Estágio curricular supervisionado de Neuropsicopedagogia Clínica - uma vivência significativa

1. INTRODUÇÃO

Toda ação educativa tem uma filosofia e uma teoria pautada em objetivos e metodologias. Com base nisso, o estágio constitui-se como uma modalidade de aprendizagem de forma significativa e reflexiva, pois sua essência é guiada por um conjunto de atividades direcionadas para uma aprendizagem de cunho acadêmico, profissional, cultural e social tendo como referência de que se deve aliar teoria e prática como forma de potencializar a ação humana. Vale destacar que o estágio está previsto na matriz curricular do curso, como disciplina obrigatória para a obtenção do título de especialista em Neuropsicopedagogia Clínica. Nesse sentido, o estágio supervisionado em questão faz parte do Curso de Pós-graduação da CENSUPEG que tem os seguintes objetivos:

• Auxiliar o aluno no diagnóstico do problema proposto e no desenvolvimento de sua proposta profissional a partir da observação de uma criança/adolescente, fundamentada pela bibliografia pesquisada;

• Aproximar o aluno da realidade profissional que o aguarda ao término de sua formação;

• Desenvolver as aptidões técnico-científicas que se interessem por também seguir carreira na área acadêmica;

• Contribuir de forma sistêmica e efetiva para o desenvolvimento de melhorias de toda a comunidade local.

O estágio é concebido como um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem do fazer concreto onde um leque de situações, de atividades de aprendizagem profissional se manifesta para o estagiário, tendo em vista a sua formação. O estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno, onde é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente (BURIOLLA,1999, p. 35).

Com base nestas colocações que são imprescindíveis para realização do referido estágio deve-se ao fato de que os problemas e transtornos de aprendizagem vêm conquistando um espaço bastante significativo nos diálogos entre pais, educadores e especialistas nas diversas áreas que lidam diretamente com este grande impasse para o sucesso escolar de inúmeros brasileiros. Isto se deve ao fato de que o sucesso do indivíduo está diretamente ligado ao desempenho escolar, por isso, cada vez mais o número de crianças e adolescentes são atendidos por psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psiquiatras e, atualmente, o mais novo profissional dentre estes especialistas, o neuropsicopedagogo que surge com grande destaque neste cenário. Essa realidade se justifica por conta da importância dada à leitura e escrita como as atividades acadêmicas que mais têm recebido atenção nos últimos anos. Tal fato, explica-se pela relevância dessas atividades na formação de cada indivíduo como forma de ter acesso às demais áreas de conhecimento.

Sendo assim, o saber ler e escrever tornou-se uma capacidade indispensável para que o indivíduo se adapte e se integre ao meio social. Aquele que tem dificuldades ou não domina estas duas funções simbólicas encontrará grandes e sérios problemas. Aprender a ler e a escrever ainda é um grande desafio, uma tarefa muito difícil para grande maioria das crianças e adolescentes. Estes educandos, durante todo o processo educacional acabam sendo classificadas como portadoras de transtornos mentais, comportamentais e de aprendizagem, o que deixa evidente que é necessário ter uma intervenção multidisciplinar, na qual o neuropsicopedagogo possa ser inserido para realizar uma reeducação neuropsicopedagógica, na qual o papel deste profissional é avaliar e intervir de forma transdisciplinar, levando em conta à dinâmica familiar e sociocultural do sujeito de uma maneira contextualizada e significativa.

Acreditando que para ampliamos nossos horizontes na área de Neuropsicopedagogia é necessário cultivar um olhar mais acolhedor e investigativo sobre as possíveis causas do fracasso escolar. Vale destacar que essa postura deve ser aprimorada durante todo processo de diagnóstico neuropsicopedagógico como forma de trilharmos um caminho com mais clareza e objetividade sobre de que forma se dá a atuação deste profissional ao resgatar os valores, sentimentos e a autoestima de um aluno que já fracassou na escola.

Pensando dessa forma, surgem muitas dúvidas, tais como: quanto o papel do neuropsicopedagogo, como cultivar uma prática voltada para superação do fracasso escolar, como resgatar a autoestima do aluno que sofre em seu percurso escolar, ou seja, como descobrir as estratégias utilizadas pelo neuropsicopedagogo ao buscar amenizar e/ou elucidar as dificuldades que interferem no desempenho satisfatório da neuroparendiz.

Tratar a questão das dificuldades ou transtornos de aprendizagem que acaba gerando o fracasso escolar é, portanto, aceitar como um dos grandes desafios para a qualificação da educação em nosso país. Em termos educacionais, a expressão utilizada como “fracasso escolar” geralmente representa um rendimento insatisfatório do aluno diante dos objetivos estabelecidos pela escola durante o período letivo. Nesta perspectiva, percebemos que essa triste realidade acaba desestruturando os ideais de inúmeros brasileiros como retrata a seguinte afirmação:

O fracasso escolar afeta o sujeito em sua totalidade. Ele sofre, ao mesmo tempo, com a falta de estima por não estar à altura de suas aspirações, ele sofre também com a depreciação. Quando não com o desprezo que lê no olhar dos outros. O fracasso atinge, portanto, o ser íntimo e o ser social da pessoa (CORDIÉ, 1996, p.35).

Com base nessas reflexões, percebemos que geralmente a ocorrência do insucesso escolar continua, infelizmente, sendo apontada com exclusividade ao aluno como forma de culpá-lo pelo seu rendimento insatisfatório. Nestas circunstâncias, vale citar que os motivos são diversos para justificar o fracasso do próprio aluno, como aponta Melchior (2004, p.24):“baixo Q.I diferenças individuais de capacidade, desinteresse ou desmotivação; em síntese o aluno é, ainda, o responsável pelo seu fracasso”. Devemos mudar esta postura, conforme reitera a autora supracitada, ao mencionar que colocar a culpa exclusivamente ao neuroaprendiz é uma algo errôneo. Justamente porque esses motivos diversos que o leva ao insucesso é multifatorial, complexo, multifacetado e sistêmico. Cabe destacar que devemos ter em mente ninguém está imune ao fracasso escolar, como retrata a seguinte afirmação que é necessário ter a plena consciência que “a criança ou jovem tem a obrigação de vencer na vida de dominar obstáculos e é dever da sociedade oferecer um sistema escolar que assegure o êxito de sua clientela (MELCHIOR, 2004, p.22)’’.

Tendo em vista da importância da reeducação neuropsicopedagógica, é necessário deixar claro que este processo de ressignificação de aprendizagem é, por excelência, uma intervenção terapêutica embasada em conhecimentos neurocientíficos, modalidades de mentes e de aprendizagem, conhecimentos em Neurociências, Psicologia, Psicopedagogia, Pedagogia, Educação, dentre outras áreas afins.

