COLAPSO - Capítulo 1

— ...Era quase meia-noite quando ele dirigiu-se pela Rua Principal em direção ao edifício Tour la Beb para se matar...

––Já está quase na hora! Que loucura, eu preocupado com a hora, quanta ironia. Essa maldita angústia encerrada no peito, parece estar me dilacerando, me sufocando a alma — sentia uma dor profunda, perecia que lhe tinham arrebatado o coração e em seu lugar só restara o vazio, o vácuo, o peito oco — e ainda assim não consigo me desligar desse maldito modo de viver...quase na hora, pff.

— ...o porteiro que trabalhava naquela noite declarou que ele parecia bastante tranquilo como de costume...

— Boa noite, Zacarias!

— Boa noite, senhor!

— ...mas que, inusitadamente, preferiu subir as escadas ao invés do elevador, apesar de morar no sexto andar...

— Hoje eu vou de escada, afinal todos sabem que isso faz bem para a saúde, já me basta de facilidades tecnológicas. Não sei como alguém consegue suportar por tanto tempo viver esse marasmo...

Enquanto subia lentamente as escadas, lembrou-se de toda a sua vida, dos momentos felizes da infância quando a ingenuidade, que se não o impedia de ver o mundo em sua miséria, ao menos abrandava a realidade maquiando-lhe as rugas mais profundas. Recordou-se também da juventude e de todo otimismo que ela trazia consigo, dos planos de uma vida ideal com sua linda família e uma bem sucedida carreira como literato, escrevendo tudo que lhe viesse ao coração. Subiu descompassadamente o lance de escadas que dava acesso ao quarto andar, até que finalmente chegou à fase adulta, a cada passo, cada degrau deixado para trás eram dias, meses, anos que se iam de sua lastimável memória, os olhos marejados já não podiam conter as lágrimas, percebeu sombriamente que toda sua vida não passara de um conto ligeiro, desses quaisquer que contam a história de um escravo, um cativo niilista, em busca de liberdade. Mais um degrau e lá se fora o primeiro conto publicado, mais outro e foi-se o carro, mais dois, era o apartamento com toda a mobília e assim seguia a via dolorosa da ultima escada para o sexto andar. Frustrou-se ao pisar o ultimo e perceber o declínio que tomara sua vida. Abriu, cabisbaixo, a porta de acesso ao corredor que dava para seu apartamento, estarrecido, meteu a mão no bolso da calça e retirou um molho que caiu displicentemente das mãos tremulas ao tentar colocar a chave errada na fechadura. Precisou de mais três tentativas para vencer a porta. Adentrou no recinto, procurando orientar-se na obscuridade que ali reinava, a luz acesa revelou uma grande sala repleta de uma mobília senil, decrépita, abarrotada de objetos de porcelana e livros ainda mais antigos. Possuía uma peça singular, um grande espelho machadiano, obra rica e magnífica, que destoava do resto do ambiente, cujos móveis, além de avelhantados, eram modestos e simples. O espelho naturalmente empoeirado ainda conservava seu aspecto imponente, via-se-lhe ainda o ouro por trás do véu tenuíssimo de pó que fora cultivado pelo tempo, com todos os delfins esculpidos nos ângulos superiores da moldura, uns enfeites de madrepérola e outros caprichos do artista.

Depois de arrumar o quarto dispondo cada objeto na melhor posição que podia conceber, abriu a janela e pode contemplar o derradeiro céu, a Lua que deixava-se estar dissimuladamente por detrás do aglomerado de nuvens, sabia ele que aquela noite, por mais lúdica que parecesse, era tão real e enfadonha quanto o dia mais claro, mas que, ironicamente, já não lhe importava mais fazer a separação entre dia e noite e muito menos ousava tentar discernir o real do aparente, colocou-se sentado na janela com as pernas para o lado de fora, cerrou as pálpebras e decidiu atirar-se abaixo. A janela do quarto era voltada para a movimentada avenida à frente do prédio, mas estranhamente ninguém o notara ali, pronto a dar cabo de sua vida.

