QUE A PAIXÃO SAIBA CUIDAR DE NÓS... OSWALDO MONTENEGRO...
O verão chegou trazendo a voz
Da paixão que escorre mel do sol
E incendeia o nosso coração
Menino
Brincando na areia.
Que a paixão saiba cuidar de nós
Passageiros como a luz do sol
Que incendeia o nosso coração
Menino
Brincando na areia.
Música: Mel do Sol.
(Oswaldo Montenegro).
Nessa música tão linda de Oswaldo Montenegro, ele fala da paixão como algo efêmero , tão breve como a luz do sol; sente-se passageiro nessa jornada, vivendo essa relação.
A paixão é vista como um sentimento que consome o corpo, que incendeia o coração, rápido como os amores de verão.
Traz a sua criança, o menino brincando na areia, que nunca vai deixar de acompanhá-lo no tempo da sua existência.
Nessa atemporalidade, seria como se a sua criança o protegesse dos rompimentos, das perdas e parece buscar uma completude e a recusa aos limites do tempo e as intolerâncias às suas frustrações e a sua dor.
E a música continua,
Madrepérola de cores vãs
No vitral insone das manhãs
que eu vi passar enquanto o sol
Menino
Brincava na areia.
Ao trazer a madrepérola, símbolo de proteção, parece buscar refúgio , abrigo, diante da brevidade e dos seus sentimentos.
Novamente traz a sua criança que sempre vai acompanhá-lo, pois o vitral reluz o seu brilho que permanece apenas enquanto a luz do sol brilhar.
Para Freud, a paixão é vista como posse, manipulação, passionalidade, um sentimento que pode fugir do controle, e o que antes era muito prazeroso pode vir a adoecer.
Querer viver sempre no "princípio do prazer puro" acaba sendo muito doentio, pois quando pendemos muito para um dos lados, o outro lado ressurge com muito mais forças.
Do prazer surge o desprazer e a relação pode vir a sofrer com um controle doentio, a eterna necessidade de um querer inconscientemente vigiar ou manipular o outro.
Na fase do amor idealizado demais, o outro é perfeito aos nossos olhos, acabamos vivendo em simbiose, onde se perdem as nossas individualidades.
Quando ambos diminuem essa "projeção maciça" em relação ao outro, e começam a aceitar as imperfeições, tanto de si como o do outro, podem abrir espaços para realmente viverem um amor desapegado.
Jung se refere a esse amor, como o "amor ágape", o amor que liberta na sua plenitude, onde quer que a pessoa amada se realize na sua totalidade; se dedica para o outro, mas deixa e aceita que o mesmo percorra um caminho diferente do nosso, ou seja, um amor que liberta e não aprisiona!.
"Em última análise, precisamos amar para não adoecer".
Sigmund Freud.
"Onde o amor impera, não há desejo de poder; onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro.
Carl Gustav Jung.
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https://youtu.be/MlWTO8dl2bc
( Mel do Sol ).
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