Este profissional, ou seja, o neuropsicopedagogo deve ter várias competências e habilidades, dentre elas: conhecer como se dá o processo de ensino-aprendizagem, os fatores que contribuem para aprendizagem, as causas e as consequências da não-aprendizagem, o funcionamento do processo de funções executivas, atenção, memória, concentração, o funcionamento do sistema nervoso, as modalidades de aprendizagem, dentre outros aspectos.

Com base nestes conhecimentos, o neuropsicopedagogo pode identificar, diagnosticar, intervir, reabilitar e prevenir os problemas e transtornos de aprendizagem durante sua atuação profissional, buscando assim intervir diretamente no quadro clínico do sujeito, para que possa atuar nas áreas deficitárias e potencializar nas competências e habilidades do neuroaprendiz, visando assim a melhoria da aprendizagem e da educação de nosso país.

Para iniciar os relatos das experiências vividas no Estágio Supervisionado em Neuropsicopedagogia Clínica convém, portanto, a reflexão sobre o processo de aprendizagem proporcionado ao estagiário em seu futuro campo de atuação profissional. Neste sentido, cabe mencionar que o estágio supervisionado teve como finalidade auxiliar o aluno a conhecer a realidade profissional que o aguarda ao término de sua formação acadêmica com o intuito de formar profissionais capacitados para o levantamento e resolução de problemas pertinentes ao cotidiano de sua área de atuação.

É importante que a práxis neuropsicopedagógica, foco do presente estudo, se dá na relação entre o sujeito aprendiz com sua história pessoal e sua modalidade de aprendizagem buscando compreender o que o sujeito aprende como também o motivo de não aprender, levando em conta tudo que está relacionado com seu meio sociocultural.

Com base nisso, cabe relatar que o papel do estágio cumpre seu papel ao estabelecer o desenvolvimento de aptidões técnico-científicas inerentes ao fazer neuropsicopedagógico possibilitando assim a formação e a postura profissional de forma consistente e comprometida com a realidade vivida.

Sendo assim, o estágio supervisionado foi realizado na Policlínica Espanha, localizada na Rua São Pedro, nº 1610, Bairro Centro/Sul de Teresina-Piauí. A orientação e supervisão ficaram sob a responsabilidade da Professora Aderlane Maria Brito das Neves Maia, com carga horária mínima de 90 horas, sendo 60 horas de aulas teóricas e o restante de avaliação e intervenção neuropsicopedagógica com um neuroaprendiz com cada sessão correspondente à 50 minutos, incluindo também estudos independentes.

O estágio foi iniciado em agosto e com o encerramento em dezembro de 2014, sendo realizado com 06 sessões de avaliação e 8 sessões de intervenção neuropsicopedagógica. O processo de atuação do estágio ocorreu com a escolha de um local apropriado para tal finalidade, algo extremamente complicado por conta da disponibilidade de ter um espaço tranquilo, acolhedor e de fácil acessibilidade ao neuroaprendiz e da estagiária, como também a compatibilidade de horário do funcionamento da instituição e o horário disponível de ambos.

Em seguida, foi estabelecida uma parceria com a família da criança, após a escolha da criança. Após este procedimento inicial, foi realizada uma entrevista inicial, seguida de uma sessão para a realização da anamnese com o pai que, por sua vez, relatar em sua fala uma falta de riqueza de detalhes na investigação da história de vida da criança foi necessário chamar a mãe para realizar outra anamnese em outro momento posterior.

Cabe mencionar que uma das diretrizes que embasavam minhas práticas, deve-se ao entendimento de que administrar a própria formação significa, portanto, acompanhar a própria aprendizagem, compreendê-la e conduzi-la de forma consciente e responsável apoiada numa reflexão sobre ação. E com base nisso, está atento que o estagiário deverá ter como meta ter a disponibilidade para refletir e discutir os próprios avanços e os retrocessos em sua aprendizagem e ter o compromisso para registrar todo processo vivido pelo neuroaprendiz

2. A IMPORTÂNCIA E A CONTRIBUIÇÃO DAS NEUROCIÊNCIAS NA FORMAÇÃO E NA PRÁTICA DO NEUROPSICOPEDAGOGO

É notório afirmar que o indivíduo aprende, por excelência, por meio de modificações funcionais do Sistema Nervoso Central (SNC), ocorrendo principalmente nas áreas da linguagem, da atenção e da memória, dentre outras áreas. Cabe mencionar que para que o processo de aprendizagem se estabeleça de forma harmoniosa, é necessário que o sujeito aprendiz possa interagir com o objeto do conhecimento e que suas conexões neurais possam realizar sinapses cada vez mais produtivas e com qualidade de captação, seleção, memorização, armazenamento, retenção, evocação e, posteriormente, a transmissão de dados e informações para construir conhecimentos como um ser capaz de produzir e refletir numa relação dialógica com o objeto apreendido.

Para iniciar o diálogo, é necessário que ter em mente que o termo Neurociências significa “ conjunto de ciências fundamentais e clínicas que se ocupam da anatomia, da fisiologia e da patologia do sistema nervoso (DINIZ; DAHER; SILVA, 2008, p. 154)”. Outra denominação de Neurociências que merece destaque nos diz que o termo representa uma grande:

congregação muldisciplinar e sistêmica de conhecimentos, onde os avanços da Neurologia, da Psicologia e da Biologia - referentes aos estudos do cérebro - nos elucidam sobre os aspectos fisiológicos e bioquímicos relacionados ao seu funcionamento (BEAUCLAIR, 2014, p.24).

Conforme a afirmação acima, podemos que inferir que o profissional que lida diretamente com Neurociências deve se apropriar dos conhecimentos sobre a estrutura, o funcionamento e das doenças adquiridas pelo sistema nervoso como forma de estudar, avaliar, diagnosticar, intervir e pesquisar sobre as particularidades do cérebro, a aprendizagem e os transtornos advindos do não funcionamento harmônico da estrutura psíquica e a sua relação com o cérebro. Cabe mencionar que segundo as pesquisas das Neurociências, o neuroaprendiz ao aprender necessita que:

ocorram modificações permanentes nas sinapses das redes neurais de cada memória e, para a evocação de uma memória, é necessária a reativação das redes sinápticas de cada memória armazenada. É bom lembrar que as emoções, os níveis de consciência e o estado de ânimo podem inibir estes processos. A aprendizagem e a memória necessitam de mecanismos neuronais mediados pelas sinapses nervosas. Estas sinapses podem ser afetadas por estímulos neuropsicológicos, eletrofisiológicos, farmacológicos e genéticas molecular, que determinam alterações nos circuitos cerebrais ( RELVAS, 2009, p. 37).

