NAZÁRIA, DE POVOADO A MUNICÍPIO: UMA ABORDAGEM SÓCIO-POLÍTICO-CULTURAL ATRAVÉS DA ORALIDADE

Franklin Costa de Lira

lira.franklin@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre a importância da oralidade no processo de comunicação e resguardo da memória de um povo.Neste caso, ele propõe investigar através de relatos de moradores do município de Nazária como se deu a evolução sócio-político-cultural no município desde a condição de povoado a sua elevação a categoria de cidade. Busca-se ainda, apontar através de relatos dos moradores fatos e acontecimentos relevantes por eles vividos e que não são apontados nos livros oficiais, pois entende-se que é necessário registrar o presente para não nos tornarmos seres sem passado. A história através da oralidade força a memória voltar no tempo, rever o passado, se firmar no presente e projetar o futuro.

Palavras-chave: Nazária. Povoado. Município. Oralidade.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na história da humanidade o homem desenvolveu diversas formas de comunicação, desde os desenhos nas pedras, passando pela comunicação oral e escrita. No entanto, a oralidade se constitui como um instrumento eficaz de registro do passado contribuindo para produção científica buscar informações para resguardar a memória social de um povo.

Antes do avanço das tecnologias, a comunicação oral se dava através do chamado “boca a boca”, crenças e histórias eram passadas de pai para filho revivendo as memorias do passado. Hoje a oralidade é diretamente responsável pelos registros escritos dos nossos antepassados,a manutenção dos costumes, culturas e valores na perspectiva de manter viva a memoria e o conhecimento.

Este trabalho consiste em analisar através da oralidade de indivíduos residentes há bastante tempo no recém-emancipado município de Nazária, no Estado do Piauí, como se deu o processo evolutivo nos aspectos sócio-político e cultural daquele lugar desde povoado a elevação à categoria de município. Portanto, buscou-se apontar um olhar diferente do oficial, ou seja, daquilo que a história oficial apresenta em seus escritos.

Todo o trabalho tem como referencial teórico principal Maurice Halbwachs, sociólogo francês, através de sua obra “Memória Coletiva”. Já a metodologia consiste na utilização dos instrumentais, pesquisa bibliográfica e de campo e pesquisa oral.

Maurice Halbwchs em seu estudo sobre a questão da memória afirma que “memoria individual existe sempre a partir de uma memória coletiva, visto que, todas as lembranças são construídas no interior de um grupo” e define memoria coletiva como sendo:

o processo social de reconstrução do passado vivido e experimentado por um determinado grupo, comunidade ou sociedade. Este passado vivido é distinto da história, a qual se refere mais a fatos e eventos registrados, como dados e feitos, independentemente destes terem sido sentidos e experimentados por alguém. HALBWACHS, 1991,p.23.

Dessa forma, a história de um povo parece estar diretamente ligada à memória, seja ela coletiva ou individual cabendo aqui promover um dialogo entre indivíduos pesquisados, bem como, análises bibliográficas com o objetivo de contribuir com novas informações que possam revelar ou até mesmo ampliar a evolução sócio-político e cultural do povo Nazariense.

Para tentar responder as hipóteses levantadas, o presente trabalho de conclusão de curso de especialização em Educação do Campo, Projovem Campo -Saberes da Terra fora composto por três capítulos, onde o primeiro capítulo abordará sobre o surgimento do povoado Nazária e o segundo capítulo abordará sua evolução sócio-político-cultural. Já o terceiro capítulo, discorrerá sobre sua emancipação política e a realidade atual.

1. O POVOADO NAZÁRIA

O recém-emancipado município de Nazária, hoje é o mais novo do Brasil. Desmembrado da capital Teresina no ano 1995, Nazária e mais doze municípios compõe a chamada grande Teresina, ou seja, complexo de municípios que ficam no entorno da capital do Piauí. Localiza-se aproximadamente a 25 Km da capital na mesorregião centro-norte piauiense e cortada pela PI - 130 no sentido sul/norte. Também é banhada em quase sua totalidade pelo Rio Parnaíba e oRiacho Sumaré.Este é considerado um dos principais pontos de lazer do município.

Segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010, informa que o município detém uma área de 363.8 km² com uma população de 8.039 habitantes sendo 4.075 do sexo masculino e 3.964 do sexo feminino. Seus limites territoriais são: ao Norte, Teresina, ao Sul,Palmeirais/Teresina, ao Leste, Teresina e ao Oeste com o Estado do Maranhão.

O fato curioso é que Nazária faz limite com Teresina tanto ao Sul como ao Norte do estado devido um litigio existente numa área onde estão localizados os povoados Pilões, Cajueiro e Fazenda Nova.Quem sai de Teresina passa por Nazária e depois Teresina.

Nazária se destaca na economia através do polo cerâmico, a agricultura e principalmente pela piscicultura, tornando-se a maior produtora de peixes do Estado do Piauí abastecendo o mercado local e de outros estados da federação.

Após várias disputas judiciais, finalmente Nazária consegue sua emancipação politica em 2005, sendo oficialmente instalado após as eleições de 2008 na qual elegeu seu primeiro gestor o senhor Francisco Ubaldo Nogueira, reeleito recentemente para gestão 2013-2016.

O povoado Nazária nasce a partir da Fazenda Brejo pertencente ao senhor Francisco Alves de Carvalho membro da tradicional família Carvalho que detém a maior parte das terras do município, conforme afirma Demerval Silva, professor, historiador e filho do mesmo:

A Fazenda Brejo que Pertenceu a Francisco Alves de Carvalho e que hoje pertence a seu neto Teodoro Ernesto de Carvalho Filho, foi por muito tempo a referência econômica da hoje Cidade de Nazária. Foi no inicio do século vinte que a Fazenda Brejo se notabilizou pela produção de açúcar, cachaça e rapadura, com terras férteis e banhada em quase toda sua extensão pelo riacho do mutum ( Sumaré ).Na fazenda se cultivou por muitos anos plantio de cana de açúcar, criação de gado, caprinos e ovinos, bem como plantação de arroz,milho e mandioca. Francisco Alves de Carvalho era casado com Lidia Ribeiro de Carvalho e teve doze filhos todos nascidos na fazenda Brejo.O primeiro carro de carroceria que apareceu na região, foi um caminhão ano 1928 adquirido por Franciaco Alves de Carvalho, esse carro depois de muitos anos fora do poder dos Carvalho, Teodoro Filho o readquiriu, reformou e levou de volta para a Fazenda Brejo, onde pode ser visto por qualquer curioso.

Não muito diferente dos demais municípios piauienses, Nazária nasce a partir da concentração de terras das famílias tradicionais que dominavam e/ou ainda dominam determinadas regiões dopaís. Essa família “Carvalho” ainda hoje consegue manter sua hegemonia, basta ver que nomes de escolas e logradouros públicos levam este sobrenome.

O homem que vive e faz história e capaz de retratá-la com nitidez, expor fatos e acontecimentos através da memoria para que as gerações futuras consiga constituir sua identidade passada.Neste sentido, houve a necessidade de ouvir através da oralidade (fala) de moradores mais antigos do município para contribuir no enriquecimento da história de Nazária conforme relata a senhora Elvina Alves em entrevista concedida a aluna Maria da Cruz da Silva Santos do Projovem Campo – Saberes da Terra no município de Nazária no Estado do Piauí.

“Em uma entrevista feita na residência de Dona Elvina Alves de Sousa Santos, 60 anos, moradora de Nazária há trinta e três anos, vamos saber um pouco da história dessa cidade:”

