NATAL NA ALMA
NATAL NA ALMA
A literatura natalina atual expõe com anuência cada vez mais acentuada a adequação das festividades de Natal com a festa pagã do “Dies Solis Invictis Natalis”. Isso não deslustra o valor e a intenção dessa belíssima confraternização cristã.
A festa pagã do solstício de inverno que na verdade tem citação aproximada ao dia 21 de dezembro no hemisfério norte faz referência à comemoração do 1º dia que o mundo começava a sair das trevas para a luz. De fato a partir daí os dias ficam mais longos ( comemorava-se o sol invicto, vencedor). Na mente fértil do homem sempre houve tendência à apropriação de acontecimentos naturais para metamorfosear o sentido dos fenômenos da natureza. Após o solstício de inverno os dias começam a ficar mais longos, daí a idéia de comemorar a vitória do sol sobre as trevas.
Os povos antigos estavam mais ligados às coisas da natureza por isso as comemorações a certos fenômenos naturais, que hoje nos passam de forma trivial, eram bem marcantes. Hoje somos excessivamente bombardeados por informações de cunho científico e técnico. E dentro da necessidade apreender todo esse avanço que nos cerceia, a espontaneidade e o simbolismo despretensioso que foi inerente ao homem ficam dissimulados para que não transpareçam como reações emocionais inconvenientes e ingênuas.
A festa do solstício de inverno estava arraigada ao povo de tal maneira que possivelmente seria difícil de extingui-la. ( O culto ao deus Persa, Mitra em 25 de dezembro existia 7 mil anos antes do nascimento de Cristo, uma comemoração quase tão antiga como a civilização, e o motivo prático dessas comemorações era o solstício de inverno ). A transformação dessa festa pagã em festividade cristã não é um plágio, mas apenas, o deslocamento da atenção de uma comemoração idólatra para a celebração de teor cristão, onde a idéia central deve ser a de ascender o amor ao próximo.
O primeiro “Natal” como hoje é conhecido foi celebrado no ano 335 D.C e oficializado no ano 440 D.C
Natal é o anúncio alegre da expectativa de esperança na promessa do Messias de todos os povos, mesmo carregando em seu bojo elementos pagãos na tradição dos festejos natalinos ( como o excesso de bebidas, comidas e atitudes que extravasam as demonstrações de júbilo conveniente ao cristão íntegro).
O natal tem que ser comemorado pelos cristãos com a nítida essência de nos fazer consciente à palavra de Deus. Nada do que for descoberto ou propalado em termos da reavaliação de datas: da concepção, nascimento, crucificação ou passagem de Jesus pela terra irá macular a aura que existe sobre a idéia do “Tempo Bom” de amor e do desejo de ser melhor, difundido e irradiado por Jesus em nome de Deus. Um ” NATAL” cheio de luz, esperança e consciência para todos nós.
JOYCE RABASSA