Com esta grande incumbência, as Neurociências teve que se ramificar em outras especialidades que, por sua vez, uma dessas ramificações é denominada em Neuropsicopedagogia. Para Beauclair ( 2014, p.23), o termo Neuropsicopedagogia é “ um novo campo de especialização profissional, de pesquisa, ação e intervenção, baseados nos avanços das Neurociências e suas aplicabilidades no campo da Educação e Psicopedagogia”.

Com base em nossa pesquisa, constatamos que as Neurociências é uma área muito jovem e que ainda está em construção devido os grandes mistérios que cérebro nos reserva. Por outro lado, quando nos referimos à Neuropsicopedagogia, verificamos que a mesma constitui-se como uma área de conhecimento e pesquisa de caráter interdisciplinar e transdisciplinar, que tem como direcionamento focal para os processos de ensino-aprendizagem, levando em consideração tanto a avaliação, diagnóstico e intervenção que são partes constituintes de uma investigação do sujeito, da família, da escola e da sociedade que o neuroaprendiz está inserido.

Cabe mencionar que a Neuropsicopedagogia é, ainda, uma práxis o que significa que a mesma é uma prática que tem como aporte teórico de estudo os referenciais teóricos, não se constituindo por natureza, como ciência de fato. Apesar de não constituir-se ainda como ciência, é importante declarar que a Neuropsicopedagogia é:

um novo campo de intervenção e especialização, onde o conhecimento ultrapassa fronteiras e cria, com isso, novas possibilidades de aprender sobre o aprender, ampliando olhares e oportunizando novas formas de interrelacionar informações, conhecimentos e saberes ( BEAUCLAIR, 2014, p. 28).

Para entendermos melhor sobre o termo de Neuropsicopedagogia, vale salientar que é uma área de estudo das Neurociências que objetiva:

a análise dos processos cognitivos,[...] construir indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido a lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquirida (ROTTA apud CONSENZA, 2011, p.50).

Vale destacar que ao analisarmos a historicidade da educação brasileira, foi constatado que a culpa para o fracasso escolar sempre foi direcionado à aprendizagem do aluno e, assim, todos os envolvidos foram e são destituídos de qualquer culpa, como também a escola e a sociedade. Para melhor refletir essa questão na atualidade, cabe pontuar que a Neurociências veio mudar este pensamento no que refere que:

a Neurociência tem apresentado diariamente novas descobertas que não era possível saber antes. Hoje, talvez, a melhor e a mais importante descoberta da ciência que estuda o cérebro seja a questão da plasticidade cerebral, ou seja, no passado, acreditava-se que quem não aprendia e ponto final. Seu cérebro não dava conta e nunca poderia dar conta da aprendizagem, e, dessa forma, cabia ao indivíduo desaparecer dos meios acadêmicos e sociais. Era uma exclusão fundamentada até mesmo pela ciência ( ALMEIDA, 2012, p. 44).

Sendo assim é possível constatar que as Neurociências veio mudar as concepções do passado e, com isso, através de pesquisas e estudos sobre o cérebro, demonstra que o cérebro possui inúmeras potencialidades, na qual o neuropsicopedagogo pode despertar o grande potencial de sua clientela, seja no campo acadêmico como social.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS PESQUISADOS

Neste sentido, é necessário constatar que o profissional de Neuropsicopedagogia ao se apropriar dos conhecimentos das Neurociências poderá ter um suporte teórico-prático mais fundamentado para entender as funções cognitivas, tais como: atenção, memória, tátil-cinestésica, funções motoras, funções superiores ( linguagem, planejamento, julgamento, etc.), orientação, verbais. Vale lembrar que o profissional de neuropsicopedagogia deve estar em constante busca de novos conhecimentos de sua área e de áreas afins, por conta que sua formação possui uma natureza interdisciplinar e transdisciplinar. Neste sentido, o profissional de Neuropsicopedagogia deve ser, por excelência, um eterno aprendiz como também um pesquisador crítico-reflexivo de sua própria práxis.

Sendo assim, o neuropsicopedagogo deve levar em consideração que uma das suas metas de estudo deve-se a aquisição e o aperfeiçoamento constantes de sua bagagem técnico-científico sobre novas atualizações advindas de inúmeras pesquisas sobre as anomalias neurológicas, psiquiátricas e distúrbios psicológicos existentes do neuroaprendiz, além de outros saberes teórico-práticos, como nos alerta Beauclair ( 2014, p.35) que o neuropsicopedagogo deve “possuir vontade de ampliar seus referenciais teóricos, estudando campos de conhecimentos diferentes dos que está habituado em sua trajetória profissional e ampliando sua curiosidade epistemológica”.

Atualmente, o neuropsicopedagogo é considerado como um dos profissionais mais respeitados por ter como embasamento teórico-prático, tendo como foco de estudo as Neurociências como bagagem instrumental, uma ciência que tem evoluído bastante em pleno século XXI, constituindo-se como a ciência de um futuro promissor, pois a mesma amplia o entendimento como seres humanos e desvenda mistérios de como nós somos, como nos desenvolvemos e como aprendemos. Dessa forma, cabe ao neuropsicopedagogo de posse do conhecimento de Neurociências, a incumbência de lidar diretamente com a aprendizagem e seus transtornos.

Vale destacar que de posse dos conhecimentos neurocientíficos, o neuropsicopedagogo traz à sociedade uma contribuição mais efetiva e consistente sobre as Neurociências, porque o mesmo é capaz de pesquisar, compreender, transmitir e propagar, de forma mais sistemática, os conhecimentos e os mistérios sobre a complexidade do cérebro humano. Para entender melhor as várias atuações do neuropsicopedagogo, vale pontuar que as responsabilidades deste profissional é justamente ter que:

* Compreender o papel do cérebro nas relações complexas dos processos neurocognitivos e sua inserção na aplicação de estratégias neuropsicopedagógicas em diferentes âmbitos sociais, objetivando potencializar os processos de ensino aprendizagem.

* Intervir no desenvolvimento humano do sujeito aprendente, no campo psíquico, no campo do neuropsicomotor e nos campos da linguagem e da cognição.

* Obter expertise conceitual, teórica e prática referentes à complexidade pedagógica presente nas distintas questões educacionais.

* Ampliar as capacidades de intervir na afirmação de novos procedimentos educacionais e construir criativamente alternativas neuropsicopedagógicas.

