De LOBATO e MAZZAROPI... todo caipira tem um pouco

A construção da imagem e do tipo caipiras, dentro da literatura e do cinema, foi elaborada à luz de imagens e conhecimentos preestabelecidos e estagnados no tempo. A representação de sua imagem está, ainda hoje, atrelada a um modo de ver externo a sua cultura e corresponde aos interesses de quem detém o poder. A contingência dessa caracterização guarda máculas desse embate cultural e de classe entre o caboclo e o senhor de terras, detentor dos meios de produção. Analisada devidamente a “pluralidade” de tipos caipiras em Monteiro Lobato, na literatura, e Amácio Mazzaropi, no cinema, o que se vê é a perpetuação dessa imagem e a instituição de uma identidade de certa forma anômala do caboclo, o que fez com que fosse pintado, nos dizeres de Antonio Candido, de maneira bela, injusta e caricatural. Mesmo buscando a verossimilhança, ambos os autores acentuaram e fizeram retumbar com mais força e amplitude a marca negativa desse estereótipo, imprimindo-lhe de novo apenas um olhar piedoso e/ou analítico acerca das condições “paupérrimas” de vida do caipira paulista, sem, entretanto, irem a fundo em aspectos pertinentes a sua cultura e modo de vida. Compreendendo os períodos entre 1914 e 1970, o trabalho apresentado, além do exposto, faz um passeio pelo breve século XX, mostrando de que forma os principais acontecimentos deste século foram encarados no país.

RESUMO DO MEU SEGUNDO LIVRO, DISPONÍVEL EM: http://fazendomidia.com.br/lobatoemazzaropi/

Autor: Jóe José Dias. Ajudem a divulgar, por favor.