— Ah! Meu Deus, meu Deus. Porquê...? — sussurrou, antes de pôr-se em pé na janela — está decidido, é o único meio de pôr um fim a tudo isto! — suspirou mais uma vez, como que para tomar coragem, mas hesitou — um covarde! Isso é o que sou, um covarde! — resmungou descendo da janela e voltando para a sala sentou-se no sofá de frente para o espelho.

— Covarde! Duplamente covarde, és tu, poeta! — gritou, no cúmulo de sua indignação com a silhueta desfigurada de sua própria imagem. — Covarde, pois não tens mais a coragem para viver, e outra vez, igualmente covarde, não tens a audácia de matar-te a mim. Que farás tu? Se viver, hipócrita também, pois já não vive, morre, lentamente morre, e sabes que já não podes viver, duvida da vida. Que farás tu? Morrer e evitar a dúvida de viver. Hipócrita também! Quem duvida da vida, covarde, quem evita a dúvida também. Poltrão! — concluiu maneando a cabeça comiseravelmente. Mal acabara de falar e num ímpeto, auge de toda a demência, correu e jogou-se violentamente pela janela.

Á meia-noite ouviu-se um grito!

— ...ao chegar no apartamento, ao que tudo indica, dirigiu-se direto para a janela e se jogou...

Uma multidão logo se colocou próxima ao corpo, ou do que sobrou dele. Apesar da cena grotesca, as pessoas pareciam não mais do que curiosas, podia-se ver inclusive algumas conversando sordidamente algum escárnio ao lado do cadáver, outras riam-se e aquelas mais dignas ficavam simplesmente indiferentes e sem demora voltavam para suas casas preocupadas com a labutação do dia seguinte.

— ...este já é o sexto poeta a suicidar em pouco mais de seis meses. Hermes Novaes para o Mundo News.

— E então? — Perguntou Hermes um tanto ansioso. — Como ficou?

— Bom, está aprovado — respondeu Aguiar com certo ar blasé. A Clarice está meio aborrecida contigo, já faz uma semana que você não dá noticia — a esta altura a expressão de indiferença já se transformara em requisição — mulher não aguenta essas coisas amigão.

Hermes passou a mão pelos olhos e suspirou. Justificou-se com voz queixosa — se ela soubesse como tem sido difícil tudo isso, o trabalho, essas mortes...

— Ela sabe, ela tem acompanhado o noticiário.

— Eu não tenho essa certeza. Assim como o verdadeiro sentido das mortes dos poetas me escapa, seria plausível que o espectador mais distante também não o alcançasse. — Hermes fitou seu companheiro com um olhar interrogativo — Afinal, não é você que vive dizendo que a imprensa não transmite a realidade como deveria? — Prosseguiu, sem dar oportunidade de ouvir qualquer resposta — estou muito intrigado, sinto que existe algo bem maior relacionado a esses acontecimentos, há dias que não tenho uma noite tranquila de sono, mas irei vê-la hoje — disse resolutamente dirigindo-se para o carro.

Após guardar cuidadosamente seu equipamento na parte de trás do veículo, Aguiar acomodou-se no assento do passageiro, manteve-se calado respeitando o silêncio que se instalara entre ambos, não um silencio desconfortável, mas sim de maneira serena, um diálogo desprovido de palavras e em perfeita comunhão. Sucedera-lhe olhar uma ultima vez para o escarcéu ali formado enquanto puxava suavemente o cinto de segurança para enlaçar seu volumoso corpo, quando de repente, a surpresa! Aguiar não acreditava no que seus olhos viam e quase que num espasmo tateou o ombro do seu companheiro, tentando, em vão, puxá-lo pela orla da camisa sem que se virasse para o mesmo e sem conseguir dizer uma palavra sequer, a voz lhe fugira tamanho o nervosismo causado por aquele vulto branco, apenas apontava, assombrado, balbuciando alguma palavra até que finalmente irrompera — É ela, Hermes! É ela! — Hermes relanceou os olhos atônitos, todas as suas teorias, conspiradas durante as noites mal-dormidas, por mais improváveis que fossem, vieram-lhe à mente como um turbilhão. No mesmo instante, o olhar da bela mulher pousou em seus olhos, como se convocados por estes, seu rosto tinha um estranho aspecto aliviado. Abriu repentinamente e um pouco desajeitado a porta do veículo, era a grande oportunidade de solucionar aquele mistério. A jovem ao perceber que seria abordada, levantou-se rapidamente para fugir de uma situação constrangedora. Ocultou-se na multidão, correndo o mais rápido possível. Hermes tentou acompanhá-la, mas foi parcialmente impedido por um carro que atravessava a rua naquele momento, correu uns três quarteirões, mas estava a ponto de perdê-la de vista quando num ato desesperado bradou — estou com o livro! Aquelas palavras ecoaram nos ouvidos da bela fugitiva como um encanto, paralisando o seu enfeitiçado. Diminuiu o ritmo das passadas até finalmente parar e voltar-se para trás.

