ENSAIO SOBRE A ÉTICA E O PLAGIO

ENSAIO SOBRE A ÉTICA E O PLAGIO.

©MOTA, ANDRE LUIZ

No âmbito educacional, e no desempenho dos mais variados seguimentos profissionais, o binômio, ética e plagio, andam assimetricamente envoltos, com uma linha muito tênue fazendo suas divisões. Há, entretanto, a necessidade de se ver, a polaridade entre a ética e o uso da tecnologia, e a ética no ciberespaço com enfoque a copia ou plagio. Parto do principio que as informações que circulam nas “ondas da internet”, não podem ser vista como propriedade de ninguém, pois seus autores consignam seus créditos, e como tal, devem ser respeitados.

Partindo do conceito filosófico que a ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social, as relações do ciberespaço, não estarão imunes a essa regra. Na contramão desse conceito, vem a comodidade da pesquisa web, e o fenômeno, “Ctrl C x Ctrl V”. Esse fenômeno é associado ao fato de que tanto o alunado, e os profissionais das mais variadas aéreas, não sabem pesquisar, e nem redigir suas pesquisas.

Isso se deve a carência educacional do qual sofre todo o alunado, desde os mais variados níveis culturais. A deficiência de escrita dar-se a priori, pela dificuldade de leitura, e, por conseguinte de síntese, o que reduz o universo de lógica e raciocínio construtivo, seja do alunado ou mesmo dos profissionais liberais, que usam a pesquisa como instrumento de trabalho.

Muitos desses personagens, pra não verem-se prejudicados em suas avaliações, ou mesmo pra demonstrar seu conhecimento teórico, usam o plagio, mesmo que dissimulado, quando partindo de uma idéia, tenta incutir, seus próprios conceitos, se perde, pois falece do conhecimento primário, ou seja, do domínio do que escreve, e nesse momento, sua produção literária, torna-se medíocre, sofrível, pífia.

As riquezas de informações, encontradas na web, permitiram a seus usuários, além da comodidade, a lerdeza de pensar. “A leniência, é o maior de todos os vícios”. Ora, se pra confeccionar um texto, pra se fazer uma petição, uma analise critica, é preciso impingir nossos conceitos, e se não os sabemos, buscamos de quem sabe, colamos, e depois assinamos em baixo. Isso, é, fruto de um estágio imoral de leniência no pensar, o que reduz cada vez mais a livre iniciativa do raciocínio lógico, e afronta o conceito de ética, que já não se permite mais avaliá-lo por esse prisma.

A ética difere da moral, no gênero, enquanto uma é ciência, a outra e conceito. Nesse diapasão, não se pode averiguar a abrangência da palavra ética, sobre a palavra moral. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

No atual estagio tecnológico, a multiplicidade de idéias, traz essa dicotomia entre o bem e o mal, o certo e o errado, porem, tais conceitos passam a ser relativados, primeiro, pelo acesso fácil a informação, em seguida pelo anonimato da informação, o que se sujeita ao campo da moral, como um conceito individualista, analisado sob o ponto de vista ôntico, da conduta individual do ser.

No ciberespaço, esse conceito passa a ser relativo, pois limitado apenas a consciência humana de forma isolada, é o homem diante da maquina, e diante da informação. O Plagio, passa a ser então uma alternativa, as deficiências do ser diante do problema em sua mão.

No campo virtual, tudo que esta acessível, é propriedade de todo mundo, via de regra. Porém, há de se observar que as informações ali constantes, foram produzidas por alguém, simplesmente copiar e colar, sem pelo menos citar a fonte, é uma grave violação a ética. Mas indago, a qual ética? A ética social? Ou a ética individual? Esse conceito cai no vazio, porque é uma questão pra ser resolvida no intimo de cada ser.

O grande questionamento que se faz, é se pode ou não pode se “fazer algo”. Esse fazer algo é o que nos leva a frearmos ou não nossas atitudes. Estamos no campo da moral. E como tal, sujeito a um julgamento de valores, no campo especulativo. Ao assumirmos o risco de qualquer jornada, assumimos também o resultado que esse julgamento ira nos impor, assim nossos atos, dentro do contexto social, será sempre apreciado nesse enfoque do ético e do moral.

O Plagio, como forma de apresentação de conteúdo, não e só uma violação de valor ético e moral, mas também uma violação de valor legal, estando sujeito seu infrator a uma sanção imposta pelo ordenamento jurídico. Da exegese conceitualista, o plagio limita-se a violação do direito autoral, do direito de propriedade intelectual, alem da violação do direito material, ex vi, do entendimento do artigo 5°, IX, da carta política.

Mas que uma questão de ordem ética, e moral, o plagio cai na questão legal, se tomado como crime. Apesar de absorvido pela comuna, a pratica da copia virtual, representa a grande deficiência acadêmica, em que são formados os mais variados profissionais, pois de nada adianta o plagio, se não souber a argumentação necessária para sustentar aquela idéia. Nesse momento, o plagiador, torna-se tolo, e facilmente será descoberta sua incompetência.

Nesse contexto, a defesa da idéia, não se resume apenas no que fora escrito, mas no que se quer objetivar, partindo dessa premissa, a defesa precisa se dar, fundadas em idéias que se tenha o domínio, o que reduz, em muito o discernimento do plagiador, diante da sustentação e da argumentação, pois defender uma idéia sua, é bem mais fácil, que tentar incutir a defesa de outrem, como um argumento concebido.

Entendo que por envolver questões de ordem subjetiva, voltada à moral individual do ser, o homem, parafraseando Ruy Barbosa, “chega a ter vergonha de se declarar honesto”...

ANDRE LUIZ CORREA MOTA
Enviado por ANDRE LUIZ CORREA MOTA em 07/01/2011
Código do texto: T2715497
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