Saberes e Sabores: Leite

Escolher o leite significa escolher origens, procedências e qualidades, dentre uma enorme variedade de tipos, de qualidades, de quantidades e palatabilidades. Das apresentações encontradas e disponibilizadas no mercado encontramos do leite em pó ao leite condensado, passando pelo creme de leite e chantilly, entre rótulos brasileiros ou importados, de marcas nacionais ou multinacionais. Do leite de vaca ao leite de cabra, passando pelo leite de soja.

Em algumas cidades brasileiras, o Corpo de Bombeiros se incube de recolher leite materno e distribuir a mães e filhos necessitados. O aleitamento materno evita infecções e alergias, já que anticorpos e nutrientes são passados para a criança de acordo com a idade, do colostro ao desmame.

O leite pode ter sua origem em bacias leiteiras tradicionais, geográficas e históricas. Ou procedências duvidosas quanto aos cuidados desde a ordenha e a conservação do produto, coletado e transportado, até a chegada em cooperativas e indústrias de laticínios. Pode ser colhido em currais e vacarias não legalizadas e não vistoriadas pela vigilância sanitária, como pode ser em locais com controles de qualidade e controles fitossanitários, a partir de normas regionais ou nacionais. Podendo ainda ser embalado na origem, ou à longas distancias dos locais de ordenha e cooperativas arrecadadoras.

No breve e próximo século passado ainda era comum cada qual ter seu próprio vasilhame de leite. E cada um, cada família, tinha a sua leiteira para abastecer e transportar o leite de consumo diário. Rapidamente estes utensílios foram sendo substituídos por vasilhames de vidro e retornáveis, quando o leite passou a ser distribuído em garrafas destinadas ao uso e transporte. O leite era engarrafado depois de um processo de pasteurização em cooperativas distribuidoras, e cada uma delas tinha seu vasilhame próprio para distribuição, com modelos adaptados a linha de produção onde as garrafas eram lavadas e esterilizadas antes do envasamento.

Rapidamente e novamente a distribuição do leite mudou, passando a ser acondicionado em sacos plásticos, e distribuído diariamente por caminhões refrigerados ou isotermicos. Surgiram então as classificações do leite: tipo A, tipo B ou tipo C, tipos que determinavam os valores percentuais de gorduras e coliformes, a pureza e qualidade do leite. Com valores diferenciados chegou-se a distribuir outro tipo, o leite padrão, com percentuais de gordura fixados pelo governo e com preços populares.

Com um salto de tecnologia, agora o leite é distribuído em caixas do tipo longa vida, Tetra Pak® e Tetra Brik®. Com opções de teores de gordura definidos como: integral, semidesnatado, e desnatado, podendo ainda ser diet ou light.

Hoje encontramos diversas marcas e diversos tipos de leites, com uma diversidade de embalagens, entre latas, vidros, potes, pacotes, caixas e saches. Transformados, modificados ou acrescidos de vitaminas, minerais, outros nutrientes ou outros componentes, flavorizados ou aromatizados. Tradicional, em pó, ou condensado, e raramente o evaporado. Teores zero de gorduras, com fibras ou mais cálcio, e sem lactose.

Observar embalagens pode trazer outras duvidas na escolha, alem de datas, códigos e validades: teores de açúcar e de sódio, tipos e quantidades de gorduras, valores energéticos, com valores estabelecidos e não estabelecidos. Notificações de usos: em determinadas faixas etárias devem ter uma expressa indicação e orientação médica.

Tomar um café não é uma simples decisão, adicionar leite ao café torna-se mais difícil chegar a uma conclusão com as múltiplas escolhas. Um algoritmo para muitos bytes de memória e processamento.

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 15/12/2013 Jornal de Hoje

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 31/08/2015
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