havido muito a se refletir e/ou discorrer de acordo com os relatos e as recomendações doutor Hermann Brandt no início da década de setenta: “As reivindicações dos especialistas abriram perspectivas interessantes que merecem a atenção de todos sobre a contribuição desejável da psicologia para as atividades físicas” que Brandt desejava desenvolver sobre certos aspectos específicos e relativos à modernização da psicologia sócio-esportiva (BRANDT, 1971).

Para tal, utilizaram-se as mais diversas fontes bibliografias até então publicadas que sustentaram um ponto de vista um pouco mais crítico e realmente diferenciado que tal enfoque pôde atender às expectativas em geral dos meios científicos especializados de maneira satisfatórios e atingiram os seus objetivos previstos, uma vez que todas as tendências que foram expressas correspondiam à realidade da época e ainda hoje são cada vez mais importantes (BRANDT, 1971; FERREIRA, 2018).

Seguindo a proposição do doutor Winter, a psiquiatria codificou as técnicas de exame no consultório médico, inspirando-se nos métodos da psicanálise e da psicoterapia geral. Testes reminiscentes daqueles utilizados em qualquer psicologia aplicada buscaram analisar o estado subjetivo dos sujeitos. Os chamados métodos terapêuticos - como, é o treinamento psicotônico, os colaboradores - dirigiram-se principalmente ao relaxamento muscular e atingiram a personalidade por meio do tônus muscular. Os experimentos individuais assim realizados tiveram que comunicar ao atleta um novo controle de seu desempenho psicossomático (BRANDT, 1971).

Atualmente, todas essas noções precisavam ser ordenadas, revistas e peneiradas através de documentação científica e técnica consistente. No Tchoukball, as necessidades de um treinamento psicofísico gradual em benefício de um aporte ascendente, não sujeito a qualquer restrição de conhecimentos ou métodos transmitidos de outro lugar, adequadamente ou de outra forma, nos proporcionaram a oportunidade de experimentos de grande riqueza em longo prazo no domínio humano relativo à sua natureza perceptiva do indivíduo, cultivando as competências individualizadas para a construção de um grupo coeso (BRANDT, 1971).

Estudos das diferenças doutrinais (estabelecer, transmitir ou instruir), abrangendo também todos os problemas marginais e incluindo toda a gama de documentos científicos que vão da biologia geral e especial, tocando a sociologia (trata-se de uma ciência que estuda cientificamente as relações entre pessoas que pertencem a uma comunidade ou a realidade social de diferentes grupos que formam uma sociedade). (BRANDT, 1971).

E retomando o exemplo em detalhes de todas as incidências do comportamento, até a ciência das atitudes sociais. Era um conjunto de excelentes critérios pelo fato de estarem sujeitos a todo o tipo de pré-requisitos, ou seja, às regras do jogo e às reações individuais e coletivas dos atletas que aceitavam o aprendizado e prática do Tchoukball. Deste modo, para esse teórico esportivo, essa foi uma grande oportunidade para rever os fundamentos da teoria dos esportes coletivos, a fim de eliminar o contato físico e consequentemente a agressão, seja ela provocada voluntária ou involuntária, o problema é que essa ação negativa pode ocasionar graves lesões psicofísicas (BRANDT, 1971; FERREIRA, 2018).

Confirmando o interesse dos jogos de equipe, os estudos e observações feitas durante os três anos de treinamento dos jogadores, as observações permanentes provocadas pela atividade de jogo, resultaram na modificação da ótica que se pode ter da psicologia aplicada ao esporte (BRANDT, 1971).

2.2 Psicologia e meio social

Desse ponto de vista, quanto mais estudamos os problemas psicológicos no esporte, mais lemos os estudos idealizados nesse campo, mais e mais nos convencemos que a psicologia social é a expressão de uma realidade extremamente importante, transbordando de longe no domínio psíquico puro.

De fato, na psicologia o individuo leva o significado de seu ambiente social: amigos, empresas, reações aos elementos de publicidade, etc... Na verdade, a psicologia do esporte é acessível somente por seu comportamento no que diz respeito aos seus ambientes. Portanto, devemos aceitar a importância primordial da Psicologia do Esporte e Social que é explicada como um produto da década de 1980.

Depois de considerarmos estes problemas formais, teremos de nos concentrar na própria estrutura do esporte aplicado e na relação entre esta estrutura e o comportamento orgânico e psicossocial. A estrutura do esporte será julgada de acordo com os efeitos da personalidade, e essa personalidade deve ser sempre considerada nestes dois níveis, ao mesmo tempo: Físico e Psicossocial.

A composição de um esporte é formada por tudo o que lhe é característico e ao mesmo tempo considera os campos (ou lugares geográficos de execução), os meios (meios de execução), as regras do jogo (enquadramento das condições sociais de execução), os meios de controle (incluindo o indivíduo no seu complexo social momentâneo), e teremos de fazê-lo.

Logo, para poder examinar de perto na medida em que o grupo esportivo, em particular a equipe, pode ser considerado como um microcosmo, como um grupo em miniatura, e enquadrar-se no âmbito do conhecimento atual das psicossociologias de grupo, e verificar, em nome destes relatórios, quais são as qualidades utilitárias dos esportes previstos. Será então fácil propor um esporte baseado nestas diferentes avaliações.

