As Semanas de Daniel

Divinamente inspirado pela ação do Espírito Santo, o profeta Daniel, no livro que escreveu, registrou que a primeira vinda do Messias, aquele que nasceu numa manjedoura, se daria entre o ano da reconstrução da muralha que circundava a cidade de Jerusalém e o ano 38 da Era Cristã, e essa sua afirmação é fato histórico consumado.

No ano de 747 a.C., com a morte do rei Jeroboão II, Menahém subiu ao trono do reino do Norte ou Israel. Nesse período, o antigo Estado de Israel havia sido dividido em dois reinos distintos: Reino do Norte, ou Israel, e Reino do Sul, ou Judá.

Dois anos depois, em 745 a.C., Ful, um antigo general, assumiu o trono da Assíria, uma nação mesopotâmia situada no lado esquerdo do Rio Eufrates, com o título de Teglath Phalasar III. Logo, em uma campanha de expansão territorial, invadiu a Síria e Canaã. Menahém não lhe declarou guerra, preferiu tornar-se seu tributário, pagando-lhe cerca de 1 mil talentos ou 34,272 toneladas de prata anuais.

O monarca israelita elevou os impostos para recolher, de seus súditos, o dinheiro, e assim honrar o tributo exigido pelo monarca assírio. O tributo de antigamente é uma espécie de superávit primário que governantes recolhem do povo para honrar empréstimos impagáveis tomados a banqueiros-sionistas-cabalistas-illuminati que amam escravizar nações carentes por meio de uma dívida impagável.

Com esse ato infame, o povo revoltou-se, matou o futuro herdeiro e tomou o poder. Ao se sentar no trono real, o rei Oséias firmou uma aliança política com o Egito, e deixou de recolher o tributo que a Assíria lhe impusera. O ambiente estava pronto para o revide.

Salmanaser V, novo imperador assírio, por três anos sitiou a Fortaleza de Samaria, capital do Reino do Norte. Inesperadamente, o imperador assírio morreu, e Sargão II, que assumiu seu lugar, apoderou-se da cidadela, em 721 a.C., e o total de 27.209 judeus foi levado para o cativeiro na Assíria. Nessa data, o Reino do Norte deixou de existir como nação.

No ano de 625 a.C., Nabopolassar começou a governar sobre o Sul da Mesopotâmia, região situada no lado direito do Rio Eufrates, e fundou a dinastia neobabilônia. Nesse período histórico, Ciaxiares governava sobre a Média, uma região ao Nordeste, nas montanhas do atual Irã. Os exércitos da Média, ao Norte, e de Babilônia, ao Sul, coligados, marcharam para destruir a Assíria, e em 612 a.C. conquistaram a cidade de Nínive, capital do Império Assírio, mas o monarca assírio fugiu e se estabeleceu em Carquemis.

Neco, faraó do Egito, que era aliado da Assíria, seguiu para Carquemis em apoio ao monarca mesopotâmio, mas também desejava se apossar daquilo que sobrara de seu aliado derrotado. Como aliado de Babilônia, Josias, rei do Reino do Sul, tentou se opôr ao deslocamento das tropas de Neco, e foi morto na batalha. Derrotado pelas tropas coligadas da Média e da Babilônia, ao retornar, Neco fez do Reino do Sul seu vassalo.

O imperador babilônio, Nabopolassar, reinou por quase 21 anos (625/605 a.C.), e não mais podendo suportar as fadigas de uma campanha militar distante, o soberano enviou Nabucodonosor, príncipe herdeiro, para reconquistar os territórios da Assíria que se recusaram pagar tributos exigidos.

Nesse período histórico começaram fatos que culminaram com a destruição do fenomenal Templo de Salomão, a gigantesca fábula arquitetônica que enchia os olhos do transeunte.

Em 609 a.C., ao retornar derrotado de Carquemis, o faraó Neco colocou Eliaquim, filho de Josias, no trono de Judá, e mudou seu nome para Jeoaquim. Em 605 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém e manteve Jeoaquim no poder; porém, cerca de 3 anos depois, o monarca judeu se rebelou, mas novamente foi derrotado pelos caldeus, e no trono foi colocado seu filho Joaquim.

