Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Vinha ouvindo no rádio há pouco o Roberto que, no momento certo, cantava uma de suas mais conhecidas canções. Ouvi-a pela primeira vez

em 1968 e me encantei com a melodia, a voz do dono, e a vibração que ela provocava num coração juvenil.

E foram ene vezes que esse refrão me caiu aos ouvidos nos anos a seguir. Cheguei até ao despautério de desembolsar 350 pratas para ver o Rei ao vivo, na capital federal. Mas essa não constava do repertório, para um lotado e encanecido auditório que parecia se contentar com os sucessos mais recentes de Sua Majestade do ieieiê.

A audição d´agora há pouco não me custou nada. A não ser apreciar aquela antiga estridência que nos embalava enquanto o regime militar ia apertando o cerco nos que se opunham à nova ordem. Nunca achei que a resistência armada iria ter sucesso contra o rolo repressor. Mas o que tem a ver ditadura com amor?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 12/06/2015
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