2.3 Um novo esporte é justificado?

Quando se contempla a lista dos esportes inscritos nos encontros nacionais e internacionais, se somam a ela os pequenos esportes individuais que ainda não possuem títulos internacionais, e finalmente considera Atividades Físicas (aulas de ginástica voluntária, por exemplo, que não têm caráter competitivo), é difícil imaginar, e até aceitar que podemos fingir que não há escolha suficiente. Pois, existe algo para todos os gostos, aparentemente?

Todavia se substituirmos este pequeno olhar estatístico discreto por uma análise séria das funções sociais dessas diferentes disciplinas, devemos concluir que existem algumas lacunas. Essas lacunas aparecem apenas à luz de uma visão geral das coisas. Entretanto, se tivermos que abordar com capítulos muito diferentes, desde a biologia à sociologia, é necessário que elaboremos um balanço, tomando sucessivamente todos os pontos de vista dos quais podemos fazer um julgamento sobre ‘Atividades Físicas’ (Educação Física e Esportes). É que já estamos habituados a considerar que cada um desses pontos de vista é uma questão de especialistas e tendemos deixá-los ponderar, ouvindo-os prudentemente... E às vezes distraídos!

Contudo, cada um desses pontos de vista, cobrindo um conjunto de estudos mais ou menos especializados, ilustra nossos julgamentos, molda nossas opiniões e nos conduz algumas descobertas relevantes. Digamos que as percepções mais convincentes e perturbadoras vêm da comparação que somos obrigados a fazer entre o que pode ser e o que é na realidade com mais frequência. Todos os estudos aos quais nos referimos, permitindo que a biologia, fisiologia, psicologia, sociologia, psicologia social, psicologia técnica, formam uma documentação básica sem a qual nenhum juízo de valor pode ser estabelecido.

2.3.1 Integrações cerebrais e instinto lúdico

É provável que aqueles que leram o capítulo do meu trabalho sobre ‘Regulações supramedulares’ tenham compreendido o interesse das possíveis aplicações deste capítulo muito além das simples transmissões diretas. O comportamento psicomotor está relacionado a certas funções cerebrais importantes: as emoções em primeiro lugar, depois os instintos básicos, o instinto lúdico, o instinto agonístico, que nos permitem brincar e lutar são uma expressão da personalidade. Além disso, o jogo é capaz de envolver motivações, reflexos nervosos muito mais complexos, nos quais funções sensoriais muito importantes são colocadas em atividade: a observação visual, o julgamento da situação.

Em suma, o comportamento psicomotor na forma de atividade como a brincadeira ou um jogo é infinitamente mais complexo, entretanto mais rica em integrações cerebrais do que um esforço físico repetido, como estereotipado atletismo (ou clichê atlético). Não é nossa intenção discutir os fundamentos do atletismo. Nós simplesmente pensamos que a combinação de instintos humanos profundos, como instintos lúdicos e agônicos, reações emocionais de um indivíduo, sensações sociais, tudo isso se relaciona com o comportamento psicomotor espacial, e deve ser educado e faz parte do desempenho de uma personalidade.

O jogo é instintivo tanto para o homem como para o animal, cria o prazer e dá, consequentemente, a oportunidade de uma atividade com maior vigilância, envolvendo todos os circuitos de maior intensidade nas regulações supramedulares. O que indubitavelmente responde a certos temperamentos peculiares ao ponto de vista mental. Comparativamente, pode-se dizer que exercícios estereotipados (como movimentos e exercícios que devem ser repetidos muitas vezes, por muito tempo, para lhes dar uma execução efetiva e uniforme, consequentemente, um desempenho perfeito) são facilmente passados por centros supramedulares cuja existência nós mencionamos.

Quanto mais diferente é a ação, envolvendo múltiplas informações sensoriais e emocionais, em particular, usando todas as regulamentações voltadas para essas informações, e acima do mercado, permitindo uma intensa participação de vigilância e cérebro - como resultado, esses movimentos correspondem melhor a uma atividade cerebral humana total e, consequentemente, respondem ao nosso ideal educacional em relação às atividades físicas.

É na aplicação dessas funções básicas, que estudamos em nosso livro, sempre consideramos que devemos procurar um jogo ou uma forma lúdica de atividade física na qual todos esses instintos estejam envolvidos, mas mobilizando-os com propósitos educacionais racionais objetivados.

O estudo da participação cerebral conduz fatalmente aos estudos que vamos fazer dos elementos fundamentais que são da responsabilidade da psicologia, da psicologia social, da sociologia: são esses que alimentam nossa argumentação, isto é, nosso raciocínio.

2.3.2 Critérios sociológicos gerais

Aquelas pessoas que convivem com as atividades físicas, seja praticando regularmente ou ensinando, percebem que essas relações estão passando por uma fase crítica, universalmente aceita em outros lugares. Não há uma concepção oficial a este respeito, pois nenhum país conseguiu desenvolver uma doutrina sólida, seja social ou politicamente. Uma série de eventos ligando as atividades específicas, em todas as frentes, como eventos mundiais - da Copa do Mundo aos Jogos Olímpicos - desintegram programas educacionais, ao subordiná-los as ações que possam alimentar as chamadas participações de "alto nível".

O que se deve fazer? Para dar uma resposta satisfatória a esta questão, devemos retomar a análise das condições sociais e psicológicas nas quais os esportes evoluem em nossa sociedade moderna. Isso equivale a estabelecer o balanço da psicologia esportiva, psicologia social, sociologia das atividades desportivas.

