Capoeira: Título de Honra ao Mérito ao Mestre Rai!!!

Título de Honra ao Mérito ao Mestre Rai!!!

12 de junho de 2013

Edmilson Rodrigues,

Honra ao Mérito,

Mestre Rai, Raimundo Pereira de Araújo

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N° ______/2013 – ALEPA

Concede o título honorífico de Honra ao Mérito ao senhor RAIMUNDO PEREIRA DE ARAÚJO e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e sua Mesa Diretora promulga o seguinte Decreto Legislativo:

Art. 1° Fica concedido ao senhor RAIMUNDO PEREIRA DE ARAÚJO (Mestre Rai), o Título Honorífico de Honra ao Mérito, pela sua contribuição à cultura brasileira e pelos relevantes serviços prestados na área da educação e da cultura ao povo paraense.

Art. 2° A honraria será outorgada em Sessão Especial com data e local oportunamente designada pela Mesa Diretora deste Poder Legislativo.

Art. 3° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Cabanagem/ALEPA, 12 de junho de 2013.

EDMILSON RODRIGUES

Deputado Estadual do Pará – PSOL

JUSTIFICATIVA

Raimundo Pereira de Araújo, conhecido como Mestre Rai, nasceu em 07 de agosto de 1957, no bairro da Sacramenta em Belém, iniciando a prática da Capoeira ainda na infância, por influência de sua avó, Inês Pereira, filha de escravos.

Ainda bem pequeno, inventou seu primeiro golpe, gingando as cabeçadas marajoaras, ensinadas pelo pai.

De formação autodidata, Mestre Rai diz que os pontos mais altos de sua carreira em busca de conhecimento foram a descoberta do livro “Capoeira Sem Mestre”, no final da década de 60. (@)

Já no início da década de 70, quando foi apresentado a dois capoeiristas baianos, fugitivos da repressão do regime militar, ele consolidou sua opção definitiva pela prática desta importante manifestação cultural e esportiva.

Mestre Rai, (%) pela prática da capoeira, sofreu perseguições ao longo de sua carreira, quase tendo sido preso por diversas vezes, perdendo em algumas todos os instrumentos.

Em 1973, conheceu o Mestre Bezerra, outro grande expoente da Capoeira, recém-chegado a Belém. Com ele desenvolveu um amplo trabalho de difusão da Capoeira, transmitindo esses ensinamentos aos seus quatro filhos e seis netos.

Hoje, mestre Rai é Gran Mestre, o mais alto nível técnico de capoeira. Responsável pela formação de mais de 70 mestres, dentre eles, o Mestre Silveiro, o Mestre China, o Mestre Paulo, o Mestre João Pula-Pula, e muitos outros.

Sua casa é tida pela comunidade da Sacramenta, como ponto de desenvolvimento cultural, onde gratuitamente crianças e adultos recebem os belos ensinamentos da Capoeira.

Palácio Cabanagem/ALEPA, 12 de junho de 2013.

EDMILSON RODRIGUES

Deputado Estadual do Pará – PSOL

Fonte:

https://www.edmilsonpsol.com.br/titulo-de-honra-ao-merito-ao-mestre-rai/

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(%) O verdadeiro Mestre Rai pelo que sei desde 1990 é da Terra Firme e Mestre do Grupo Santa Maria! Este aí em cima era conhecido como Mundico e para não confundir com o Mundinho irmão do Bira Rasta eu o chamava de Mundico Chapelão por causa de seu chapéu.

Carioca

(@)

CAPOEIRA sem mestre

Lamartine Pereira da Costa

Edições de Ouro – Tecnoprint Gráfica S.A.

Edição 1962 – 116 pags.

O livro que abriu o canto da capoeira na segunda metade do século XX, foi referência da juventude ávida para saber o que era capoeira. Note-se que ele antecede à publicação do livro de Waldeloir Rego – CAPOEIRA ANGOLA - 1968 (capoeiranews comentará este livro em breve).

A publicação do Lamartine se detém na técnica da capoeira, sem abordar o conjunto que compõe a prática (canto, instrumentos de percussão e a roda da capoeira, elementos que caracterizam o diferencial dessa prática).

Com destaque nos golpes o livro mostra uma técnica muito semelhante à da escola do Mestre Arthur Emídio (1930-2011) possuidor de uma habilidade ímpar na movimentação do jogo da capoeira.

As ilustrações, com requinte de descrição técnica, poderiam ter dado início à padronização da nomenclatura dos movimentos da capoeira que até hoje tem nomes diferentes. Sem dúvida foi uma grande contribuição para a capoeira.

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jornal DIÁRIO DO PARÁ, de 30/nov. 2014, cad. VOCÊ, pag. 4, domingo

"A LUTA ESTÁ APENAS COMEÇANDO"

MESTRE MUNDICO

Ainda em 1970 Mestre Mundico aprendeu os primeiros passos da luta marajoara com o pai, Marcelino Araújo, e ali estava apenas começando um projeto que reuniria muitos seguidores. "Eu não entendia nem dava muita importância à luta marajoara e depois até a própria Capoeira, que já estava no meu sangue, pois sou bisneto de negros. Eu tinha apenas 14 anos quando aprendi e hoje posso dizer que a Capoeira é minha vida", disse o mestre.

Ele, que foi até perseguido pelos militares por causa do jogo, naquele momento entendeu ainda mais o símbolo de resistência da Capoeira e a importância dela para a cultura negra. "Para quem um dia foi perseguido, ser reconhecido é uma honra. Fiquei muito feliz quando a Câmara Municipal de Belém me concedeu honrarias pelo trabalho que faço nas minhas comunidades", acrescentou.

Além de disseminar a Capoeira, ensinando de forma gratuita a diversos jovens de Belém (agora principalmente no bairro da Sacramenta), Mundico já compôs centenas de músicas e criou seu próprio instrumento, o "caximbó", uma mistura de caxixi (instrumento tradicional da Capoeira) com o curimbó.

"A gente vive da venda desses instrumentos, do artesanato e de alguns eventos que participamos. Perdi minha perna recentemente, mas isso não me tirou o desejo de jogar e a alegria de ver esse momento. Mesmo se todo mundo parasse de jogar Capoeira eu continuaria", disse o mestre apaixonado e visivelmente feliz em ver o esforço de toda uma vida no local em que sempre deveria estar.

"Nós é que somos a salvaguarda, o amparo legal, a sabedoria, o conhecimento da Capoeira e só através de nós é que ela sobreviverá", enfatiza mestre MUNDICO (Lei 10.639)

(jornalista NATÁLIA PETTA)