DRUMOND: parabéns e sua benção! (*)

Por Francinaldo Morais (**)

Ciceroneados pelo escritor-teatrólogo caxiense José de Ribamar Araújo Oliveira, e de “mãos dadas”, a professora Solange Santana G. Morais, o estudante de Direito Marxo S. Guimarães Morais e a professora Vanda Maria Sousa Rocha, visitaram no dia 19.10, p.p., alguns dos inúmeros espaços de cultura e de lazer da/na chamada “cidade maravilhosa”, conforme feliz percepção do maranhense de Caxias Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934).

Muito provavelmente, orientada pelos ecos da comunicação que realizara no dia anterior, na Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, na condição de doutoranda, ou, simplesmente, instada pelo dever/prazer materno de orientar o filho quanto a boas influências teóricas, Solange Morais fez questão de visitar o monumento à Carlos Drummond de Andrade na praia de Copacabana (foto), onde o poeta costumava ficar às tardes, e registrar sua reverência ao autor do livro A Rosa do Povo (1945) e do poema Igual-Desigual (In A Paixão Medida, 1980).

O mineiro de Itabira, como é sabido, nasceu no dia 31 de outubro de 1902, ou seja, caso estivesse corporalmente vivo teria completaria hoje 109 anos. Drummond escolheu a cidade do Rio de Janeiro para viver com sua esposa Dolores Dutra de Morais (1899-1994), desde a primeira metade da década de 1930. Os desaparecimentos físicos de Dolores Morais, companheira, e, principalmente, de Maria Julieta Drummond de Andrade (1928-1987), filha, fizeram-no mais recluso ainda, decidido a conviver voluntariamente com essas “ausências”. Drummond manteve, ainda, durante 36 anos, um romance secreto com a bibliotecária Lygia Fernandes (vide Dossiê Drummond, 2007). A literatura, a poesia mais especialmente, e a contemplação reflexiva do/sobre o cotidiano carioca, sentado em um banco na praia do Copacabana, eram dois dos seus seletos afazeres.

A poesia do itabirano ainda está relativamente limitada aos círculos acadêmicos, onde o seu consumo é estimulado principalmente por professores de literatura brasileira como Solange Morais, Vanda Rocha e Ribamar Oliveira. Mas, felizmente, há esforços voltados para a popularização da poesia drummoniana fora desses círculos como o realizado pela escola de samba carioca G. R. Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, a “verde e rosa”, em 1987, com o samba-enredo O Reino das Palavras, sagrando-se campeã naquele ano.

O mineiro Drummond está lá no Rio, na praia de Copacabana e na grande biblioteca da UFRJ e noutros centros de leitura e rodas literárias da ex-capital federal. Está, também, aqui, em Caxias-MA, na biblioteca que homenageia o poeta caxiense Joaquim Vespasiano Ramos (1879-1915), no CESC-UEMA, esperando para receber nossos parabéns e para nos dar suas bênçãos. Encontra-se, ainda, nos corações e nas mentes dos que como eu e Solange Morais buscam prospectar na literatura/poesia sentidos de amor, de liberdade e de justiça social para dar motivação a nossas vidas.

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(*) Texto originalmente publicado no dia 31.10.2011.

(**) Francinaldo Morais, professor de História, membro do IHGC e acadêmico de Direito.

Francinaldo Morais
Enviado por Francinaldo Morais em 17/12/2013
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