Nós não podemos estar satisfeitos em observar a grande importância dos problemas que acompanham a Educação Física e o Esporte nessas novas direções; devemos tentar encontrar uma solução; e é isso que estamos fazendo com nossa atividade.

Quais são as nossas noções de fisiologia, quais são todos os nossos métodos mais ou menos embaraçosos, sujeites a variações, quais são nossas teorias, as reivindicações das várias escolas atuais, se não à direita da massa Ia participar dos benefícios das Atividades Físicas? E então, quais são os benefícios, podemos extrair, esperar, em qual direção organizar esforços para alcançar realizações utilitárias reais?

Essas considerações podem nos levar muito longe; elas são o objeto de especialidades e conferências especiais, eles mobilizam pesquisadores, praticantes, em números consideráveis. No entanto, pode-se dizer que, apesar de tudo isso, a sociologia do esporte e da psicologia, a psicologia social do esporte em particular, ainda está em sua infância; esses começos são certamente promissores, porque percebemos cada vez mais a importância das descobertas feitas em todos esses campos, mas todos os mesmos princípios, porque essas especialidades ainda não adquiriram uma maturidade suficiente para que possam ser tiradas as conclusões definitivas. No entanto, as considerações sugeridas por essas novas disciplinas - psicologia, psicologia esportiva, psicologia social e sociologia - nos permitem analisar algumas respostas mais ou menos válidas.

2.4 Fontes de prazer nas atividades físicas

Se analisarmos a natureza dos prazeres que encontramos no esporte, encontramos muitos, mas eles são agrupados mais ou menos sob dois títulos gerais: ou o instinto Indique, isto é, o prazer de jogar para jogar (o desejo de jogar), ou o prazer da competição, isto é, o prazer de se comparar, de verificar as possíveis performances em relação aos outros, ou mesmo em relação a mesmo no passado; o elemento competitivo também é um elemento de prazer, especialmente para certos personagens que gostam desse tipo de espírito de combatividade pessoal.

Não envolvemos o orgulho e a autoestima, embora eles façam sua parte; muitos atletas e esportistas gostam de praticar seu esporte pela glória que obtêm através dele (veja os assuntos cuja musculatura permite demonstrações de poder forçando a admiração!). Mas, uma vez que não queremos aceitar essa atitude particular como uma motivação válida para o exercício esportivo, nós o ignoramos em nossa análise e deixamos que os orgulhosos façam sua escolha de acordo com suas possibilidades pessoais.

Parece que estamos certos que há sempre um interesse em fazer uma síntese do prazer lúdico e do divertimento competitivo, sendo complementares entre si. No entanto, devemos reconhecer que estes dois fatores têm um impacto particular sobre as razões para o exercício do esporte e, portanto, as razões que podem convencer nosso povo a aceitar e escolher um determinado tipo de atividade física, esses dois fatores têm uma influência particular. Portanto, eles devem ser considerados, pesquisados e organizados de acordo com os objetivos educacionais escolhidos.

Ouvimos as objeções que podem nos ser apresentadas, em particular, por exemplo, que é difícil separar uma determinada dose de orgulho do espírito de competição. A prova também é que muitas pessoas tentando competir o deixam porque não vencem. O orgulho não importa, o espírito competitivo diminui ou perde seu sabor. Por outro lado, o instinto lúdico pode sobreviver mais facilmente, por si mesmo e por sua própria inércia; até gostamos quando perdemos, e parece óbvio que é uma das qualidades combativas que devemos desenvolver.

2.5 Atividade esportiva na Sociedade

A sociologia do esporte deve levar em conta todos os problemas que as atividades esportivas representam para a sociedade: se examinarmos esse problema geral: esporte e sociedade moderna, podemos ver que três polos competem entre si o direito de praticar e analisar fatos: psicologia individual, sociologia e psicologia social. Cada uma dessas três disciplinas tem um domínio que se atreve a reivindicar com conhecimento "moderno", para ter opiniões documentadas.

Na verdade todos nos interrogamos acerca da realidade, aquela que vivemos nos círculos dos praticantes, seja em contato com aqueles que afirmam ter acesso à atividade física, ou com aqueles mais numerosos e que ainda estão cada vez mais interessados, e têm uma forte opinião sobre esportes..., mesmo sem praticar um, e finalmente, e acima de tudo, nessa outra realidade que desperta interesse, aqueles dos dirigentes esportivos, gestores ou gerentes, técnicos, etc., vivem todos os dias. A realidade social do esporte parece sempre mais simples e, ao mesmo tempo, mais complexa.

A primeira, a mais simples em princípio, consiste em que só podemos separar esses componentes artificiais; eles estão intimamente relacionados, e formam um todo, traduzindo o aspecto humano que pela nossa parte, defendemos com particular atenção. Não há três disciplinas, existe o homem que vive todas elas ao mesmo tempo.

A segunda é ainda um pouco mais complexa: mas isto ilustra um pouco a realidade porque, se a atividade humana está sendo executado simultaneamente nos limites das três disciplinas, não deixa de ser verdade que o entrelaçamento, isto é, a confiança mútua nesses elementos com as suas interações não simplifica a compreensão que é preciso ter.

