AS "SEMIVERDADES" NA CAPOEIRA

AS "SEMIVERDADES" NA CAPOEIRA

"Lamento seu equívoco vg

o Tempo me dará razão !"

(telegrama p/ a CBC - 1993)

"...a História da Capoeira é

marcada por inúmeros mitos

e "semiverdades" (...).

LEOPOLDO VAZ (citando

outros autores, em ensaio)

Os tempos de ser sincero "se foram" desde que Dilma Rousseff promulgou o "Marco Civil da Internet" e "amordaçou" o país inteiro. Qualquer opinião sobre alguém, mesmo que seja fato conhecido por meio Mundo e VERDADE irrefutável, vira "difamação" e pode redundar em processo. Assim, (tudo) o que sei sobre alguns supostos Mestres (?!) locais morrerá comigo... sequer posso dizer que um deles ATIROU em nós (meu irmão e eu) por volta de maio de 1993 -- um ano para esquecer -- e um suposto ALUNO dele (que ninguém sabe ONDE aprendeu realmente) quase mata meu irmão a pauladas durante "aula" e na presença de 12 ou 15 alunos, além de um americano de passagem pelo Pará. (Foram 13 pontos na orelha, 5 na testa e 9 na nuca !)

-- "Quais os motivos" ?!, questionará o leitor, se houver alguém me lendo. Uma reles foto da modesta casa do sujeito, a pedido de sumidade lá do Rio, "mal-informada" sobre a existência de magnífica "Entidade" de apoio à Capoeira "da Bahia", digo, de Belém. (NOTA: as EPs de nosso bairro e algumas Escolas Públicas da capital -- para RECUSAR nossa Exposição itinerante de fotos & desenhos (*1) -- alegavam que a Capoeira... "era esporte baiano".)

Quanto ao ingrato aluno dele -- feito mestre em junho/1989 na Acad. SÓELA com nossa ajuda (nem "abadá" tinha !) -- retribuiu com pauladas as correções que cobrávamos da Diretoria do local sobre seu "ensino" lá. Certa tarde entrou PELA JANELA da sala do presidente, quando fazíamos reclamações contra seu deplorável comportamento.

São "ÁGUAS PASSADAS"... entre 1987 e 89 apoiamos incompetentes -- sem dedicação alguma, boa parte deles -- e após conhecê-los, passamos a combatê-los. Vem daí a "coleção de desafetos" que temos até hoje, eu com 3 ou 4 B.Os e um "processo" iniciado em set./93 no MP local (num prédio velho, no Ver-o-Peso) ao qual nem me dei ao trabalho de comparecer. Deixei num Ofício ao juiz da causa cópia das "Novas Regras da CBC", que praticamente ANULAVAM os títulos de Mestre a partir dali, exceto para os "velhos Mestres de RALO SABER" ! Protestei... havia praticante ANTIGO sabendo pouquíssimo, que tocava mal os instrumentos dela e jogava pior ainda. Não adiantou !

Enviei aos Jornais de Belém TRECHOS do tal Regulamento, "eliminando" o que havia de absurdo nele, como "Campeonatos de Passo-a-Dois" (?!) e "mestres mirins", fora os "degraus" de Mestrado, aviltando o título maior e tradicional de... MESTRE. Quase fui "excomungado" pelo "chefão da CBC", que me desautorizou, dado apoio ao "trio de gaiatos" (um certo Imb... pelo meio, que nunca vi em Rodas de capoeira) que me processava. Perdeu a chance de ficar calado... o rapazinho com algum nome "dispensou" a graduação oficial da CBC e fez a sua, em seguida. O outro, um irresponsável, em 1990 já se dizia Mestre (em cartazes) de Maculelê e Puxada de Rede (?!), além de Regional e... ANGOLA ! Pois não é que o "gajo" está no meio de outros Angoleiros, em página dupla do DIÁRIO DE PARÁ, por volta de nov./2014 ?!

