Ouro de Tolo, ódio ou raiva?

Só agora sei que o abençoado que compôs Ouro de Tolo não foi Raul Seixas, mas na voz dele significou pra mim em algo que eu pretendo contar aqui.

Vou contar somente por que me causou ódio a letra da canção Ouro de Tolo.

Enquanto deitado na minha cama ouvindo Raul, obtendo pela primeira vez contato com “o seu pensamento jogado fora”. É que suas músicas eram aquelas que se serviam em protestar lendo e analisando um livro fechado, Raul Seixas não era cientista, ao que parece.

Mas, antes me incubo em fazer para o leitor a pergunta: o que Ouro de Tolo te causa? Raiva? Ódio?

A canção já se inicia com um verbete de deboche: "ouro de tolo". Ora, quem é o tolo? Nós, que precisamos do dinheiro para comprar, vender e adquirir bens para o nosso “legal” deleite? Legal aqui é, tão apenas, em sentido de direito, afinal ainda existe o direito para eu usufruir do meu dinheiro, antes que algo ou alguém impeça, é sobre aquilo, o direito, que também quero dizer utilizando a palavra “legal”. Essa música, quando ouvi a primeira vez na voz dele que como agora no último documentário sobre sua carreira, O Início, o Meio e o Fim, do diretor de cinema Walter Carvalho, por que não fazer o principal que é provar as letras das canções de Raul Seixas como verdade de pensamento, já que são elas as letras que causam tanto frenesi por falar em absurdidades, dos exageros cantados. “Tresloucadas” as canções dele para está dentro até em instituições de pensamento, como universidades e academia de escritores. Que ele foi um revolucionário filósofo. Uma pessoa puxa a reboque, enquanto o povo sabe que, na religião, nas ciências, e na filosofia, tudo o que se quer alcançar tem que se valer pelo que é verdadeiro e mesmo as contraditariedades inerentes nos pormenores do saber desconhecido, a verdade é alcançar. Mas a verdade não é mera coadjuvante, muito pelo contrário, buscar a verdade foi o que moveu homens e mulheres no passado, desde os primeiros pré-socráticos até as iluminadas tentativas de pensamento do humano da arte renascentista criativa, e não pararia em nenhum momento do pensamento universal, pois os povos de todas as nações não páram de criar muitas outras “novas” coisas com formas iniciais de pensamento, para se dar em cultura.

E qual o problema com Ouro de Tolo para eu ter destilado o meu veneno na música do cantor Belchior, dizendo te-la odiado? Mas, para mim, e exclusivamente a mim, eternizou-se com Raul, por que, sobre alguns motivos eu posso afirmar a voz grave de raulzito, como um intruso falando e me autorizando para que eu não me iluda na sociedade capitalista e consumista que é as coisas. Como obter pelo meu salário um corcel sessenta três, como diz em Ouro de Tolo.

sergio bittencourt silva filho
Enviado por sergio bittencourt silva filho em 06/07/2012
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T3763844
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