A Sociologia, a psicologia individual, a psicologia social: todas elas levam umas as outras, e é mais em nome de suas ações combinadas e contemporâneas que devemos apreciá-las, do que em nome dos aspectos particulares (ou artificialmente) isolados de cada uma delas. Em qualquer caso, qualquer medida prática que afeta a atividade física na sociedade moderna é direcionada ao comportamento individual no grupo social. O homem só é válido em seu ambiente social e encontra seu significado vital apenas em sua expressão em função dos outros.

2.5.1 O ambiente psicossocial do esporte: o espetáculo esportivo

O grupo social..., é o homem, ou melhor, todos homens! Isso porque temos a audácia de entender no contexto social circundante, em torno de atividades físicas, aqueles que não praticam, mas estão interessados..., ou deveriam estar interessados, porque a existência de personagens inativos, mas espectadores, não é indiferente ao destino da atividade física de grupos esportivos. Pode parecer injusto falar em "espetáculo" com base no esporte: mas a vasta informação moderna que nos permite assistir "ao vivo" em Paris capital Francesa os jogos que acontecem no México transformou o significado de atividades físicas e esporte e performances modernas passaram para condição de espetáculo internacional. Já não se pode negar que o futuro de um esporte está mais ou menos ligado à sua espetacular qualidade, e falar de espetáculos esportivos é abrir um capítulo doloroso e encantador de uma só vez.

2.5.2 Comportamento social

Como alguns autores enfatizam, não devemos ignorar o que pode ser chamado de "choque de retorno”, (veja o esquema de Karli!). De fato, todos os comportamentos e, portanto, todas as motivações estão sujeitas a um revés, que é a observação do resultado. Essa observação se torna uma oportunidade de motivação, ou melhor, uma oportunidade de desenvolver motivações subsequentes. Um resultado adquirido, positivo ou negativo, permite ao sujeito retomar os problemas, reposicionar circunstâncias perfeitamente semelhantes e aceitar esse motivo como uma causa adicional que leva a uma motivação diferente de outra ação. Esses choques constantes levantam o problema da psicologia social, que ocupará um lugar especial em nossa exposição. Mas, no momento, insistimos no interesse da motivação e na concepção racional desse processo.

2.5.3 Psicologia comparativa da agressão

Na verdade, pensamos que tínhamos terminado nossa apresentação sobre agressão e comportamento, quando nossa atenção foi atraída para os diversos estudos de psicologia social comparativa na língua do país dos autores anfitriões, assim, devido os textos de Konrad Lorenz . O mais recente é de particular interesse para nós: "agressão", com o subtítulo "Uma história natural do mal".

O autor, naturalista e grande observador científico, mas fisiologistas principalmente comportamentais nunca se esquecem de que ele é o homem, dando-lhe o direito de expor às observações relevantes destinadas a humanidade. Agora, essas observações nunca são feitas ao acaso, mas surgem com uma lógica implacável de uma concepção hierárquica da raça animal cujo ápice é ocupado pelo homem: <<ecce homo! - eis o homem! >>. Disse Lorenz. E este homem, apesar de ser o produto incontestável de uma evolução cujas características gerais foram traçadas por Darwin, está isolado nesta cimeira (cúpula) sob condições que constituem seus problemas particulares. Um entendimento mais "naturalista", digamos à palavra que convém ao autor: filogenética, será a única capaz de permitir que o homem escape dos perigos que o ameaçam.

O papel social da agressão, analisado pelo comportamento dos animais de vários grupos que parecem não ter relação entre eles, nos prova isso. É infinitamente gratificante e significativo ver que um observador consciente do comportamento animal se juntou às apresentações de especialistas em psicologia social como Stoetzel: Deste ponto de vista, é inspirador notar, no final do livro Stoetzel, o mapa etnológico dos povos mencionados para entender que Ele também fez referências, e não menos importante, na observação de povos cujo comportamento apresenta notáveis semelhanças com grupos de animais "citados" por Lorenz.

2.6 Psicologia Social

Desde que a psicologia do esporte nasceu e se espalhou, obviamente, com base na sua experiência cotidiana, tem tido muito em que pensar sobre ela. Incluindo as alegações de especialistas abriram perspectivas interessantes sobre a desejável contribuição da psicologia para as atividades físicas e não é precisa ter um diploma em psicologia ou educação física para notar que existe uma história de aliança e lucratividade recíproca cada vez maior entre essas duas disciplinas: Psicologia e Esporte. As bibliografias publicadas alimentaram esperanças que atendiam às expectativas dos círculos especializados.

Todas as tendências foram expressas. A psiquiatria codificou (reuniu) as técnicas de exame no consultório médico, inspirando-se nos métodos de psicanálise e psicoterapia em geral. Testes que lembram os utilizados em qualquer psicologia aplicada buscaram analisar o estado subjetivo dos sujeitos. Os chamados métodos terapêuticos - assim como é o "treinamento psicotônico" de Winter et al. - principalmente visando o relaxamento muscular e a personalidade alcançados através do tônus muscular. As experiências individuais realizadas dessa maneira devem informar a um grande atleta ou ao desportista comum um novo controle do desempenho psicossomático. Todos esses conceitos precisavam ser revistos e analisados por meio de documentação científica sólida.