— [...] será que ele está falando a verdade ou será apenas um blefe? Se estiver mentindo, como saberia da existência do livro? Não... só pode estar falando a verdade, mas como soube do livro e como o conseguiu? Deve estar mentindo. Não, não é possível. Meu Deus! Do que mais ele sabe?!

Após andar alguns passos lentamente em direção ao jornalista e tentando entender tudo o que estava se passando, Hermes que a principio a estava observando, esgotado, arqueado com as mãos apoiadas, cada qual a uma perna, logo acima do joelho, tomou subitamente a iniciativa de correr ao seu encontro. Ofegante e bastante suado tentou falar-lhe, todavia achou conveniente aguardar ainda um pouco para que pudesse recuperar o fôlego.

— Olha Huxley, eu preciso...

— Onde ele está? — indagou a bela com voz firme antes que ele terminasse a frase.

— Aqui está, trago-o sempre comigo — retirou um livreto que estava retido no bolso interno de seu casaco. Ao vê-lo, Huxley levou as mãos ao rosto. Fechou os olhos em êxtase. Grossas lágrimas caíram lentamente por entre as pálpebras cerradas. Encurvou-se vagarosamente até que todo seu corpo caísse ao chão sobre os joelhos. Naquele momento todo o ímpeto que colocara na voz ao falar com Hermes desabou com ela. Desconsertado, Hermes abaixou-se e tentou consolar a jovem, enxugando-lhe com o dedo as lágrimas que lhe molhavam copiosamente o rosto. Algumas pessoas da multidão olhavam com estranhamento aquela cena, suspeitando que se tratasse de uma conhecida do morto, talvez parente ou mesmo esposa.

— Eu preciso deste livro.

— E eu preciso dessa história.

— Por favor! Apenas dê-me o livro — disse Huxley com voz suplicante.

— Tudo bem. Eu te dou o livro e em troca você me diz por que está tão interessada nele e qual a sua ligação com os poetas suicidas.

Os olhos de Huxley flamejaram ao ouvir tais palavras. Levantou-se indignada e cheia de si — mais esta, era só o que me faltava. Eu não preciso de te responder nada! Este livro me pertence. Era do meu pai e agora é meu. Eu exijo que me entregue imediatamente!

Hermes esforçou-se para conseguir conter a gargalhada depois de ouvir tanta ousadia. — Me parece que você não está compreendendo o acordo que te propus e nem a sua posição desfavorável em relação a ele. Eu estou com livro e só posso devolvê-lo se me der a matéria do jornal de amanhã. E se não te agrada, você ainda pode me processar.

Huxley fechou os olhos, tomou um pouco de ar e depois expirou lentamente como faria um yogi — Nós já tivemos essa conversa, mas tudo bem, tentarei ser a mais clara possível. A única informação que posso te dar no momento é a de que milhões de vidas dependem deste livro para sobreviverem. Mas prometo que assim que tudo for resolvido, venho pessoalmente procurá-lo para conceder uma entrevista exclusiva. O que me diz? Essa é minha ultima proposta.