Em entrevista com Dona Elvina, que chegou aqui no ano de 1980, ela morava em um lugar chamado Castelhano, no município de Palmeirais e veio para cá porque se casou, pois seu esposo era daqui. Dona Elvina teve duas filhas e trabalhava na Escola Municipal Lídia Ribeiro de Carvalho como zeladora onde trabalhou 21 (vinte e um) anos. Ela conta que Nazária era diferente dos dias de hoje, era um povoado pacato, não tinha muita coisa e a igreja era uma capelinha de palha, não tinha posto de saúde, nem telefone público, o único meio de comunicação era através de recados. Na época existia três empresas de ônibus que eram: Empresa Barroso, Soares e Furtado, sendo que, era um ônibus de cada empresa que saia para Teresina pela manhã e só retornava à tarde. O único supermercado que tinha era do Sr. Cícero Carvalho, dono de uma boa parte das terras de Nazária, incluindo o lugar onde Dona Elvina morava. A família Carvalho foi uma das fundadoras de Nazária e ainda hoje é uma das lideranças da cidade, através de dona Constância Carvalho, esposa do Sr. Cícero e de seus filhos Marcelo e Neto Carvalho, dono do único posto de combustível da cidade. Dona Elvina conta também um fato inédito que aconteceu na década de 80 aqui em Nazária, Foi em dia normal comooutro qualquer, que de repente começou um vento muito forte considerado até um vendaval. Aquele vento foi tão forte que arrancou todo o telhado de um galpão que tinha na frente do comércio da família Carvalho e que ainda existe até hoje. Arrancou também muitas árvores. Foi algo que graças à Deus nunca mais foi visto por aqui. Dona Elvina revela que prefere Nazária de antes, pois não tinha muita violência, não tinha muita gente, todos se conheciam. Enfim, para ela, Nazária emancipada não mudou muita coisa. Dona Elvina não soube me responder quantos anos Nazária tem, mas fiz algumas pesquisas e descobri que ela tem 180 anos.

Nota-se que através dos relatos de Dona Elvina,somos capaz de identificar informações ainda não reveladas pela historia oficial. O olhar de dona Elvina revela com exatidão momentos vividos a mais de três décadas nesse município.Ela faz uma analise da Nazária daquela época em que havia uma capela de palha, as condições de transporte e os baixos índices de violência. Nesse sentido, Dona Elvina através da oralidade mantem viva a memória do passado.

Já a aluna Maria da Cruz funcionou como mediadora nesse processo de resgate e registro de informações e vai mais além, descobre através de outras fontes de investigação que o município tem aproximadamente 180 anos de existência, portanto, bem mais antiga que a nossa capital Teresina.

2. EVOLUÇÃO SÓCIO-POLÍCO-CULTURAL

O senhor Antônio Venâncio da Silva, em entrevista concedida à aluna EricléiaRaiane Soares Oliveira do Projovem Campo – Saberes da Terra descreve com suas palavras, fatos ocorridos ao longo dos seus quase 65 anos de vida no município de Nazária. Aqui ele se revela ator social no processo de evolução sócio-político e cultural desse município. Veja:

Meu nome é Antônio Venâncio da Silva, tenho 62 anos, moro em Nazária há 48 anos. Antes de vir morar aqui eu morava no povoado Boa Vista, também município de Nazária. Tenho 7 filhos que nasceram todos aqui em Nazária. Eu era lavrador, sempre trabalhei de roça e era assim que eu sustentava meus 7 filhos.

O senhor Antônio Venâncio relata morar em Nazária há 48 anos, tendo seus filhos todos nascidos no município. Trabalhando na roça consegue criar toda a família. Portanto, contribuiu para manutenção e crescimento da população. A roça é apontada como principal fonte de renda na manutenção da família, ficando claro que a atividade agrícola na época predominava.

Hoje o homem simples da roça já não consegue tal proeza dada às condições climáticas, a falta de espaço para plantação, dentre outros fatores. O senhor Venâncio hoje trabalha de Agente de Portaria em uma escola do município e quando consegue um espaço faz pequena plantação para ajudar no sustento familiar.

Meu pai morava em Campo Maior, ele se casou lá e veio morar aqui em Nazária. Eu nasci e cresci aqui em Nazária, desde então nunca saí daqui. Quando cheguei em Nazária tinha três lojas de tecidos dos senhores Diorde e do João Olanda, tinha feira e um mercado de carne.

Aqui, o senhor Venâncio pinta um retrato fiel da memória arquitetônica e cultural do antigo povoado Nazária ao apontar as antigas lojas de tecidos tradicionais na época, as feiras e o mercado em que o povo se encontrava não só para comercializar, mas também desenvolver suas praticas culturais. Nesse sentido, a memoria também regata valores sociais e culturais e nos chama atenção para o desaparecimento dos mesmos. As grandes edificações nos centros urbanos como os shoppings, a cada dia nos deixa cada vez mais distante dessas maravilhas do “passado” conforme relata o senhor Venâncio.

