Brasil: a música popular nos anos 60

Nascia a década de 1960 e os movimentos musicais esquentavam mundo afora com a aparecimento de ritmos fortes como o do rock, mas as tradições não são quebradas da noite pro dia. Por aqui, havia os eternos amantes do bolero, do samba canção. A bossa nova, para alguns antigos ouvidos, era uma música sem graça e sem cor, soava como um sussurro estranho e sem propósito emocional. A explicação para isso estava na harmonia dissonante que, não era bem aceita pelos ouvidos viciados em acordes naturais.

As revoluções culturais aconteciam no exterior e junto com os modismo, eram copiados e seguidos em nossa terra. Mesmo o Brasil sendo enorme como é, e havendo uma grande a distância entre a catira de um mineiro e um baião cearense, esses estilos, eram e ainda são nossos, mas a influência externa fez com que o juventude se voltasse mais para o que vinha de fora. Naquela época do paz e amor, bichos-grilos e revolução sexual apareceu também um novo som para a juventude. Era o iê-iê-iê comandado por Roberto Carlos no programa Jovem guarda. E o que havia de diferente nesse som? Bem, só não mexiam na harmonia, que continuava natural, mas na parte rítmica havia novidade pujante e pulsante, as melodias o mais das vezes eram pobres, mas as letras podiam falar de amor e até mandar tudo pro inferno. Aí sim, é que se via a diferença entre o que fôra, e o que viria a ser a música popular a partir dali. Havia as criações originais, mas no começo só se ouvia baladas, tuístes, batidas pops, versões dos Beatles e de canções italianas, que faziam a juventude esquentar. Havia um movimento frenético no ar, como que um vendaval a balançar as velhas estruturas de tranquilidade e glamour dos antigos cabarés e cassinos onde imperavam o velho samba-canção e o antiquado bolero.

Alguns jovens mais radicais, tornavam-se seguidores do gênero hippie, se fantasiavam com roupas berrantes, deixavam os cabelos crescer e aderiam ao amor livre e a maconha. Naquele tempo, ser um hippie, ou seja ser um jovem relaxado, era aceitar uma nova filosofia de liberdade onde imperava a paz e o amor. O tipo hippie nunca se extinguiu e ainda hoje, muitos dos defensores dos direitos humanos e do planeta, são remanescentes hippies. Na década de 1960, no Brasil apareceu também a famigerada sigla MPB, e tivemos os grandes festivais de música. A televisão, que ainda era uma bebê na frente do veterano rádio, ia exibir programas voltados para a massificação popular.

Continua no próximo artigo