O não tão jovem professor Augusto Leal -- talvez já seja mestre de Angola -- está muito feliz com sua CAMINHADA... comparada à nossa, lutando aqui apenas para DIVULGAR a Capoeira local (80% das fotos eram de Grupos e de "capoeiras" de Belém), sua trajetória foi "um passeio no Paraíso" ! Em 1990/91 morávamos num barraco de paredes e teto feito de "folhas de flandres" nos cedidas pelos jornais O LIBERAL e DIÁRIO DO PARÁ... produzimos a melhor Exposição de que se tem notícia no Brasil, acompanhada de duas semanas de filmes VHS de Capoeira, inclusive de Grupos de Angola baiana da época (1984/86), com fitas nos cedidas por mestra "CIGANA" (RJ). Em 1993 voltaríamos ao CENTUR pelas mãos do prof. Paulo Maneschi, em evento nacional sobre ESPORTES, com a presença do Ministro Carlos Nuzman... desta vez, o Brasil inteiro viu a "meia Exposição", com 32 painéis, via TV Liberal e coberta ainda pelas TVs RBA/BAND e Cultura, um marco em "marketing" televisivo.

Pra nosso desgosto, funcionários desmontariam às pressas a exposição, deixando os cartazes largados numa poltrona. "Sumiram" umas dez cartolinas, algo próximo de 40 fotos, algumas sem cópia. Melhor assim... com nosso acervo RECUSADO (para compra) por TODOS os órgãos oficiais de Cultura da capital e por 4 Universidades -- além do Museu da UFPA -- entre 1996 e 97, acabamos por vender "como papel velho" em 2009 boa parte (revistas, livros e 415 reportagens de jornais) e "demos fim" até nas fotos e cartões postais. São "águas passadas" !

Ao insistir que se conte a História DO ENSINO de Capoeira dentro da UFPA como êle sucedeu -- a partir de 1994, com a criação lá dos "grupos" 'Vertentes de Angola", o "Festa de Angoleiros" e, talvez, um certo "Raízes de Angola" -- pretendo somente que pesquisadores e "desavisados" narrem os fatos como êles aconteceram. Se o ENSINO não foi "o que devia ser", não me cabe analisar !

Não se faz História contando o Passado "pela metade", porque êle não agrada AO NARRADOR... o Gal. Pazuello nem sequer era enfermeiro e foi um desastre na condução do Ministério da Saúde ! Que tal "APAGÁ-LO" da memória oficial da República ?

Em quase 30 ANOS de Angola (ou "angola") na UFPA já ensinaram por lá aproximadamente UNS 2O MESTRES... ou coisa que o valha. O "pai" do NUCAAL afirma em depoimento na TV Cultura do Pará (em 1997, talvez ainda lecionando na UFPA) que é... "ANGOLEIRO porque tem um Certificado de Pastinha" ! E você, Augusto, tem um certificado... de ANGOLEIRO ?! Como se vê, a Capoeira moderna é QUASE TODA de Certificados... tenho a carteira de PESQUISADOR (pela FPC/SP) desde 1994. Espero que tenhas algo parecido... ao menos do IPHAN local !

"NATO" AZEVEDO (em 31/jan. 2023, 17,30hs

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OBS: (*1) - nossa EXPOSIÇÃO itinerante foi imensa decepção, nenhum aluno sem interessava em ver 1 só painel. Estivemos nos maiores colégios de Belém, todos no "corredor" entre as avenidas J. Malcher e Mag. Barata. Era uma tristeza... na maior EP da capital (S.Fr) -- na avenida que leva ao centro -- ficamos um dia inteiro, com eu irmão me substituindo às 13hs. Voltei às 17hs para desmontá-la, quase 20 quilos de canos de ferro e outro tanto de placas de compensado de 4mm, com 40 x 60 cm de comprimento. (Só muito adiante substituímos por cartolinas e tubos de PVC.) Em 1989/90 tentei inscrever o CCCP nas Federações de Pugilismo e na Desportos inutilmente, nossa Entidade era CULTURAL, embora representasse 8 Grupos de Capoeira, 6 efetivos. Fui à SECULT/PA e ouvi lá o "inverso", do então Secretário-adjunto Sérgio Maneschi, já falecido: -- 'Capoeira era... ESPORTE" ! Irritado, questionei-lhe se VIOLINISTA era esportista !

Nossa CAMINHADA na Capoeira de Belém não foi "um mar de rosas"! Instalávamos "na marra" nossa Exposição em frente às Escolas que nos negavam espaço... quem passava na rua NÃO ENTENDIA porque os cartazes não estavam dentro dos prédios. Bem recebidos só fomos nos colégios particulares de gabarito: o ANCHIETINHA por 2 anos, o CEARENSE de Vestibular e o NAZARÉ !