No Tchoukball, as necessidades de um treinamento gradual e progressivo a fim de beneficiar um público-alvo de esportistas iniciantes nessa modalidade, não sujeito a qualquer restrição de tradições ou métodos transmitidos de fora, nos proporcionaram a oportunidade de experimentos de grande importância e alegria. Estudos doutrinários, lidando com todos os problemas marginais e abrangendo toda a gama de documentos científicos da biologia geral e especial, afetando a sociologia e detalhando todas as incidências de comportamento, até a ciência das atitudes sociais, foram excelentes critérios aos quais era necessário submeter às regras do jogo, como as reações individuais e coletivas dos atletas que a aceitavam o aprendizado de Tchoukball. Para um importante teórico do esporte, essa foi uma ocasião de revisar os fatos e conceitos básicos dos jogos esportivos.

Confirmando o grande interesse dos jogos em equipe, os estudos e observações feitos durante os três anos gastos no treinamento de jogadores, as observações permanentes provocadas pela atividade do jogo, resultaram na mudança da ótica que poderíamos ter da psicologia aplicada ao esporte. As poucas noções recebidas pelas comunicações do Congresso e várias "Mesas Redondas" foram ofuscadas pelos fatos fascinantes que os jogadores nos forneceram constantemente.

A experiência vivida foi de ângulos muito específicos de observação: a equipe - esse "microcosmo" de que já falamos é um meio de experiências sociais das quais os atores estão perfeitamente conscientes. Erros comportamentais são sentidos pelos próprios indivíduos, e é possível discuti-los..., o que dá origem a sessões de verdadeira autocrítica experimental. A participação pessoal dos participantes (pessoas interessadas que, portanto, têm toda a oportunidade de serem bons manifestantes) tornou possível analisar objetivamente a natureza das experiências coletivas vividas por eles e com eles. A "Mesa de Escuta" era o hábito que lhes era comunicado para se expressarem livremente e em comum sobre o significado dos esforços feitos por cada um em favor de todos!

É por isso que nossa experiência se desviou gradualmente, mas infalivelmente, para o estudo de uma psicologia adaptada a condições especiais (atividades em grupo), isso significa dizer que a psicologia social se tornou a principal fonte de documentação à qual tivemos que recorrer com frequência. E houve algo extremamente encorajador que quanto mais valiosa a experiência se tornou, mais os conceitos comunicados pela ciência da psicologia social ganharam força.

Todas as tentativas feitas "em laboratório" (ou no escritório, se o preferimos!), a busca de modificações comportamentais artificiais por meio de exercícios em pequenas clínicas, todos os atos que deveriam ser científicos e tendem a questionar as atitudes individuais, perderam sua importância ao serem expostos à comparação com a ação experiente no campo e onde os parceiros se confrontam em situações sucessivas de "grupo", e é aí que o verdadeiro laboratório de experimentação. (p. 80).

Por quê? Como dissemos antes: a psicologia introspectiva de William James está desatualizada. Toda psicologia, e especialmente, a psicologia esportiva, assume dimensões reais apenas expressando-se em contato com outros indivíduos. Seja em esportes individuais ou em esportes coletivos, a atitude interior de um sujeito só é significativa resolvendo os problemas colocados pela existência de competidores.

Os problemas começam quando o indivíduo percebe que vai competir com alguém. Sua psicologia recebe sugestões ou convites apenas através da presença de parceiros que são chamados a ajudá-lo ou a se opor a seus próprios interesses.

Esporte - mas acima de tudo esporte em equipe, e esta é a sua qualidade inegável - torna-se psicologia comportamental, mas vamos adicionar: o comportamento social. Como tal, qualquer atividade de equipe não pode encontrar referências melhores do que nos estudos atualmente notáveis da psicologia social.

Nós ainda devemos admitir que é, juntamente neste conhecimento especial que nós encontramos o maior incentivo, notadamente desde a teoria (Se é que podemos chamá-la assim, teoria o que é constantemente encontrado na prática?) para a "vida vivida" de luzes cuja eficiência ilustrou valor.

A psicologia do esporte é, antes de qualquer coisa, uma psicologia do comportamento social: não é tanto que a reivindique, mas deixaremos de falar sobre as noções agora estabelecidas por uma ciência especializada.

2.6.1 Noções básicas de psicologia social

É correto atribuir à psicologia social, de certo modo, um direito de prioridade sobre a psicologia individual? Os psicólogos do esporte (ou pelo menos aqueles que se deram este título) reconhecem implicitamente essa subordinação tomando como critério, e até como objetivo, o resultado em desempenho e competição: o atleta que se submeteu a determinadas medidas e preparação psicológica comprova o valor dessas técnicas competindo com a competição em um "estado de graça" melhor e com chances adicionais de "vencer". Além disso, que sensação de triunfo não é sentida quando esses alunos conquistaram um título que coloca na escala de valores, ao mesmo tempo em que o competidor esportivo e os psicólogos se interessam?

O critério psicossocial é outra coisa, algo maior e mais essencial ao mesmo tempo! Isso é o que aprendemos com os elementos da psicologia social descobertos em um livro notável que resume todos os aspectos fundamentais dessa ciência: A Psicologia Social de Jean Stoetzel (Flammarion, ed.). Toma-se a liberdade de extrair deste livro noções que possam influenciar nosso julgamento e nossas diretrizes em termos de esportes coletivos. Os esportes valem apenas na medida em que se ajustam à realidade em que afirmam evoluir.

