Joe Bonamassa | Driving Towards the Daylight

No dia 22 de maio desse ano, Joe Bonamassa, renomado guitarrista solo e um dos membros do recente supergrupo Black Country Communion, lançou seu décimo primeiro álbum de estúdio em parceria com um dos gigantes das produtoras. Driving Towards the Daylight foi produzido por Kevin “Caveman” Shirley, o mesmo nome responsável por criar cachorros grandes como The Black Crowes, Aerosmith e Led Zeppelin. Essa não é a primeira vez que Shirley e Bonamassa trabalham juntos. A bem da verdade, esse é o sétimo álbum pelo sexto ano consecutivo lançado em parceria pelos dois.

Bonamassa se consagrou como um dos melhores guitarristas de sua época deixando claro seu amor pelo blues de outrora e pelo rock setentista gravando faixas de seres iconográficos em parceria com o produtor Tom Doud, responsável por deixar seu álbum digno das influências que ele apresentava. Driving Towards the Daylight é um testemunho do amor de Bonamassa pelo blues antigo e um tiro certeiro na competência como compositor. Aqui encontra-se apenas três músicas de sua autoria em um álbum de 11 faixas escritas por nomes como Robert Johnson, Chester Burnett, Willie Dixon, Bernie Marsden, Tom Waits e outros.

As três únicas composições de Bonamassa, Dislocated Boy, Driving Towards the Daylight e Heavenly Soul são tão bem construídas e pensadas que não parecem deslocadas entre as demais. Esse fato só comprova que Bonamassa é um artista equilibrado e completo como intérprete e compositor. Heavenly Soul é um rock influenciado pelo blues setentista e se identifica bastante com o country/rock Somewhere Trouble Don't Go, de Buddy Miller. Essa última, Bonamassa colocou tanto de sua interpretação característica na música e a trouxe tanto para sua zona de conforto que as duas canções se aproximam de tal modo que parecem ser do mesmo autor. O mesmo acontece com a segunda faixa, Stones in my Passway, de Robert Johnson, a qual Bonamassa extraiu apenas uma passagem de toda a composição original e a remontou para se tornar a base da música, praticamente recompondo a canção.

Driving Towards the Daylight é, em sua essência, um passeio pelo blues/rock moderno, revisitado e refeito por Joe Bonamassa com a graça e competência de uma orquestra em seu momento mais brilhante.