No curto período de 3 meses depois, o rei judeu se rebelou, Jerusalém foi novamente sitiada e invadida, e uma grande leva de prisioneiros foi desterrada para Babilônia, em março, ou Adar, de 598 a.C. Nessa ocasião, o profeta Daniel, um jovem de 13 anos, seguiu com o monarca para o exílio em Mesopotâmia, onde faleceu aos 85 anos (cfe. II Reis 24.8-15).

O soberano mesopotâmio colocou no poder a Matanias, seu tio, e mudou seu nome para Zedequias, como rei vassalo (cfe. II Reis 24). Porém, cerca de 11 anos depois, Zedequias se uniu a uma liga formada por Edom, Moabe, Amon, Fenícia e Egito, deixando de pagar o tributo exigido por Babilônia. Após 18 meses de sitiada por uma vala de circunvalação, a cidade de Jerusalém foi conquistada pelas tropas babilônias, no 10º dia do 10º mês do ano de 588 a.C.

O rei Zedequias fugir, mas foi aprisionado e levado à presença do imperador. Teve seus olhos vazados após presenciar a execução de seus filhos. Para dar vazão a sua ira incontida, o soberano caldeu mandou destruir o templo, as construções e as muralhas da cidade. A massa de prisioneiros foi levada para o cativeiro em Babilônia, onde passou 70 anos.

O primeiro retorno de judeus, de Babilônia para Jerusalém, ocorreu no ano de 538 a.C., quando o imperador persa, Ciro, o Grande, que no ano anterior havia conquistado o Império Babilônio, nomeou o judeu Sesbazar governador de Jerusalém, e o enviou com a função específica de reconstruir o Templo de Jerusalém, que havia sido destruído 50 anos antes. Contudo, devido a dificuldades múltiplas, o governador construiu apenas as fundações da edificação religiosa (cfe. Esd 3.6-13; 5.14-16).

O segundo retorno realizou-se no mês de Tishrei, equivalente a setembro/outubro, no ano de 520 a.C., quando o imperador persa, Dario, o Grande, nomeou o judeu Zorobabel governador de Jerusalém, e o enviou com a função específica de reconstruir o templo, e este foi inaugurado em 515 a.C. (Esd 6.7; Ageu 1.1).

O terceiro retorno ocorreu quando o imperador medo, Artaxerxes Longímano, no ano de 445 a.C., nomeou Neemias governador de Jerusalém, e o enviou com a função de reconstruir as muralhas que haviam sido destruídas, cerca de 143 anos antes. Os serviços construtivos duraram apenas 52 dias, fato que deixou perplexos inimigos, das redondezas, que haviam conspirado para eliminá-lo (Nee 2.10-18; 12.27-43).

O profeta Daniel, que aos 13 anos de idade havia sido enviado para o exílio em Babilônia, com a queda de Jerusalém por guerreiros caldeus de Nabucodonosor, no ano de 598 a.C., registrou que “Setenta Semanas” haviam sido reservadas, exclusivamente, para que o Eterno tratasse diretamente com a nação judaica.

Na Edição Revista e Corrigida, da Bíblia, traduzida pelo cidadão português, João Ferreira de Almeida, o versículo 24 do capítulo 9 do livro de Daniel tem o registro “setenta semanas”. Porém, no texto original hebraico, aparece a expressão “setenta setes”, e corresponde a setenta semanas de anos.

Se caso fosse semana de dias, a expressão hebraica viria acompanhada do vocábulo “yamin”, diz o escritor Antonio Gilberto em sua obra literária “Daniel e Apocalipse”.

É interessante observar que o profeta dividiu as Setenta Semanas de Anos em três grupos distintos (Dan 9.25-27).

O primeiro grupo é de “sete semanas”, e equivale a 49 anos, sendo que sua contagem de tempo começa em 445 a.C., data em que as muralhas de Jerusalém foram reconstruídas pelo governador Neemias, e vai até o ano de 396 a.C.