— O único sobrevivente que eu pretendo salvar no momento sou eu — disse Hermes disfarçando toda sua preocupação e impondo na voz o tom mais indiferente que pode. Guardou o livro de volta no casaco e virou-se dando as costas para ela, simulando que se iria retirar. Huxley o agarrou pelo braço!

— Está bem! Vou te dizer toda a verdade!

— Somente verdade, por favor! Eu sei quando mentem para mim — por mais que isso soasse como blefe, era a mais pura verdade. Reconhecer quando alguém lhe conta uma mentira era uma das várias habilidades que ele foi desenvolvendo desde os primeiros contatos com o mundo do jornalismo quando tinha apenas quatorze anos e teve de entregar jornais para ajudar no orçamento doméstico. Seu pai abandonara a família logo após o nascimento do casal de gêmeos e perdeu a mãe pouco tempo depois vitimada pela tuberculose e teve de criar os irmãos. Fato que lhe proporcionou grande amadurecimento. Tinha uma dedicação inabalável pelo trabalho e sempre gostava de ler as novidades do dia, fossem ela nacional ou internacional, política ou esportiva, negócios ou culinária. Era aficionado pelo novo, mas certamente o que mais lhe aguçava a curiosidade eram os cadernos policiais, principalmente quando estes traziam manchetes de crimes misteriosos, crimes que desafiavam não só a policia como também a sua mente engenhosa. Chegou ao extremo de colecionar recortes desses casos não solucionados. Talvez pela influência de Agostinho Siqueira, o Tim-Tim, um senhor de meia idade que trabalhava na revisão e que fora talvez seu grande mestre. Sempre lhe contava das suas aventuras de repórter quando jovem (algumas delas bem duvidosas) e sempre que possível, o velho catava suas economias e dava ao garoto um livro de Conan Doyle ou de Agatha Christie que ele adorava.

Ser jornalista! O bombardeio de expectativas e fantasias logo desabotoou no coração do pequeno Hermes esse desejo que se não veio a ser lírio também não ficou pântano. Apesar dos modestos recursos de que provia devotou-se aos estudos e conseguiu ingressar na faculdade de jornalismo. Pode-se dizer que Hermes é um vencedor, um sobrevivente como ele mesmo não cansa de declarar. Tanto esforço levou-o a ser considerado o jornalista mais promissor da Mundo News, ganhando inclusive dois prêmios: o de repórter revelação em seu primeiro ano como periodista e o de repórter do ano, doze meses depois. Era constantemente citado entre os prováveis substitutos ao cargo de chefe de redação. Sabia que estava diante do maior triunfo de sua bem sucedida carreira. Esta era a cereja que faltava no bolo, cereja de um vermelho cintilante, uma autentica Prunus avium, retirada de delicadas umbelas sésseis de pétalas brancas e drupa globosa e doce. Estava excitado! Apanhou do bolso o pequeno gravador, projetando-o para próximo à boca de sua valiosíssima fonte, já engatilhado para receber tudo que afluiria dali.

— Estava residindo na França — iniciou Huxley —, havia já três anos e trabalhava em um projeto de pesquisa da Medical Corp. uma subsidiaria americana, quando numa tarde recebi a ligação de tio Carlos...

— Dr. Carlos Jung? — indagou Hermes.

— Sim. Ele me ligou para dar a trágica notícia do falecimento de meu pai. Não prendeu-se a detalhes, disse somente que foi encontrado morto em casa, suspeita de enfarto. Papai já vinha sendo acometido por problemas de saúde, mas escondera do tio Carlos, pois sabia que isso o deixaria muito preocupado, os dois eram como irmãos — Huxley olhou para Hermes já prevendo sua pergunta — Dr. Jung não é meu tio legitimo, o chamo assim carinhosamente desde pequena, ele vivia lá em casa, papai passava mais tempo com ele do que com a família, sempre discutindo e especulando sobre os avanços da medicina e as barreiras impostas por grupos religiosos, de defesa dos animais e a sua bioética. Tio Carlos me pediu que voltasse para trabalhar com ele, disse-me que não me preocupasse com dinheiro ou casa, pois aqui iria ganhar bem mais. Falava com uma voz sufocada, percebi que estava se esforçando para não chorar. Eu sabia que seu pedido tinha algo a mais, tinha que ser algo muito importante para que ele tivesse tal atitude, pois jamais me constrangeria a tal ponto se fosse diferente. Dois dias depois estava desembarcando aqui na cidade para o velório. Tio Carlos estava à minha espera e quando nos vimos não conseguimos conter o choro. O pobrezinho estava esquálido. No carro a caminho da Igreja Central confidenciou-me:

