A ARTE DA MÚSICA

Ao bater de mãos e pés, o homem da caverna já assimilava o som e o seu ritmo, imitando o sopro do vento, o ruído das águas e o canto dos pássaros. Posteriormente, com pancadas na madeira, celebravam o deus desconhecido. Mas o conceito de música propriamente dita já se concretizou na Antiguidade. O povo semita possuía uma música mais elaborada e criatividade. Conforme a Bíblia, os judeus tinham a música como hábito, estendendo a musicalidade pelo Japão, Birmânia, Tailândia e Java.

No entanto, foram os gregos, a base da civilização musical, em que “Mousikê vem a significar “a arte das musas”, incluindo a poesia e a dança à música. Seu sistema musical possuía escala de quatro sons – o Tetracorde. Desse vieram, posteriormente um total de oito escalas, as quais permitiam linhas melódicas. Os Modos, sistema musical grego veio a ser o Modal. Eles ignoravam as harmonias, mas com os modos (sentido moral), o Ethos, criava-se ritmos sensuais, religiosos e guerreiros, com a melodia-padrão mais fáceis. Vieram a Cítara, que descendia da lira, com cordas. O instrumento de sopro era o ancestral do atual oboé.

Os romanos herdaram a sua música dos gregos, porém sem o seu refinamento. Na Idade Média inspiravam-se nos Salmos da Bíblia. Os grandes centros musicais da igreja – Bizâncio, Roma, Antioquia e Jerusalém eram os grandes centros da música. A liturgia da Igreja Romana dera ao canto religioso um estilo Galicano. O Papa Gregório Magno fundou a Schola Cantorum, que veio a ser chamado Canto Gregoriano.

Mais tarde surgia na França a polifonia erudita. E o contraponto gerou novas formas vocais, o Motete, o Conducto e o Rondó, que foram denominados Ars Nova. Compositores desse período: Jacopo da Bologna, Gherardello da Firenze, Witzlav Von Ruegen, Francesco Landino, Giovanni da Cascia, Jean de Grouchy, Jean de Garlande e Johannes Ciconia.

Na Renascença, a invenção dos mestres franco-flamengos foram os pioneiros do estilo renascentista. A virtuosidade teve o destaque de Guillaume Dufay (1400-1474) e Johannes Ockeghem (1430-1496). Mas o mais brilhante de todos foi Josquin dês Prés (1445-1521). Na Europa surgiram, desse estilo, alguns outros gêneros de canção (chanson, song e lied).

No Barroco, o homem tem o seu papel marcante na música. Vieram os acordes de um instrumento (baixo contínuo), melodia acompanhada. Houve o retorno às tragédias gregas cantadas, as quais deram início a opera, na Itália, que refletia a abundância da burguesia. Fez sucesso a Eurídice (Jacopo Peri – 1561-1633) e Giulio Caccini (1550-1618). Na Alemanha, Heinrich Schütz (1585-1672 e o ítalo-francês Jean-Baptiste Lully (1632-1687). Na Inglaterra, Henry Purcell (1658-1695), que usou inovações para a criação de Trio-Sonatas, precursor da música instrumental do século seguinte.

No Rococó veio a classe de cantores, desde meninos, preparados para manterem uma voz aguda feminina – os castrati. Deste estilo, surgiu a ópera buffa, satírica. Houve progresso dos instrumentos musicais, que chegaram aos salões de nobreza. Desse período, houve grandes talentos musicais – Arcângelo Corelli (1653-1713), violinista e compositor. Antonio Vivaldi (1678-1741. Georg Philipp Telemann (1681-1767, dando preferência aos instrumentos de sopro. Comenico Scarlatti (1683-1764) e François Couperin (1668-1733), com o estilo galante ou Rococó.

Temos que acrescentar o talento de Georg Friedrich e Johann Sebastian Bach, eram alemães e protestantes, criaram peças de variados gêneros musicais e instrumentais.

“Com a invenção da fuga tonal, Bach revolucionou o sistema musical vigente, que era baseado em intervalos sonoros desiguais. Seu Sistema Temperado veio a possibilitar intervalos sempre iguais entre as notas, igualando todos os semitons. O primeiro volume do Cravo Bem Temperado foi publicado em 1722, o mesmo ano em que surgiu o Tratado de Harmonia de Rameau. Os dois acontecimentos, em conseqüência, efetivaram a nova ordem, anunciando grandes períodos.”