O segundo grupo é de “sessenta semanas”, e equivale a 434 anos, sendo que sua contagem de tempo começa em 396 a.C. e vai a 38 d.C.

Então, segundo os registros de Daniel, o Messias deveria fazer sua aparição física, a seu povo, dentro dessa faixa de tempo, e isso é fato histórico consumado.

O antigo povo judeu examinava os escritos do profeta Daniel, e tinha pleno conhecimento da data em que o Messias se manifestaria, tanto que as jovens judias, desse período, costumavam se casar aos 14 anos, desejosas de ser a mãe daquele que viria para resgatar seu povo.

O Messias veio, em carne e osso, e de origem humilde, mas foi rejeitado pela cúpula do Sinédrio, que o pendurou num madeiro. A partir desse momento negro, essa liderança, por rejeitá-lo, passou a envenenar a mente do povo com a falsa mensagem de que os escritos de Daniel não correspondiam à realidade, como passou a proibir o seu povo de examinar os escritos do profeta, e ainda chegou ao cúmulo de emitir uma maldição para todo judeu que se ater a esses escritos.

O zoologista, ex-ateu e palestrante adventista sul-africano, Walter Julius Veith, afirmou que, no Talmude, página 979, Seção 2, Linha 28, rabinos cabalistas inseriram, nessa obra literária, uma maldição para todo judeu que ousar interpretar o conteúdo profético do livro de Daniel:

“Os ossos das mãos e ossos dos dedos se caíam e se decompõem, a aquele que se volte às páginas do livro de Daniel para saber o tempo de Daniel 9.24-27. E que sua memória desapareça da face da terra para sempre”.

Cerca de três décadas após a crucificação, legiões romanas, comandadas pelo general Tito Vespasiano, pai, invadiram o antigo Estado de Israel. No ano 70 caiu a cidade de Jerusalém. Mais de um milhão de judeus morreram nos combates, velhos e crianças foram passados ao fio da espada, as mulheres foram estupradas, e jovens robustos foram reservados para morrer em combates sangrentos nas arenas do império.

Das Setenta Semanas de Anos do profeta, sessenta e nove delas já se cumpriram, e assim deixaram de ser um registro profético para se tornar fato histórico consumado.

Dito isso, falta tão somente o terceiro grupo, e este compreende apenas a última das setenta semanas de anos anunciadas por Daniel (cfe. Dan 9.27). Ela equivale a sete anos, sendo que sua contagem de tempo terá início, somente, no segundo após o Arrebatamento da Igreja (cfe. II Tess 4.13-17).

Como o Messias veio no tempo determinado e o Sinédrio judaico o crucificou, antevendo isso, é que a sabedoria divina colocou um intervalo de tempo entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel, e este já dura, até a data de hoje, cerca de 1980 anos.

Biblicamente falando, essa última semana de anos é chamada de Tribulação, e abarcará todo ser humano que for deixado para trás. Esse período de severos juízos divinos somente se findará com a vinda do Messias, que, nessa ocasião, virá para tomar posse do planeta esbulhado pelo Grileiro especializado em enganar criaturas formadas à imagem e semelhança de seu Criador.

A 70ª Semana de Daniel está de acordo com os escritos do apóstolo Mateus, que havia sido um empresário de sucesso, a serviço do Império Romano, na cobrança de impostos, atividade abominável que o levou a ser duramente odiado por seu próprio povo.

Para esse apóstolo, torna-se necessária a vinda de Jesus, o Messias prometido pelas Escrituras, para que seja fechada, com chave de ouro, a última semana de anos do profeta veterotestamentário.

Devo lembrar a todos, que esses sete anos será o tempo de duração que o Eterno irá permitir ao Falso Messias, que este se manifeste para exercer um governo único planetário sobre todas as nações atuais, porquanto esses seres decaídos desejam viver como se o Senhor dos Senhores não existisse. Juízos terríveis, durante esse período, serão uma grandeza.

O Polvo Cabalista

Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, 14 de setembro de 2018.

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 13/12/2018
Reeditado em 07/04/2022
Código do texto: T6525970
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