— ainda não lhe disse tudo, você precisa ser forte.

Ao ouvir isto estremeci da cabeça aos pés. Ele prosseguiu:

— A autópsia revelou que a parada cardíaca foi causada por vicodim, a pericia suspeita que ele tenha...

— Não! Meu pai jamais tiraria a própria vida. — Vociferei advogando-o.

— Eu sei. — Disse, apertando-me as mãos num ato de consolo — conheço o Adous melhor que ninguém, sei que ele não faria tal.

— Mas se ele não se matou...

— Exatamente. Creio que ele foi assassinado.

Assassinado... essa palavra ecoou em mim como uma implosão, abalando toda a minha estrutura. Aquela noite depois do velório descansei na casa de tio Carlos. Por volta da hora do almoço ele retornou da Clinica Morpheus onde trabalha. — Tio Carlos, sei das suas ocupações, não precisava ter vindo almoçar comigo, já estou mais conformada.

— Minha querida, eu não queria incomodá-la, ainda mais na atual situação, mas não conheço ninguém que possa continuar a pesquisa de seu pai a não ser você. Preciso que trabalhe comigo!

— Mas... eu não entendo. Como pode dizer que não conhece ninguém capaz de continuar uma pesquisa?

— Calma. Vou expor-lhe toda a situação e verá que tenho razão. — Disse-me puxando a cadeira para se sentar. Explicou-me que ele e meu pai vinham trabalhando a muito tempo em uma pesquisa psiquiátrica com pacientes de insônia. Era uma pesquisa sem precedentes, realizadas com pessoas do mundo todo. Certa vez ao colocarem um paciente na máquina de escaneamento cerebral, notaram que uma espécie de luz surgira subitamente, em forma de plasma, na glândula pineal como um flesh. Isso não lhes preocupou, pensaram ser algum defeito no aparelho, entretanto este mesmo processo se repetiu algumas vezes, sempre no memento exato em que o paciente entrava em estado de sono profundo. Foi aí que a pesquisa deu uma guinada, as atenções estavam agora voltadas para a pineal e aquele plasma singular. De início tiveram dificuldades em dar prosseguimento à pesquisa, a empresa que estava patrocinando a pesquisa tivera que cortar gastos por causa do baixo lucro que proporcionaram aos acionistas e não creditaram muito ganho na recém descoberta. Meu pai então conseguiu outro patrocinador, um empresário que preferiu manter-se anônimo, eu mesma desconheço quem seja.

Enquanto Huxley expunha a Hermes toda a situação, Aguiar que ficara no carro estava sofregamente perturbado, ávido por se inteirar do diálogo. Teve nesse ínterim o desejo de ir ter com Hermes, mas resistiu à tentação, sabia do risco de pôr tudo a perder. Quando finalmente avistou o companheiro vindo em sua direção, tinha um aspecto estranho, por pouco não saiu do carro para ir-lhe de encontro, refreou-se abrindo a porta.

— E então? Perguntou, apreensivo, ao que Hermes não respondeu, pois estava absorvido em seus pensamentos. — Fale homem! Quer matar-me? — insistiu. Hermes lançou-lhe um olhar de triunfo, seus olhos brilhavam — prepare-se para o Pulitzer meu amigo, temos a notícia da década...ora década, do século meu amigo, do século! Dirija, dirija, eu lhe conto tudo no caminho.

SEU COMENTÁRIO É MUITO IMPORTANTE!