* Conhecer, analisar e compreender amplamente os paradigmas focados na Educação Especial Inclusiva, de modo transdisciplinar e sistêmico, com ênfase na aprendizagem e suas possíveis dificuldades ( BEAUCLAIR, 2014, p. 34).

Diante das incumbências apontadas, constatamos a grande importância da atuação do neuropsicopedagogo em nossa sociedade, pois através deste profissional é possível reduzir os altos índices de reprovação e evasão escolar – insucesso escolar – através da aplicação da avaliação, diagnóstico e da intervenção neuropsicopedagógica, tanto de forma preventiva como terapêutica, trabalhando em instituições escolares, como também em espaços clínicos com educandos com baixo desempenho escolar ou com transtornos escolares, psicológicos e/ou psiquiátricos com base nos conhecimentos advindos das descobertas das Neurociências.

O neuropsicopedagogo deve, acima de tudo, atuar na linha de frente para a implantação da Educação Especial Inclusiva mais humanizadora, como também ressignificar as práticas educativas de forma que possa estabelecer e promover práticas pedagógicas significativas, mais transformadoras e emancipatórias, levando em consideração como o cérebro aprende, além de estimular o neuroaprendiz a utilizar suas múltiplas inteligências, como selecionar, memorizar, armazenar e evocar informações e, posteriormente, transformá-los em conhecimentos significativos em sua própria vida, na qual o sujeito é capaz de construir suas próprias aprendizagens, a partir de suas próprias experiências, sendo sujeito e objeto do conhecimento em constante interação.

Convém ressaltar que o cérebro diante de inúmeras funcionalidades, passa por várias modificações significativas ao longo da evolução humana. Este fenômeno retrata perfeitamente a neuroplasticidade do nosso cérebro que, nas palavras de Relvas (2007, p. 45), indica uma condição na qual significa “ habilidade para modificar sua organização estrutural própria e funcionamento. É a propriedade do sistema nervoso que permite o desenvolvimento de alterações estruturais em resposta à experiência e como adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos”.

Segundo os estudos de Neurociências, este fenômeno representa que o neuroaprendiz tem grandes e diversas possibilidades de aprender e ressignificar novos aprendizados com base em suas experiências vividas tanto na escola como na vida social. Ou melhor dizendo, acaba realizando assim, cada vez mais novas sinapses e formando redes neuronais mais interligadas e consistentes. Ocasionando assim, por sua vez, uma maior velocidade das redes de interligações das sinapses gerando portanto, por via de regra, um grande potencial de processamento de informações, sentimentos, de emoções, de aprendizado capaz de reorganizar a funcionalidade das conexões e a estrutura do cérebro a cada nova experiência vivida.

E com base neste fenômeno que ocorre com cada sujeito em desenvolvimento, é que o neuropsicopedagogo deve intervir de forma positiva na vida do neuroaprendiz, tendo como missão primordial de que é capaz de potencializar e ressignificar cada vez mais a neuroplasticidade do sujeito aprendente, utilizando-se de métodos e estratégias neuropsicopedagógicas. Com a contribuição significativa das Neurociências e da Neuropsicopedagogia, é possível constatar que o neuropsicopedagogo de posse desses conhecimentos, poderá amenizar os malefícios advindos da não aprendizagem e do insucesso escolar. Vale salientar que os mesmos comprometem de forma negativa a vida de milhares de alunos que estão sofrendo nos bancos escolares por não aprenderem no mesmo ritmo em que a escola, a família e a sociedade exigem. Para demostrar o dilema que os educandos vivem no espaço escolar, vale pontuar que:

na atualidade, a escola vem cada vez mais se afastando da ciência e reproduzindo dogmas extraídos das ciências humanas por desconhecer a ciência do cérebro. E na aplicação desses dogmas, continua circulando uma prática pedagógica vulnerável ao potencial humano, descredibilizando a possibilidade educativo-metodológico da escola e desestimulando a permanência do aprendiz na escola ( FLOR; CARVALHO, 2011, p. 21).

Com base nessa reflexão, esse profissional terá que agir com base em uma ação pautada em questionamentos, dúvidas e, acima de tudo, na reflexão centrada no processo de aprendizagem do aluno e tentando adaptar o ambiente escolar e familiar do neuroaprendiz partindo das seguintes indagações: o fracasso é da escola, do aluno (neuroaprendiz), do professor(ensinante), da família ou sistema educacional?. A escola promove em suas relações a pedagogia do oprimido ou da pedagogia da autonomia, ou seja, a escola cultiva em sala de aula a metodologia do fracasso ou do sucesso?.

Para responder a essas indagações, cabe lembrar que a escola é uma instituição provida de regras, normas, valores e função social, e que nesta relação dialética, o neuropsicopedagogo deverá se conscientizar de sua própria identidade profissional e de sua práxis, para que possa assim delimitar até onde vai a sua atuação e a de outro profissional, realizando quando for necessário o devido encaminhamento a outro especialista.

Sendo assim, cabe a seguinte reflexão: de que forma o insucesso escolar deve ser visto pelos professores, a escola, pela família e, em especial, o neuropsicopedagogo. Cabe mencionar que este impasse deve ser visto como um obstáculo a ser superado, pois, se o aluno fracassar nos estudos estará implicando que todos, também, fracassaram na atribuição de educá-lo. Nesse sentido, todos devem agir de forma consciente, lembrando-se que é responsabilidade de todos darem suporte, carinho, estímulos e motivação para que o aluno possa manifestar seu desejo de aprender ao longo de sua trajetória escolar. A esse respeito, é importante esclarecer que:

toda criança pode aprender a ler e a escrever, mas não em qualquer situação. Mas está claro, também que não é em qualquer situação para todas as crianças. As condições para que ocorra aprendizagem vão variar de acordo com seu período de formação, pois todo processo de aprendizagem deve estar articulado com a história de cada indivíduo ( LIMA, 2002, p. 15).

Para que a aprendizagem seja consolidada é necessário que neuropsicopedagogo possa identificar as dificuldades e, acima de tudo, demonstrar que acredita em seu potencial e, acima de tudo, tentar minimizar as barreiras e promover a facilitação da aprendizagem do aluno através de seu próprio desejo e sua autonomia para continuar aprendendo. Portanto, diante dessa afirmação, é a partir do pressuposto que o neuropsicopedagogo possa cultivar uma postura investigativa durante todo o processo de avaliação e intervenção neuropsicopedagógica.