Antigamente tinha reisado e as pessoas festejavam os santos dançado e cantando musicas nas casas no mês de janeiro. Hoje ninguém faz mais isso. Isso é uma coisa que jamais vou esquecer. (...) Antes tinha só uma capelinha de palha e depois foi construída a Igreja. (...) Antigamente tinha três caminhões que usávamos para se locomover para Teresina...

Nota-se que o senhor Venâncio nesta fala resgata uma das mais importantes culturas de um povo que é o Reisado. Veja:

Reisado é uma dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, com que se festeja a véspera e o Dia de Reis. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e dançam. Reisado também é muito conhecido como Folia de Reis.(Fonte: http://pt.wikipedia.org. Acesso em: 20/01/2013).

Observa-se ainda que o senhor Venâncio descreve a capela de palha como parte integrante do cenário da cidade e símbolo da fé cristã, o transporte usado na época na condução de passageiros rumo a capital do estado. Aqui ele já aponta para a questão das condições precárias do transporte coletivo que não é tão diferente da realidade atual.

Eu prefiro a Nazária do passado,porque eu achava que era mais fácil, porque as coisas que eles produziam na roça eles vendiam na feira. E hoje ele não produz roça e nem tem feira. E também hoje tem muita violência não só aqui em Nazária, mas no Brasil todo.

Verifica-se na fala do senhor Venâncio um profundo apego ao passado por entender que as coisas eram mais fáceis, aquilo que se produzia era suficiente para sobrevivência. Seus produtos eram comercializados nas feiras o que já não existe mais no município devido à chegada de comerciantes de maior poder aquisitivo e a falta de apoio do poder público. Reclama ainda do aumento da violência por ter presenciado momentos mais harmônicos em que as pessoas sentavam nas calçadas para contar estórias e as crianças brincavam livremente nas ruas sem correrem risco algum.

3. NAZÁRIA: EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E A REALIDADE ATUAL

Em meados dos anos 90, surge no então povoado Nazária um movimento que almejava a emancipação política desse povoado, movimento este liderado por políticos locais, lideres comunitários e personalidades ligadas a Nazária.Foi então que em 1995 Nazária é emancipada conforme afirma o professor Demerval Silva:

Nazária é o mais novo município do Estado do Piauí, desmembrado da capital Teresina, em 14 de Dezembro de 1995, através de projeto de Lei da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí e de proposição do Deputado Estadual Fernando Monteiro.

Devido entraves jurídicos, Nazária passa por um longo processo de discussões finalizando somente em 2005 com a elaboração de seu Estatuto e organização da primeira eleição municipal.

No ano de 2008, o então povoado Nazária passa pelo primeiro veredito popular para escolha de seu primeiro gestor municipal e de seus futuros vereadores. Na ocasião concorreram a eleição de prefeito os senhores Demerval Silva, Jeová Alencar e Ubaldo Nogueira, sendo este último eleito para comandar o destino do mais novo município do Brasil.

Por ter sido desmembrado da capital Teresina, Nazária já nasce com uma certa infraestrutura na zona urbana como escolas, posto de saúde, iluminaçãoetc. No entanto, na zona rural as condições de vida ainda são bastante precárias, pois as antigos gestores da então Teresina esqueceram beneficiar a população que ali residem.

Nazária se destaca na economia do estado por ter um forte polo cerâmico e o desenvolvimento da Piscicultura que dá ao município o titulo de maior produtora de peixe em cativeiro do Estado do Piauí. No entanto, essas atividades não são suficientes para absolver a mão de obra local, cabendo aos seus munícipes buscarem trabalho nos municípios vizinhos, principalmente na capital Teresina.

Para muitos, a emancipação de Nazária é vista como positiva, ocorreram melhorias nas condições de saúde, educação e principalmente no transporte coletivo.Já outros alegam que o desmembramento da capital trouxe um problema serio em relação a segurança, haja visto que o município conta com poucos policiais para cobrir tamanha área territorial.