As "questões sociais", que é o grupo não podem escapar das leis comuns, e isso é tão verdadeiro que as luzes concedidas pela ciência Psicologia Sociais têm esse duplo aspecto: se eles projetam um brilho visionário sobre as condições de execução do grupo e grupos, eles comunicam os mesmos meios de ação àqueles que estão encarregados de dirigir essas atividades, em qualquer capacidade que seja.

E mesmo eles fazem um juízo de valor sobre essas atividades e nos ensinam a considerar o homem não apenas como uma individualidade, mas como uma unidade social em ação. Veremos mais adiante se esse experimento social produz frutos na integração comunitária de atletas no mundo onde eles são forçados a viver. Em outras palavras, podemos esperar algo de atividades esportivas que distraem?

O esporte deve ser um elemento de equilíbrio social (sem perder nada de seus efeitos psicossomáticos e particularmente biológicos). Em que se baseia tal afirmação? E, dada a qualidade dos fundamentos psicossociais das Atividades Esportivas, não podemos esperar das autoridades governamentais intervenções práticas que valorizem a dedicação daqueles que estão cientes delas? (p. 81)

2.6.2 Elementos da Psicologia Social

(alguns trechos extraídos do livro de Stoetzel, adaptado para esportes).

Toda psicologia prática, recebeu a qualificação, e se torna aparente apenas na ocasião de suas manifestações externas. A ‘Psicologia Individual’ é traduzida em termos de comportamento social. A socialização do indivíduo requer uma revisão constante de sua própria psicologia de acordo com seu ambiente social.

Já vimos com Lorenz que não é apenas o homem que é confrontado com seus parceiros, a quem Lorenz chama de "intraespecíficos", que são congêneres, ou seja, similares.

Os grandes instintos agitam a massa social da raça. Stoetzel demonstra o lugar que a psicologia social tomou pela força das coisas. Não estamos mais contentes com o que o homem pensa de seus processos internos: essa perspectiva filosófica rendeu-se ao aspecto comportamental da personalidade em relação ao seu contexto externo. Esta é uma psicologia reacional do ambiente social. Explica melhor que o outro e permite ter obstáculos nos eventos em andamento.

É compreensível, portanto, que a verdadeira medida do homem seja dada pela qualidade de suas considerações sociais. E mesmo as crises mais sensacionais dos tempos modernos têm origem na atmosfera coletiva em que o homem sofre a restrição externa, mas ao mesmo tempo tende a libertar-se dele. Ele está certo?

A experiência social reconhece, em primeiro lugar, uma condição básica: o indivíduo percebe que suas falhas resultam de desajustamentos sociais e são bem sucedidos, ao contrário, de uma melhor adaptação social. É a fonte da experiência social. O homem deve ter feito isso, e até mesmo ter consciência disso, a fim de continuar suas atividades no nível da sociedade.

Toda expressão da psicologia individual deve passar pelo teste social: pode-se falar de uma psicologia social das várias funções psicológicas. A emoção em si não é apenas uma sensação interior, ela se torna uma linguagem real nas relações sociais. E mesmo, diz Lorenz, as percepções de espaço e tempo são construções sociais. Sem querer tomar partido nesses julgamentos, devemos admitir que as sensações fizessem parte dos meios de informação que condicionam os arranjos e, como tais, estão incluídos nas relações sociais.

Entre as qualidades que parecem essencialmente individuais (e, portanto, pertencem à psicologia pessoal), a memória, por sua vez, desempenha um papel importante na psicologia social: permite uma síntese das experiências realizadas. Existe, portanto, uma "memória social" cuja influência não é insignificante. É uma economia de tempo na medida em que acelera a aprendizagem social (veremos que todas essas observações encontram sua aplicação no pequeno grupo que é a equipe e na aprendizagem do jogo). Toda experiência social é mais ou menos assimilada por um coeficiente intelectual.

A conduta humana, de fato, sofre o destino que a inteligência que o sujeito aplica a eles é reservada a eles. Comportamentos inteligentes são sociais em suas intenções e seus efeitos, eles direcionam as reações do indivíduo, adaptando mais ou menos bem as respostas aos objetivos válidos. E isso só é possível na medida em que o indivíduo é informado sobre as circunstâncias que o cercam. A informação condiciona o resultado.

As relações sujeito-ambiente são da ordem dos reflexos condicionados sociais. E se os estímulos sociais são repetidos com clareza suficiente, as respostas podem se tornar mais ou menos automatizadas, dentro dos limites de situações particulares. Mas quanto mais os estímulos sociais variam em tamanho e qualidade, mais a intervenção da inteligência se torna relevante, até mesmo preponderante. (p. 82)

No esporte, os elementos que desempenham o papel de estímulos são simplificados em relação às situações sociais usuais. O treinamento usa muita pesquisa sistemática nos relatórios de respostas - estímulos para fazer a adaptação automática e rápida dos sujeitos; isso é possível devido ao tamanho de pequenos grupos sociais que localizam problemas muito melhores. Isso quer dizer que a operação do pequeno grupo pode apresentar as vantagens de experimentos sociais simplificados e mais facilmente controláveis.

No contexto social usual, a inteligência é considerada como dando personalidade ao seu caráter de poder. A inteligência é, por necessidade, um coeficiente de valor do comportamento social. É colocado entre os órgãos de informação (todas as sensações e fontes de informação centrípeta) e os comportamentos que visam os resultados.