3. PRODUÇÃO TEXTUAL DA ANAMNESE

L. S. L. N., nascido em 12/12/2006, é uma criança do sexo masculino, muito quieto, calado, estuda no Infantil II do Colégio Diocesano, escola da rede privada de ensino de Teresina-PI. Ele é repetente, cursou o Infantil I e II, cada um por duas vezes, pelo motivo de ter muita dificuldade na leitura e na escrita. Ele vive com seus pais e com a avó materna. Ele é filho único do casal, porém tem um irmão de 14 anos por parte do pai. Seu pai é comerciante, tem 38 anos, católico e sua mãe tem 34 anos, evangélica, é educadora física e empresária tem uma escola de dança de vários ritmos. Vale mencionar que os pais não tem nenhum parentesco entre si.

O neuroaprendiz chegou ao consultório com a sintomatologia de ser uma criança de ter muitas dificuldades na leitura e escrita, ter déficit de atenção, tem problemas na fala, reconhece as letras isoladamente, porém não sabe ler com fluência por conta de não saber juntar as sílabas para formar palavras. Atualmente, ele é acompanhado por: neuropediatra, psicopedagoga, fonoaudióloga e uma terapeuta ocupacional. A mãe relata que a agenda dele é lotada com vários compromissos, ele faz judô como prática esportiva. Cabe destacar que ele vive reclamando na sessão que está muito cansado, o que deixa explícito que sua jornada diária acaba deixando-o muito estressado e improdutivo, o que acaba comprometendo a qualidade de seu rendimento escolar.

No início do acompanhamento neuropsicopedagógico, foi realizada de início uma anamnese com pai, que não deu uma riqueza de detalhes, sendo necessário refaz o mesmo procedimento com a genitora. Quanto à história de vida da criança, foi relatado que a gravidez não foi planejada e que houve tentativa de aborto involuntário, quando a mãe trabalha muito como educadora física, quando houve um sangramento. Ela comentou que só descobriu que estava grávida quando recorreu ao médico para saber de fato o motivo do sangramento e daí ela começou a ter uma gravidez assistida, sendo recomendada que abandonasse o trabalho, para ter mais repouso e qualidade de vida tanto para ela como para o bebê. Apesar deste episódio de início de aborto ter ocorrido, o médico a tranquilizou ao relatar que o feto estava em boas condições para prosseguir a gravidez.

A genitora no começo não quis relatar como detalhes sobre sua gravidez em nosso primeiro, depois de uma segunda tentativa em outra sessão, foi que ela comentou tudo depois de várias indagações. Ela relatou que trabalhava muito e que sua vida era muito estressante e que só deixou de depois de saber da gravidez após ter ocorrido o aborto foi que deixou de trabalhar. Durante a gravidez, sua vida foi muito perturbada porque seu marido não dava atenção a ela e que ele bebia muito, o que acaba o casal vivendo em constantes conflitos, com muitos aborrecimentos durante seu cotidiano. Atualmente, ela comenta que a vida do casal está bem, só tem alguns aborrecimentos com o marido, porque ele é difícil ensinar a criança.

Ela teve um acidente durante a gestação, quebrando assim o tornozelo e a mesma acabou passando por quatro meses sem colocar o pé no chão. Ela relatou que foram os piores dias da sua vida que somando com os conflitos com o marido e a preocupação com a gravidez e os afazeres de casa, acabou acarretando um alto nível de ansiedade, mal estar e estresse. Ela comentou que durante esse repouso por conta do acidente e da gravidez, ela fez uma radiografia sem o colete de chumbo, algo que é recomendado para a proteção do paciente e principalmente para uma grávida. Foi mencionado que este lamentável episódio poderia acarretar na cegueira do bebê e com base neste alerta, a mãe passou toda gravidez com muita preocupação de ter causado a cegueira de seu filho por conta de sua imprudência.

Apesar de toda conturbação, o bebê nasce sem nenhuma complicação de saúde. O parto foi cesáreo, foi complicado o parto porque o cordão umbilical estava envolta do pescoço, porém não teve icterícia, não ficou roxinho e muito menos teve complicações no pós-parto. A mãe relata que até os dias de hoje, a criança é muito saudável, nunca teve nenhuma doença grave, só fez uma cirurgia de fimose. A genitora comentou que ele teve amamentação materna e que o desmame ocorreu por volta de um ano de idade, algo que ocorreu de forma espontânea pela criança, ele sempre comia bem.

Engatinhou e com seis meses, já ficava em pé no berço e assim começou a andar muito cedo. Com 3(três) anos de idade, ele teve uma crise de choro descontrolável. A mãe relatou também que ele ainda pequeno era irritado e atualmente quando fica zangado, ele fica muito calado. Ainda não se abotoa sozinho e não dá laços nos tênis. Ela relatou que ele tem bruxismo e dificuldade para dormir, dorme tarde e acorda cedo e que ele tem muita resistência para dormir, é necessário ter briga e chega até chorar para não dormir no horário determinado.

Cabe mencionar que L. N. começou a estudar com 3 anos na creche e que sua fase de adaptação à escola foi tranquilo, sempre gostou das suas professoras e dos colegas e nunca teve problemas de relacionamento na escola. A genitora relata que ele gosta de estudar, porém tem muitas dificuldades de aprendizagem, é muito disperso e ele tem um déficit cognitivo, ou seja, tem uma deficiência intelectual comprovada pela sua neuropediatra. Ele é destro, ainda não faz sozinho suas atividades escolares, não tem nenhum reforço escolar com um profissional especializado na área, é ensinado pelos pais e os estímulos que os pais dão para que ele possa ter um bom desempenho escolar é regido por promessas constantes.

A genitora relata que ele é muito educado, obediente, carinhoso e bem comportado, um amor de criança e adora programas de TV, chega a passar mais de 2 horas por dia. Ela comenta que ele adora fantasiar com super-herói, que conversa muito sozinho e adoro comer e assistir TV caminhando de um lado para outro. Nos dias de hoje, ela ressalta que ele não tem noções de dias, meses e anos e que ela trabalha isso com um calendário enorme construído por ela e relaciona tudo aos compromissos diários dele e da família para que possa superar esta defasagem. Ela frisa que ele não entende as coisas, que ele não aceita quando falam que ele está errado e ele acaba adotando uma postura de um garoto teimoso.

Vale mencionar que realizei a anamnese pela primeira vez com o pai e por conta da falta de riqueza dos dados, foi resolvido que seria necessário a realização anamnese com a mãe em outro momento.

4. INFORME NEUROPSICOPEDAGÓGICO

I. Identificação:

Nome: L. S. L. N.

