Sobre Clarice Lispector

Incomoda-me esses dias pensar porquê certas pessoas criticam a obra de Clarice Lispector. Fazendo a crítica de que não é social ou que fosse inferior a outros escritores.

Quando leio os textos desta escritora para mim são maravilhosos. Ás vezes, sinto suas palavras em meu coração, em meu ser; tenho prazer em ler os textos.

Não somente porque me proporcionam prazer, um dos motivos é que ler os textos dela é uma aula de português. Clarice escreve muito bem. Gosto de ler e observar o quanto escreve com fluidez, as palavras soltam com uma conexão, além da poesia. É isso escreve bem com poesia.

Outro motivo é que seus textos são maravilhosos, naturalmente, uns mais que outros. É de uma beleza! Se parar para sentir o que ela escreve... é uma intimidade de alma. Sentimento. Não são textos água com mamão como se diz, é um sentimento humano, aderente a vida.

Penso que quando alguém faz o juízo de que ler Clarice não é bom ou não é social. A pessoa afirma – não ser bom -. O que é não ser bom? Coloca a afirmação num ponto de vista pessoal, do que não é bom para si, baseado em seus valores. É importante ter o senso crítico, ter sua posição, mas, a escrita de Clarice possui o seu valor. No momento, não quero analisar onde está o social de Clarice, se existe ou não.

Isso para mim não importa tanto, nesta leitura; o que importa é que ela escreve muito bem, existe vida em suas palavras, uma efervescência de poesia, isso uma prosa poética. Toca na vida, fala da existência e do cotidiano, das coisas simples, do ali, do aqui, isto é, do que nossos olhos tocam, nossos ouvidos ouvem, o que nosso coração sente. Essa é Clarice.

02/02/2012 (à noite)