KATY PERRY - SUCESSO NAS PARADAS, FRACASSO NA IGREJA

Boicotada por público cristão, Katy Perry critica o uso de referências bíblicas em apresentações musicais

Na adolescência Katy Perry costumava cantar em igrejas, muito mais por incentivo dos pais do que, propriamente, vocação ministerial. Filha de pastor evangélico, muito natural que a cantora e compositora norte-americana, que completou 26 anos em outubro passado, seguisse o mesmo caminho trilhado pela família; entrentanto, nao foi nada disso que aconteceu, e sua trajetória cristã se restringe ao lançamento de um único álbum – Katy Hudson –, e uma discreta participação como backing vocal na música Goodbye for Now, da banda de rock P.O.D. “Meus pais eram muito rígidos, e algumas pessoas são fascinadas com a ideia de uma grande história: ‘boa menina, com pais cristãos, vai para o caminho errado’”, revelou, durante entrevista à revista britânica Q Magazine.

Com várias músicas nas paradas de sucesso e um estilo que mescla conservadorismo – a moda retrô – com ousadia, a cantora se tornou um dos ícones do pop rock adolescente e um fenômeno de popularidade, a ponto de chamar a atenção de celebridades como Miley Cyrus e Madonna. Só no Facebook ela soma cerca de 17 milhões de fãs, e recentemente postou uma foto ao lado do badalado Mark Zuckerberg – o criador da famosa rede de relacionamentos – no Twitter, onde conta com mais de 5 milhões de seguidores, números que devem aumentar por aqui já que a participação dela está confirmada para Rock in Rio, que acontece em setembro.

Hoje, casada com o ator e comediante inglês Russell Brand, Katy Perry colhe os frutos de seu trabalho no meio secular. Só que, na contramão de todo esse sucesso, ela tem sido praticamente boicotada por grande parte dos crentes, que não compactuam com seu comportamento um tanto quanto desregrado para quem provém de uma família cristã e que, num passado recente, esteve com os dois pés na igreja evangélica. Músicas como I Kissed a Girl – ou, eu beijei uma garota, em bom português – tornaram-se alvos de críticas, justamente por transgredirem os princípios religiosos apregoados pelos cristãos. No entanto, apesar de toda essa distância que parece afastá-la da igreja, a cantora costuma separar muito bem a religião da profissão e, em suas declarações à imprensa, não tem poupado os artistas que fazem uso de referências bíblicas durante seus shows.

Além do próprio marido, alertado para que diminua as piadas de teor religioso, a cantora Madonna também não escapou de suas alfinetadas por, segunda ela, recorrer de "forma abusiva" à religião para "dramatizar e gerar polêmica durante suas digressões internacionais". “Eu não entendo quando artistas usam isso, como quando a Madonna subiu em uma cruz para cantar”, cutucou, referindo-se à turnê Confessions, de 2006. Na ocasião, a popstar se postou à frente de uma cruz de espelhos usando uma coroa de espinhos. “Para mim, espiritualidade é uma coisa importante e eu não gosto quando as pessoas não levam isso a sério”, conclui.

Fonte: Revista Eclésia - Edição 147

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José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 10/03/2011
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T2839724
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