Data de nascimento: 12/12/2006

Idade: 7 anos e 9 meses

Filiação: F. R. Q. L. e

L. R. N.

Naturalidade: Teresina - Piauí

Escolaridade: Educação Infantil ( Infantil II )

Escola: Colégio Diocesano Infantil

II. Encaminhamento:

Encaminhado pelo neuropediatra

III. Motivos da consulta segundo a anamnese com o genitor:

• Baixo rendimento escolar;

• Déficit de atenção (dificuldade em executar as atividades escolares que exigem atenção e concentração);

• Dificuldades de assimilação, armazenamento e evocação dos conteúdos escolares;

• Dificuldades de linguagem oral e escrita

IV. Instrumentos utilizados na avaliação neuropsicopedagógica:

• Anamnese com o genitor;

• Aplicação de instrumentos pedagógicos e psicopedagógicos compatíveis com a idade e a evolução da aprendizagem da criança.

V. Considerações gerais da avaliação neuropsicopedagógica:

Durante o processo avaliativo mostrou-se resistente às atividades de leitura e escrita, lentidão e dispersão em realizar as atividades propostas. A avaliação psicopedagógica foi realizada em 6 sessões.

VI. Síntese:

Mediante análise dos instrumentos avaliativos, o aprendente apresentou a seguinte performance:

o Performance psicomotora: apresenta coordenação viso-motora pouca desenvolvida; coordenação motora fina presente com pouca desenvoltura; É destro, lateralidade ainda em desenvolvimento. Quando é solicitado a responder qual é olho direito e olho esquerdo, dentre outras partes do corpo, ainda não responde com exatidão, pois fica muito confuso ao definir corretamente; Sabe pintar bem.

o Atenção, concentração e memorização: realiza as atividades que exigem atenção e concentração com certa dificuldade em executá-la; apresenta lentidão em executar as atividades propostas, apresentando uma certa resistência ao executar o que é proposto, chegando a desistir de forma rápida ao imaginar que não seria capaz de realizar, como por exemplo desenhar, escrever letras e palavras a partir de simples modelo de atividades de caligrafia. Tem dificuldade também em executar jogos e brincadeiras, sempre argumenta que “ não sabe fazer e que não sabe” denotando uma certa resistência e autoestima muito comprometida, pois o mesmo não quer tentar realizar o que é proposto, apontando assim uma certa indisposição, e finaliza dizendo que “ está cansado e que não quer fazer nada”.

o Escrita: tem uma boa memória visual; manifesta poucas hipóteses ao ler e escrever; Uma acentuada lentidão na escrita, apesar de apresentar uma boa firmeza no traçado; Um certo comprometido na desenvoltura nas atividades de leitura e escrita; Tem momentos de inquietude e, por outro lado, demontra uma certa lentificação no pensamento dificultando, portanto, a execução das atividades orais e escritas por não querer realizá-las, pois quer muito brincar e fazer somente o que deseja.

o Leitura: Não faz leitura com total autonomia, no entanto tem autonomia para fazer leituras de imagens das estorinhas infantis. Não apresenta ainda desenvoltura em ler em voz alta, pois tem uma acentuada timidez além de resistência ao ser solicitado a ler, embora seja uma leitura compartilhada com a terapeuta em questão. Entretanto, quando é solicitado que verbalize o que entende sobre as atividades, ele pouco se expressa para expor suas ideias demonstrando um grande medo de errar, como também denota que há um certo prejuízo na memória imediata.

o Afetivo-social: apresenta-se nas sessões como um garoto introvertido, tem um bom comportamento, muito educado. Teve uma boa adaptação à escola e, atualmente, relaciona-se bem com todas as pessoas com quem se relaciona, não tem problemas de relacionamento segundo o genitor.

o Aspectos lúdicos das sessões: interage bem com os jogos e brinquedos. Apresenta uma acentuada resistência em realizar certas atividades que exigem atenção, concentração e memorização. Tem momentos em que cansa rápido das atividades e tenta fugir para começa outros jogos sem concluir o anterior.

VII. Conclusão:

A partir dos resultados obtidos na observação e nos instrumentos avaliativos, o aprendente é uma criança que precisa, urgentemente, desenvolver suas potencialidades e que necessita de estímulos e compreensão para desenvolver as seguintes habilidades: memória, linguagem (oral e escrita), atenção, concentração, lateralidade e noções temporais e espaciais, além de outros aspectos necessários para o desenvolvimento pleno de sua personalidade, como também do seu potencial criativo para garantir mais autonomia em sua aprendizagem.

Sendo assim, o seu potencial intelectual e criativo ainda encontra-se adormecido, por apresentar uma acentuada desmotivação por apresentar dificuldades de leitura e escrita durante todo processo de diagnóstico neuropsicopedagógico dando indícios, portanto que suas relações afetivas vinculares com a sua aprendizagem estão comprometidas com sua performance escolar.

Vale destacar que o diagnóstico psicopedagógico clínico apontou que o aprendente apresenta duas hipóteses sugestivas, tais como: transtorno específico de soletração ( CID F81.1) e a dislexia ( CID R48 ) mostrando evidências que se trata de um transtorno neurobiológico que se manifesta com mais comprometimento no hemisfério esquerdo posterior do cérebro, ocorrendo assim uma lentidão das conexões dos neurônios ao repassar a informação recebida pelo aprendente em questão, um certo déficit de atenção ao estabelecer uma aprendizagem significativa tanto no processamento, armazenamento e evocação dos conhecimentos adquiridos como diante de nova informação.

Com base nos dados apresentados acima, o acompanhamento neuropsicopedagógico salienta que há uma disfunção, causando prejuízos na soletração e na leitura como todo, ou seja, que há uma dificuldade no reconhecimento fluente da leitura como também há uma pobre habilidade de decodificação e soletração de palavras simples, o que caracteriza que o aprendente em questão tem um déficit na rota fonológica. Para fechar o diagnóstico, recomendo a avaliação e o acompanhamento de outros profissionais por se tratar de um quadro complexo que requer um tratamento multidisciplinar urgente.

VIII. Encaminhamento:

A fim de estabelecer um vínculo afetivo com sua aprendizagem, para que possa ter um melhor desempenho e rendimento acadêmico adequado à sua faixa etária, sugerimos que o aprendente tenha os seguintes acompanhamentos:

• Neuropediatra;

• Terapia psicopedagógica ou neuropsicopedagógica;

• Terapia neuropsicológica ou psicológica;

• Terapia fonoaudiológica;

• Musicoterapia;

• Arteterapia;

• Orientação familiar e escolar;

• Reforço escolar;

• Prática de esportes;

• Reeducação alimentar adequada;

• Técnicas pedagógicas que viabilizem a ressignificação das primeiras modalidades de aprendizagem através de um trabalho pedagógico que considere a singularidade do sujeito dentro do grupo e valorize seu conhecimento de mundo, realizado a partir de um planejamento flexível com objetivos claros e estratégia metodológica criativa e desafiadora que combine os diferentes estilos de aprendizagem; seja visual ou auditivo com atividades de escrita e leitura para que haja construção das hipóteses linguísticas que possa ser elaboradas com mais segurança.