A memória vem então para dar uma espécie de consistência permanente às experiências vividas. Assim, o resultado individual é a soma das qualidades psicológicas pessoais que levam à personalidade social. A psicologia social é a experiência social da psicologia individual. Este último é posto à prova pela sociedade e pelo meio social.

O estudo das motivações nos mostrou a importância dos resultados experimentados, tornando-se novamente objetos de motivação. A experiência coletiva também precisa sancionar os resultados para fazê-los desempenhar novos papéis na experiência da comunidade.

Essa qualificação intervém no sentido de que um sujeito pode ter seu próprio valor. Através da experiência social, o indivíduo adquire uma consciência do que se passa na constituição do pequeno grupo. A síntese de experiências passadas leva à autoconsciência social, a única que permite ao sujeito "reciclar-se" em seu ambiente esportivo.

Ninguém escapa à necessidade sentida pelo indivíduo de se estimar em relação ao todo do qual ele faz parte. E não é irrelevante notar que os psicólogos, que não estão nem um pouco preocupados com o problema esportivo, reconhecem o papel da "consciência corporal" na avaliação de costumeira.

A consciência do corpo não é apenas o que os neurologistas definem, é também a noção de ocupação do espaço (da qual, como já dissemos, os psicólogos sociais formam a base da consciência social). Isso agrega valor à experiência esportiva, principalmente no grupo.

Consciência e juízo de valor são socialmente interdependentes. Esses sentimentos pessoais nos permitem situar-nos na escala dos seres ao nosso redor e com os quais temos que condicionar nossas ações. Normalmente, eles constantemente nos perguntam sobre as metas que perseguimos. É de acordo com as intenções que o homem se julga o melhor.

Este julgamento de valor conduz logicamente a uma apreciação comparativa cuja consequência é desencadear processos de inferioridade ou compensação, diz Stoetzel. Pode-se certamente acrescentar outro sentimento que é construtivo e que se encontra felizmente com muita frequência no jogo em equipe: a satisfação, que pode ter uma cor individual, mas também coletiva, sem levar para ela um olhar de chauvinismo nacionalista.

Por outro lado, é importante ressaltar que quando o jogador atravessa a atividade em grupo, sua satisfação encontra uma profunda ressonância no ser interior, e essa ressonância estabelece um acordo implícito e/ou subentendido, mas efetivo, com a comunidade interessada. Mas, de fato, nos combatemos à retórica nacionalista e ao chauvinismo .

Essa consequência psicológica é indubitavelmente menos aparente na psicologia social de grandes grupos, mas aparece claramente no pequeno grupo esportivo. Tinha que ser destacado quando fomos primeiro às repercussões sociais dos processos individuais.

A enumeração das qualidades psicológicas particulares, vistas de uma perspectiva social, dá a impressão de que essas qualidades se combinam ou associadas como as peças de um quebra-cabeça, para formar o caráter social.

De tal modo se coloca o problema da personalidade: uma definição deve compreender a noção de comportamento, de atos sociais que acompanham o homem em seu ambiente e ditam a ele os princípios norteadores de seus atos. Em relação ao meio social, a pessoa está ciente de ser "EU", ele mesmo. Seu comportamento não é sentido como um objeto de observação, mas como um ato do qual o escritor é o autor.

A esse respeito, normalmente, essa sensação social da palavra implica um elemento de responsabilidade que liga o ator a manifestações externas, especialmente àquelas que o associam a outras. Isto é o que Lorenz, em nome da psicologia comparativa, chamou de "moralidade responsável".

O paralelismo entre esses dois domínios aparentemente tão distantes (homem e animal) dá uma sensação de segurança em relação às nossas concepções: sem querer nos colocar sob a inspiração de um estreito ‘Darwinismo’, temos que admitir que as leis sociais existam nos animais, mais associado do que se costuma acreditar em leis naturais .

E o pequeno grupo se submeterá "nolens volens" (querendo ou não querendo), a essas leis gerais. É nossa força se nos conformamos à natureza e agimos de maneira a colocar as reações individuais e sociais no próprio sentido ditado pela natureza profunda dos seres.

O aspecto dinâmico da autoconsciência (Stoetzel novamente demonstra isso com argumentos sólidos) vai além da personalidade e tende a identificar o resultado individual com o do grupo. O nascimento do sentimento de grupo é a expressão interior dessa experiência coletiva em busca de uma meta acordada.

Essa "identificação" com um grupo (portanto, um conjunto de personalidades chamadas de "co-atrizes") evoluirá ao longo de linhas que, em última análise, dão duas classes diferentes de atitudes interiores: o sujeito atribui ao grupo uma sensação diferente que lhe confere uma qualificação: grupo de origem ou grupo de referência. Esta última noção é endereçada a um grupo ao qual o sujeito não pertence.

A experiência do grupo está ligada àquela das personalidades conscientes. Já a experiência pessoal em relação ao grupo é estabelecida pela noção de seu valor grupal: a consciência de si mesma também dá a sensação de seu valor em relação ao todo e, por sua vez, a sensação de valor não é acessível do que por referência às metas atribuídas a esse conjunto. Assim sendo, a personalidade é definida, em última instância, por uma relação entre o indivíduo e seu grupo, mas enfatiza o papel que o sujeito pode desempenhar na busca dos objetivos que são reconhecidos e aceitos. É por isso que as noções de status e do papel da personalidade são tão relevantes. Pois, em termos de atividades físicas, esse é o caso em que o sujeito aceita a disciplina de um esporte, não apenas para entretenimento, mas também porque observa que esse esporte contribui para o equilíbrio de sua personalidade.

