AS MULHERES E O VINHO

AS MULHERES E O VINHO

FlávioMPinto

Reconhecidamente a Humanidade progrediu , sempre, com a mulher ao lado do Homem em todas as suas conquistas. Nos mais diversos setores andam juntos, capitaneando o progresso da sociedade.

Diz o ditado que ”... por trás de um grande homem sempre anda uma grande mulher.”

No universo dos vinhos não seria diferente e a colaboração das mulheres foi fundamental para grandes e importantes avanços no setor.

Uma das primeiras intervenções foi durante o reinado de Carlos Magno- o Charlemagne (742-814), na França. Uma das rainhas, ele teve cinco esposas, não se conformava em vê-lo todo manchado de tinto após beber vinho. Então conseguiu que o rei proibisse o plantio de uvas tintas no local onde comprava seus vinhos. Esse lugar era a Borgonha que passou a plantar só espécimes brancas. Sem querer a rainha permitiu que aflorasse o melhor terroir de uvas brancas da Terra, que depois se estendeu á Champagne. E o Corton Charlemagne é a maior expressão das uvas brancas da Borgonha e do mundo, a partir do surgimento da Chardonay.

Sem sombras de dúvidas, a bebida mais feminina é o Champagne. O líquido das estrelas de Dom Pérignon, pela sua personalidade, é o que mais combina com a alma feminina.

Volátil, efervescente, explosivo, doce na medida, concentrado, nos apoia e alegra na tristeza e nos brinda nas vitórias.

Quase mil anos depois, o destaque foi para Nicole-Barbe Ponsardin. Alguém já ouviu falar em Veuve Clicquot? pois bem, é ela mesma. Casada com François Clicquot em 1798, enviuvou cedo em 1805 e assumiu os negócios do marido, que eram na área bancária, produção lã e de champanhes . Nesta gestão, além de criar a maior marca de champanhe que se conhece, a Veuve Clicquot Posardin, introduziu um método para retirar as impurezas após a segunda fermentação: o “dégorgement” ou degola no modo tradicional, champenoise, de fazer champagnes. Para isso as garrafas eram colocadas na vertical, em pupítres, uma mesa de madeira pouco inclinada, com buracos que aprisionavam a garrafa, com o gargalo para baixo viabilizando a decantação das impurezas no bico. A partir daí o bico era congelado e as impurezas expulsas por pressão.

Outra referência importante foi Jeanne Alexandrine Pommery, que também após enviuvar, assumiu os negócios do marido. Era uma purista e enfatizava a necessidade de se manter a champagne pura. Assim que, foi incentivadora do método Brut, com os licores de expedição contando com parcelas mínimas de açúcar mantendo o sabor original da bebida, para o gáudio dos que amam a bebida de Dom Pérignon.

Podem ainda ser citadas outras grandes damas francesas do Champagne, de nomes facilmente reconhecíveis: Matilde Perrier , a da água, e Elisabeth Bollinger.

Santé!