Colocamo-nos à disposição para outros esclarecimentos.

Teresina(PI), 03 de dezembro de 2014

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Lucília da Silva Santos

CBO: 2394-25

Graduada em Pedagogia e Psicopedagogia

Especialista em Neuropsicologia

Especialista em Psicopedagoga Clínica, Institucional e Hospitalar

Pós-graduanda em Neuropsicopedagogia Clínica

5. REFLEXÕES SOBRE A AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA

A experiência adquirida na realização deste trabalho foi bastante enriquecedora, uma vez que permitiu, através do olhar neuropsicopedagógico, investigar, diagnosticar, observar, avaliar e intervir na realidade vivida pelo neuroaprendiz. Cabe mencionar que todo e qualquer neuroaprendiz utiliza-se de seus recursos cognitivos a serviço da sua própria aprendizagem, e quando algo não está ocorrendo mecanismos que viabilize este processamento de aquisição, a assimilição e o armazenamento das informações é necessário que o neuropsicopedagogo possa avaliar e analisar qual é a melhor modalidade de aprendizagem do sujeito, como se dá o desenvolvimento maturacional do aparato biológico e seu relacionamento intrínseco com suas emoções, processo de ensino-aprendizagem, a dinâmica familiar e social.

Mediante análise dos instrumentos avaliativos, o neuroaprendiz apresentou a seguinte performance: Quanto à Performance psicomotora, ele apresentou coordenação viso-motora pouca desenvolvida; coordenação motora fina presente com pouca desenvoltura; É destro, lateralidade ainda em desenvolvimento. Quando é solicitado a responder qual é olho direito e olho esquerdo, dentre outras partes do corpo, ainda não responde com exatidão, pois fica muito confuso ao definir corretamente; Sabe pintar bem.

Já no aspecto da atenção, concentração e memorização: realiza as atividades que exigem atenção e concentração com certa dificuldade em executá-la; apresenta lentidão em executar as atividades propostas, apresentando uma certa resistência ao executar o que é proposto, chegando a desistir de forma rápida ao imaginar que não seria capaz de realizar, como por exemplo desenhar, escrever letras e palavras a partir de simples modelo de atividades de caligrafia. Tem dificuldade também em executar jogos e brincadeiras, sempre argumenta que “ não sabe fazer e que não sabe” denotando uma certa resistência e autoestima muito comprometida, pois o mesmo não quer tentar realizar o que é proposto, apontando assim uma certa indisposição, e finaliza sempre dizendo que “ está cansado e que não quer fazer nada”.

No que diz respeito à escrita, o neuroaprendiz tem uma boa memória visual; manifesta poucas hipóteses ao ler e escrever; Uma acentuada lentidão na escrita, apesar de apresentar uma boa firmeza no traçado; Um certo comprometido na desenvoltura nas atividades de leitura e escrita; Tem momentos de inquietude e, por outro lado, demontra uma certa lentificação no pensamento dificultando, portanto, a execução das atividades orais e escritas por não querer realizá-las, pois quer muito brincar e fazer somente o que deseja.

Quanto ao seu aspecto da área da leitura, não faz leitura com total autonomia, no entanto tem autonomia para fazer leituras de imagens das estorinhas infantis. Não apresenta ainda desenvoltura em ler em voz alta, pois tem uma acentuada timidez além de resistência ao ser solicitado a ler, embora seja uma leitura compartilhada com a terapeuta em questão. Entretanto, quando é solicitado que verbalize o que entende sobre as atividades, ele pouco se expressa para expor suas ideias demonstrando um grande medo de errar, como também denota que há um certo prejuízo na memória imediata.

Já no comportamento afetivo-social: apresenta-se nas sessões como um garoto introvertido, tem um bom comportamento, muito educado. Teve uma boa adaptação à escola e, atualmente, relaciona-se bem com todas as pessoas com quem se relaciona, não tem problemas de relacionamento segundo o genitor. Quanto à interação nos aspectos lúdicos das sessões: interage bem com os jogos e brinquedos. Apresenta uma acentuada resistência em realizar certas atividades que exigem atenção, concentração e memorização. Tem momentos em que cansa rápido das atividades e tenta fugir para começa outros jogos sem concluir o anterior.

A partir dos resultados obtidos na observação e nos instrumentos avaliativos, o neuroaprendiz é uma criança que precisa, urgentemente, desenvolver suas potencialidades e que necessita de estímulos e compreensão para desenvolver as seguintes habilidades: memória, linguagem (oral e escrita), atenção, concentração, lateralidade e noções temporais e espaciais, além de outros aspectos necessários para o desenvolvimento pleno de sua personalidade, como também do seu potencial criativo para garantir mais autonomia em sua aprendizagem.

Sendo assim, o seu potencial intelectual e criativo ainda encontra-se adormecido, por apresentar uma acentuada desmotivação por apresentar dificuldades de leitura e escrita durante todo processo de diagnóstico psicopedagógico dando indícios, portanto que suas relações afetivas vinculares com a sua aprendizagem estão comprometidas com sua performance escolar. Vale destacar que o diagnóstico neuropsicopedagógico clínico apontou que o aprendente apresenta duas hipóteses sugestivas, tais como: transtorno específico de soletração ( CID F81.1) e a dislexia ( CID R48 ) mostrando evidências que se trata de um transtorno neurobiológico que se manifesta com mais comprometimento no hemisfério esquerdo posterior do cérebro, ocorrendo assim uma lentidão das conexões dos neurônios ao repassar a informação recebida pelo aprendente em questão, um certo déficit de atenção ao estabelecer um eficiente tanto no processamento, armazenamento e evocação dos conhecimentos adquiridos como diante de nova informação.