Os Clássicos tenderam para uma linguagem de religião, de amor, de trabalho, etc. Buscavam a pureza total. O ideal estético era a perfeição da forma. O compositor mais expressivo desse espírito foi Joseph Haydn (1732-1809). Outros, François Gossec (1734-1829) e Ludwig Spohr (1784-1859).

Na ópera, coube a Christoph W. Gluck (1714-1787) torná-la séria. Com o classicismo maduro, surgiu Wolfgang Amadeus Mozart(1756-1791), considerado o maior dos clássicos. Com o declínio do rígido formalismo clássico, aparecia Mozart, com novas concepções, mas morreu muito cedo. Surgia, então uma tendência pré-romântica, e Ludwig van Beethoven (1770-1827) causou impacto, dando à música maior energia, denunciando o fim da aristocracia e anunciando o romântico mundo novo.

Com o surgimento do “Romantismo” diminuiu a força de expressão individual. Paganini (1782-1840), com um virtuosismo “diabólico”. Schubert (1797-1828) de natureza terna e delicada. Mendelssohn (1809-1847) nas sinfonias Italiana e Escocesa. Rossini (1792-1862); Bellini (1801-1835) e Donizetti (1797-1848) mestres na criação operística romântica.

Carl Maria Von Weber (1786-1826) germanizou a ópera. Veio Richard Wagner (1813-1883) – cria o Drama Musical, em que reúne a pintura, a poesia e a arquitetura e a música.

Na França, Giacomo Meyerbeer (1791-1864), com a criação monumental, Grande Ópera. Jacques Offenbach (1819-1880), preferiu a leveza e criou a Opereta. Giuseppe Verdi (1813-1901), força dramática das óperas.

Frédérie Chopin (1810-1849) tocava as mazurcas e polonaises ao piano. Franz Liszt (1811-1886), as Rapsódias Húngaras.

Na Rússia, Mikhail Glinka (1804-1857) liderou o Grupo dos Cinco – Rimsky-Korsakov, Cesar Cui, Blakirev, Borodin e Moussourgsky. Afastou-se do sistema tonal tradicional para cultuar os exóticos sons modais da música sacra eslava e do folclore russo.

A Tchecoslováquia teve Bedrich Smetana (1824-1884) e Antón Dvorak (1841-1904) no romantismo nacionalista. Na Noruega, Edvard Grieg (1843-1907). Na Finlândia, Jan Sibelius (1865-1957).

Impressionismo – Claude Debussy (1862-1918) surgia com o Impressionismo, explorava o encadeamento de acordes, várias tonalidades. Maurice Ravel (1875-1937) compôs obra para piano, canto ou orquestra, já com traços impressionistas, mas com estética rigorosa nos seus trabalhos.

Na Rússia, Prokofieff (1891-1953), Shostakoivitch (1906, Kabalevsky (1904 e o armênio Khatchaturian (1903; na Espanha, Albéniz (1860-1909, Granados (1867-1916); na Tchecoslováquia, Janacek (1854-1928).

A arte rebelde dos nossos tempos – Igor Stravinsky (1882-1971), com Sagração da Primavera, causou escândalo. Surgiu, então, uma corrente nacionalista, na Hungria, Béla Bartók (1881-1945). Nos Estados Unidos, George Gershwin (1898-1937), com o “jazz”. No Brasil, Heitor Villa-Lobos (1887-1959), inspirou-se no folclore. Alexandre Levy (1864-1892), Alberto Nepomuceno (1864-1920) e Ernesto Nazareth (1863-1934), explorando temática indígena, africana e europeia, que originaram a cultura do Brasil. Mais tarde surgia a música eletrônica, com sons tratados em laboratórios. As contradições surgem e nos dão a Música de Vanguarda.

Rita de Cássia Amorim Andrade – baseado em “Grandes Compositores” (Abril Cultural).

Rita de Cássia Amorim Andrade
Enviado por Rita de Cássia Amorim Andrade em 10/02/2011
Código do texto: T2783517
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