Para tanto, e necessário a intervenção do poder publico no sentido de oferecer aos seus munícipes politicas eficientes de combate ao desemprego estimulando o aumento da produção local através de incentivos bem como, qualificação profissional, principalmente na área de piscicultura já que essa é sua principal fonte econômica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de conclusão de curso de especialização em Educação do Campo ligado ao programa Projovem Campo – Saberes da Terra, propôs analisar através da oralidade de indivíduos residentes há bastante tempo no recém-emancipado município de Nazária no Estado do Piauí, como se deu o processo evolutivo nos aspectos sócio-político e cultural daquele lugar, desde povoado a sua elevação a categoria de município. Portanto buscou-se apontar um olhar diferente do oficial, ou seja, daquilo que a história oficial aponta em seus escritos.

Para tentar responder as hipóteses levantadas, o presente trabalho de conclusão de curso de especialização em Educação do Campo, Projovem Campo -Saberes da Terra, fora composto por três sessões, onde a primeira sessão abordou sobre o surgimento do povoado Nazária e a segunda sessão, sua evolução sócio-político-cultural. Já a terceira, discorreu sobre sua emancipação política e a realidade atual.

Em trabalho na sala de aula com os alunos da turma do Projovem Campo – Saberes da Terra do município de Nazária em que eles foram orientados para elaboração e execução de entrevista através de questionários aplicados com moradores que residem há bastante tempo no município, foram selecionado alguns desses trabalhos para dar suporte na construção deste TCC, no entanto, houve também a necessidade de se realizar pesquisa bibliográfica para proporcionar maior consistência ao mesmo.

O foco central do trabalho fora buscar informações de pessoas que residem no município de Nazária ainda na época em que ele era apenas um povoado e,portanto, verificar que a memoria seja ela coletiva ou individual traz consigo uma carga cultural muito forte,auxiliando o homem na busca de sua história e consequentemente sua identidade cultural.

Neste sentido, os relatos aqui expostos nos revela fatos e acontecimentos ao tempo em que denuncia certas mazelas da sociedade vivida por eles outrora. O quadro social, a vida modesta, os fenômenos da natureza relatados por Dona Alvina seguramente são situações vividas e não registradas nos livros oficiais.

Por outro lado, ainda é comum encontrar nos dias de hoje situações por eles relatadas que transcendem ao tempo, como os grandes latifúndios, a falta de trabalho, a ausência do poder público que nada mais são do problemas seculares que sucumbem a alma humana.

A oralidade no processo comunicativo a cada dia vem sendo mais necessária, não só no uso diário, mas também serve de instrumento de investigação de fatos e acontecimentos vivenciados por indivíduos “anônimos” que ao relatarem prestam um grande serviço a humanidade, revelando de forma minuciosa situações “irrelevantes,” mas de fundamental importância para o trabalho cientifico.

Por fim, é necessário registrar o presente para não nos tornarmos seres sem passado. A história através da oralidade força a memoria voltar no tempo, rever o passado, se firmar no presente e projetar o futuro.

ABSTRACT

NAZÁRIA, VILLAGE A CITY: AN APPROACH TO SOCIAL AND POLITICAL CULTURE THROUGH ORALITY

The present work aims to discuss the importance of orality in the communication process and guard of memory of a people, in this case it proposes to investigate through reports of residents of the municipality of Nazária as was the socio-political evolution-cultures in the city since the condition of town their elevation to the category of city. Search still point through reports of relevant events and facts by residents they lived and which are not mentioned in the official books, because it means that you must first register the present not to become beings without past. The story by speaking under the memory go back in time, to revise the past, take hold in the present and designing the future.

Keywords: Nazária, town, municipality, orality

REFERÊNCIAS

Disponível em: http://nazaria.webnode.com.br/news/historia-de-nazaria: Acesso em: 15/12/2012.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/nazaria: Acesso em 06/01/2013.

Disponível em: www.cepro.pi.gov.br/: Acesso em 21/01/2013.

Disponível em: www.ibge.com.br: Acesso em: 20/09/2012.

HALBWACHS, Maurice. Fragmentos da la Memoria Coletctiva. Seleção e tradução. 1991, MIGUEL Angel Aguilar D. (texto em espanhol). Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa. Licenciatura em Psicologia Social. Publicado originalmente em Revista de Cultura Psicológica, Año1, Número 1, México, UNAM- Faculdad de psicologia, 1991.

Franklin Lira
Enviado por Franklin Lira em 03/08/2014
Código do texto: T4908380
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