Como adquiri Os Lusíadas – 1ª edição de 1572 “fac-similada”.

Precedida de uma introdução e seguida de um aparato crítico do Professor da Faculdade de Letras – Dr. José Maria Rodrigues.

Lisboa Tip. da Biblioteca Nacional de 1921.

Há uns 30 anos, meu professor de Direito Penal, Antenor Bogéa informou-me por telefone que a família ... estava vendendo os livros de sua biblioteca.

Compareci ao local e entrei na residência, quando me deparei com um amontoado de livros de uma rica biblioteca, fiquei pasmo, estendi os olhares, pegava um livro aqui, outro ali, quando levantei um livro encadernado e notei que se tratava da 1ª edição dos Lusíadas, conversei com o vendedor e adquiri, assim, a obra do maior poeta renascentista português.

Inicialmente extrai-se da obra o seguinte pronunciamento e outros assuntos:

“A Biblioteca Nacional, desejando realizar plenamente os seus fins, introduziu no plano dos seus novos trabalhos uma série de publicações, que envolvem a reprodução fac-simile ou tipográfica de obras raras e valiosas, a impressão de manuscritos, a Biblioteca do Bibliotecário e Varia.

Propositadamente iniciamos a série com esta edição fac-simile e crítica dos Lusíadas. Entendemos que era dever primeiro oferecer aos estudiosos, à semelhança do que se tem feito com os cimélios das literaturas extrangeiras, a restituição tanto quanto possível exacta do texto primitivo da mais representativa obra nacional.

Dos cuidados tão fadigosos dessa edição, que exigiam um saber vastíssimo e a mais alta probidade scientífica, encarregou-se, a nosso pedido, a pessoa que melhor a podia realizar. Ao sábio Prof. Doutor José Maria Rodrigues, a quem agradecemos a sua colaboração na obra da Biblioteca Nacional, cabe, pois, a honra de ter erguido – não duvidamos afirmá-lo, o melhor dos monumentos à memória do nosso epónimo”. Jaime Cortesão – Diretor da Biblioteca Nacional

INTRODUÇÃO

§ I

A EDIÇÃO “PRINCEPS” DOS LUSÍADAS

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§ VI (2)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Escrevendo os L. para imortalizar os feitos heroicos dos portugueses, Camões deixou patentes no seu poema os indícios da colaboração que nele tiveram muitos escritores nacionais.

Não seria difícil aos poetas do C. G., a Fernão Lopes, a Rui de Pina, a Duarte Galvão, a Castanheda, a João de Barros, a Francisco de Morais, a André de Resende, apontarem os versos, as estâncias, para cujo conteúdo ou formas de expressão eles haviam fornecido os elementos (I).

Mas não é só isto. Nos L. não há só a colaboração dos poetas, dos cronistas, dos historiadores, dos eruditos, dos mestres da língua, que precederam o P. ou foram seus contemporâneos. Também aí se acham intencionalmente arquivadas muitas particularidades de fonética, de construção gramatical, de ortografia, de métrica, que neles ocorriam. Isto é: os L. são ao mesmo tempo um poema e um museu; são um monumento duplamente nacional, erigido pelo gênio do poeta, para glorificar a pátria, com materiais buscados principalmente em obras portuguesas.

Todavia, em vez de serem religiosamente conservados como saíram da pena do P., ainda os L. não estavam impressos e já havia quem os pretendesse melhorar. E o que tem acontecido, desde que foram publicados até hoje, não há pessoa ilustrada que o ignore. Quási não há estância que tenha escapado a qualquer alteração.

É tempo de voltar ao texto primitivo e de o estudar como êle se encontra na primeira edição.

Lisboa, Agosto de 1921.”

Agradeço ao meu amigo e professor Antenor Bogéa.

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 20/09/2010
Reeditado em 25/09/2010
Código do texto: T2510514
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