CREED - ROCK PARA ATEUS E CRISTÃOS

Apesar das mensagens de esperança e shows quase messiânicos, Creed garante que não é uma banda cristã

Independente do gênero musical, inúmeros são os cantores seculares que seguem ou têm alguma afinidade com os princípios cristãos. Um dos personagens que melhor define esse comportamento é o cantor Bono Vox, líder do U2. E como cada um age à sua própria maneira, para o irlandês a prática da religião parece ter o mesmo peso e medida de se envolver em causas humanitárias, tanto que ele já usou os shows da banda para conclamar ao público que enviasse mensagens via celular até para o presidente dos Estados Unidos. Na mesma linha comportada de Bono, mas sem nenhum merchandising, seguem os integrantes da banda de rock alternativo Creed. Fundada há cerca de quinze anos na Flórida, o quinteto norte-americano costuma explorar o sentimentalismo humano em suas composições, rebuscadas de inconformismo e mensagens de esperança, além de algumas alfinetadas – a quem de direito – no que se refere a questões de ordem política e social.

Foi com esses ingredientes aliados, é claro, a um som que agrada em cheio à galera grunge – aquele estilo musical independente que estourou em Seatle nos anos 1990, tendo como principais precursores grupos como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden –, que o Creed chegou ao auge do sucesso e conquistou uma grande legião de fãs dentro e fora dos Estados Unidos. Desde o álbum de estreia My Own Prision (1997) – na opinião de muitos, um trabalho com forte conteúdo espiritual – e a assinatura do primeiro contrato profissional, que o grupo não parou mais de alçar voos cada vez mais elevados. Seguiram-se Human Clay (1999); Weathered (2001), Greatest Hits (2004), e depois de uma pausa sem maiores explicações – houve, na época, indícios de desavenças entre o vocalista Scott Stapp e o guitarrista Mark Tremonti – a banda retomou a estrada e o rumo do sucesso com Full Circle, no ano passado. No auge da fama, eles conseguiram colocar sete singles consecutivos em primeiro lugar nas paradas de sucesso americanas.

Apesar dos shows do Creed parecerem verdadeiros cultos messiânicos, é bom ninguém pensar que se trata de uma banda religiosa. "As pessoas estão confundindo as coisas, achando que somos uma banda religiosa, mas não somos. Eu estava me questionando, lidando com certos assuntos e indo contra todas as convicções que tinham me ensinado durante minha vida. É difícil para as pessoas entenderem isso porque elas são usadas, estando sujeitas a religiões ou denominações", esclarece Scott Stapp.

Religiosos ou não, a verdade é que o som do Creed continua fazendo a cabeça dos mais diferentes públicos, inclusive de muitos evangélicos. "É surpreendente para mim como as coisas acontecem. Há ateus e cristãos que amam nosso trabalho. Isso é legal porque é como se atravessássemos um buraco, talvez os ateus possam aprender alguma coisa com essas pessoas e os cristãos possam aprender alguma coisa dessas pessoas”, sintetiza o vocalista.

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JDM

José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 30/03/2010
Reeditado em 04/10/2022
Código do texto: T2167878
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