3 CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES FINAIS DO ARTIGO

A Sociologia, a psicologia individual, a psicologia social: todas elas levam umas as outras, e é mais em nome de suas ações combinadas e contemporâneas que devemos apreciá-las, do que em nome dos aspectos particulares (ou artificialmente) isolados de cada uma delas. Em todo caso, qualquer medida prática que afeta a atividade física na sociedade moderna é direcionada ao comportamento individual no grupo social. O homem só é válido em seu ambiente social e encontra seu significado vital apenas em sua expressão em função dos outros.

A inovação é a chave que dá o acesso a novos conhecimentos e às qualificações à medida que surge novas ideias. Assim, qualquer nova ideia deve, acima de tudo, basear-se em dados atualizados no período contemporâneo. Para durar e prestar os serviços esperados, uma nova técnica no campo da Educação Física e Esporte deve entender os elementos essenciais dos problemas colocados, ajudar a resolvê-los e até mesmo sugerir novas soluções relevante e interessante para o público que vão da biologia à sociologia.

No mais, a fisiologia é antes de tudo um conhecido científico; diz respeito aos fenômenos biológicos que acompanham o esforço físico, o esforço muscular. Esse conhecimento é importante para o treinamento da pessoa responsável pela Educação Física; A compreensão dos processos biológicos é essencial; é especialmente assim porque permite que a pessoa responsável verifique o que está acontecendo. Este é o primeiro efeito do conhecimento científico: interpretar melhor os gestos motores.

Na verdade, ao que parece, a priori, que não se pode afirmar ou reivindicar a validamente de um educador físico, de que forma e em que setor (ou área), se não compreender a extensão e a natureza dos processos biológicos implementados, praticados, ou seja, que colocamos em ação. E a esse respeito, já faz sentido exigir que o instrutor, o educador e o professor iniciem "imaginando o que está acontecendo". Este é o primeiro efeito do conhecimento científico: interpretar melhor os gestos motores.

No futuro será comprovado do lado da sociologia, que agora ponderamos que o esporte nem sempre tem uma influência favorável à boa formação da personalidade. O clima moral e psicológico em que o esporte é exercido é mais importante do que a própria técnica esportiva; mas deve-se dizer que as atividades físicas têm possibilidades variáveis de influência, porque certas atividades, certos jogos, certos esportes se prestam mais ou menos e outros completamente, ao total efeito educacional. Portanto, podem-se analisar os elementos do comportamento individual na atividade física.

Nesse campo, o condicionamento corporal legítimo obviamente desempenha um papel essencial. O condicionamento e, consequentemente, a disponibilização do organismo é, acima de tudo, uma questão corporal e estudamos em outro lugar quais são os critérios a serem aplicados para uma atividade física para atender a uma definição humana dos elementos corpóreos básicos. Mas, naturalmente e acima de tudo, há psicologia e estado psíquico.

Por esta razão, nós sempre chegamos à conclusão que as atividades que melhor se encaixam ou respondem ao instinto lúdico são aquelas que oferecem segurança máxima em termos de pedagogia geral. E saber perder é um dos elementos da pedagogia do esporte, mas é também uma qualidade moral de cultivar, que protege contra as oscilações de humor e a instabilidade interna resultantes de variações na satisfação competitiva.

É preciso reconhecer, aceitar, que as ‘Atividades Físicas’ que são cobertas pelo elemento lúdico natural do jogo são mais eficazes, mais tenazes, mais duráveis e mais profundas em sua influência do que todas as outras, e a isso se deve acrescentar que o instinto lúdico quando se desenvolve, o indivíduo se acostuma ao esforço, mesmo quando não seja coroado com sucesso particular; é o prazer do esforço pela sensação de esforço, o gozo do jogo pelo próprio jogo, independentemente dos seus resultados.

Quando atendemos a ‘Atividades Físicas = Exercício Social’, em um ambiente comunitário onde a experiência coletiva (em grupo) é apresentada em estado puro; o "microcosmo esportivo" é o ambiente ideal para preservar e desenvolver a capacidade social do indivíduo.

Nesta perspectiva, é óbvio que nem todos os esportes são iguais e que o efeito social das diferentes aplicações desportivas pode ser utilmente comparado. Há uma interessante fonte de investigação a ser conduzida; já temos opiniões, mas este não é o momento de mostrá-las. No entanto, é fato que, se aceitarmos a ideia do microcosmo esportivo como instrumento de treinamento social para o cidadão, o Tchoukball pode ser apresentado numa posição muito vantajosa...

REFERÊNCIAS

BRANDT, Hermann. Étude critique scientifique des sports d'équipe - Prix Thulin de la FIEP, 1970. Le Tchoukball, le sport de demain. Genève: Editions Roulet, 1971. TITULO EM PORTUGUÊS: “Estudos Críticos e Científicos dos Esportes de Equipe - Tchoukball, o esporte do futuro”. - Prêmio THULIN da Federação Internacional de Educação Física - FIEF, em Lisboa, 1970. Tradutor: FERREIRA, Océlio Antônio - Tradução e adaptação do Francês (Suíço) em Português do Brasil.

Océlio Antônio Ferreira
Enviado por Océlio Antônio Ferreira em 30/12/2019
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