Colheita na Pandemia

Aposentados há bastante tempo, minha mulher e eu já havíamos alcançado algumas metas, quando iniciou o isolamento social, por conta da pandemia da covid-19. No âmbito turístico, tínhamos concluído as visitas a todas as regiões do Brasil, finalizando com a do Norte, sendo Macapá a última capital a ser visitada. Era esse o propósito, com o fim de embasar os capítulos do livro "Meu Brasil de Cabo a Rabo". Agora, como dizem que "não há um mal que não traga um bem", a quarentena nos permitiu uma "trégua nos compromissos sociais", sobrando tempo para os afazeres domésticos e até algumas reformas internas na casa.

Considerando que as aulas presenciais foram transformadas em online, estamos intensificando o nosso aprendizado pela internet, o da mulher, aula de violino, o meu idiomas. Isto nos traz uma ocupação útil, deixando de lado a perniciosa ociosidade, que tem levado muita gente à depressão, nesta pandemia. Administrar a nossa mente, direcionando-a para um hobby saudável, é uma escolha nossa, fugindo das queixas a terceiros, por conta de qualquer mal existente. Não é à toa que se costuma dizer que "cada um deve fazer a sua limonada, aproveitando seu próprio limão". Se, até o momento, estamos livres do coronavírus, o que já é uma grande virtude, não podemos desperdiçar o tempo do nosso isolamento com coisas inúteis. Se nos queixávamos de falta de tempo para a leitura, agora não há razão para tal. Então, que voltemos ao hábito anterior, o da leitura dos grandes clássicos da literatura nacional, uma vasta plêiade que ninguém pode negar. E eu fico com os irmãos nordestinos, a exemplo de Jorge Amado, Jorge de Lima, Graciliano Ramos, José de Alencar, Ariano Suassuna, Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e tantos outros nordestinos de fibra, na arte de escrever bem. E, para os que gostam mesmo da telinha, fiquem aqui no Recanto das Letras, que há escritores para todo gosto, de Norte a Sul do Brasil e até do exterior. Que todos nós saibamos colher uma uma boa safra, nesta colheita da pandemia.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 25/11/2020
Reeditado em 26/11/2020
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