Com base nos dados apresentados acima, o acompanhamento neuropsicopedagógico salienta que há uma disfunção, causando prejuízos na soletração e na leitura como todo, ou seja, que há uma dificuldade no reconhecimento fluente da leitura como também há uma pobre habilidade de decodificação e soletração de palavras simples, o que caracteriza que o aprendente em questão tem um déficit na rota fonológica. Para fechar o diagnóstico, recomendo a avaliação e o acompanhamento de outros profissionais por se tratar de um quadro complexo que requer um tratamento multidisciplinar urgente. A fim de estabelecer um vínculo afetivo com sua aprendizagem, para que possa ter um melhor desempenho e rendimento acadêmico adequado à sua faixa etária, sugerimos que o neuroaprendiz tenha os seguintes acompanhamentos:

• Neuropediatra;

• Terapia psicopedagógica ou neuropsicopedagógica;

• Terapia neuropsicológica ou psicológica;

• Terapia fonoaudiológica;

• Musicoterapia ou Arteterapia;

• Orientação familiar e escolar;

• Reforço escolar;

• Prática de esportes;

• Reeducação alimentar adequada;

• Técnicas pedagógicas que viabilizem a ressignificação das primeiras modalidades de aprendizagem, ou seja, um trabalho pedagógico que considere a singularidade do sujeito dentro do grupo e valorize seu conhecimento de mundo, realizado a partir de um planejamento flexível com objetivos claros e estratégia metodológica criativa e desafiadora que combine os diferentes estilos de aprendizagem; seja visual ou auditivo com atividades de escrita e leitura para que haja construção das hipóteses linguísticas que possa ser elaboradas com mais segurança.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma a hipótese diagnóstica evidencia obstáculos que diz respeito à falta de conhecimento de determinados conteúdos que permita ao sujeito novas elaborações do saber. E revela obstáculos relacionados à vinculação afetiva com o conhecimento que se estabelece com as situações de aprendizagem, podendo se apresentar de diferentes formas e múltiplas motivações. A criança apresenta uma modalidade de aprendizagem em desequilíbrio quanto aos movimentos de assimilação e acomodação; sintomatizada na hiperacomodação.

Vale lembrar que uma das atividades essenciais do fazer neuropsicopedagógico é justamente ressignificar e potencializar a aprendizagem do indivíduo que vem sofrendo ao longo da sua trajetória escolar por não aprender de maneira satisfatória à idade cronológica e sua escolaridade. E com base nestas barreiras, que geralmente os sujeitos em idade escolar acabam sendo designados com rótulos de criança problema ou “caso perdido”, por ser portadora de dificuldades ou transtornos de aprendizagem, podendo ser acrescido de problemas neurológicos ou comportamentais.

Cabe mencionar que pode acarretar na representação do fracasso escolar que é uma triste realidade que continua a assumir proporções inaceitáveis nas estatísticas educacionais através dos altos índices de reprovação e evasão escolar. Com o objetivo de contribuir para uma maior compreensão sobre os fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem, convém destacar a significação sobre as dificuldades de aprendizagem é, por excelência, uma condição que

ocorre com crianças que não conseguem acompanhar um grau de adiantamento escolar compatível com a sua capacidade cognitiva. Muitas crianças em fase escolar apresentam certas dificuldades em realizar certas tarefas, que podem surgir por diversos motivos, como proposta pedagógica, capacitação do professor, problemas familiares, déficits cognitivos, entre outros motivos (PORTO, 2007, p. 56).

Os resultados da avaliação neuropsicopedagógica apontam que os problemas particulares do neuroaprendiz é causado por fatores intra e extra-escolares. Quanto a esse aspectos, a literatura enfatiza que é indispensável a integração da escola e a família para que os alunos possam lograr êxito na escola. Para mudar a realidade do cotidiano escolar, cabe ao professor e a escola adotarem uma postura crítico-reflexiva ao lidar com os alunos e, em especial, os educandos com uma trajetória marcada pelo insucesso escolar. Quanto a esse aspecto, concordamos com Weisz (2001, p. 60) ao mencionar que “não é o processo de aprendizagem que deve se adaptar ao de ensino, mas o processo de ensino é que tem de se adaptar ao de aprendizagem.”

Ao se destacar a importância da articulação do processo de ensinar e de aprender, apesar de serem de naturezas distintas, são interdependentes. Para que a educação brasileira possa evoluir é imprescindível que se acredite no potencial dos alunos e tentar resgatar sua autoestima para continuar aprendendo. Nesse sentido, o neuropsicopedagogo é o profissional capacitado para analisar as potencialidades de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

Adotando essas medidas, a mudança do estado de fracasso para sucesso escolar poderá ser uma realidade alcançável através da conscientização de todos os envolvidos através de uma parceria - que deve ser estabelecida pela escola, família e o neuropsicopedagogo - indispensável ao enfrentamento do fracasso escolar. Ao tentar trilhar os caminhos que conduzem ao sucesso, devemos nos sensibilizar, rever e refletir constantemente sobre os conceitos que cultivamos para que possamos transformar essa triste realidade de inúmeras crianças que, por alguns percalços em sua vida escolar, acabaram tendo que presenciar seus sonhos destruídos.

Cabe mencionar que refletir sobre as consequências advindas do fracasso escolar é apenas um caminho alternativo para que possamos enxergar e mudar as nossas concepções, ou seja, a conscientização é um algo que exige a construção para novas condições para o enfrentamento das dificuldades de aprendizagem. Pensando assim, percebe-se que é necessário que tenhamos um novo olhar ao refletir sobre o papel do professor, as metodologias e as relações estabelecidas pela escola.

É importante lembrar que o sucesso escolar só uma realidade atingível quando acreditamos que o neuroprendiz pode vencer suas dificuldades e que os obstáculos que encontram em seu aprendizado é, enfim, apenas mais um desafio a ser superado no encontro de novos saberes, vivências e conquistas. Com bases nestas reflexões sobre a importância do neuropsicopedagogo como forma de alavancar o desempenho dos educandos de nosso país, é que percebo que o ponto de partida do meu estágio foi direcionado com base nas minhas vivências como educadora e psicopedagoga que para realizar o presente trabalho, o que não deixou de ter um atmosfera emocional guiada por inquietações e inúmeras indagações sobre como e quando intervir de forma significativa diante da problemática da não-aprendizagem ou da aprendizagem insatisfatória.

Diante deste grande desafio, acredita-se que para ampliamos nossos horizontes na área de Neuropsicopedagogia é necessário que possamos realizar um trabalho com mais clareza, determinação, objetividade, coragem e muita garra para amenizar e/elucidar as dificuldades e as barreiras que interferem no desempenho satisfatório dos neuroaprendizes que estão em constante processo de equíbrio-desequilíbrio, que em busca de transformar dados e informações em um conhecimento possa ser incorporar à sua bagagem sociocultural conhecimentos, habilidades e competências de forma prazerosa e construtiva.

Para finalizar gostaríamos de pontuar, com base no estudo realizado, algumas considerações para que as escolas possam direcionar suas ações para minimizar a presença das dificuldades ou transtornos de aprendizagem que ocasionam o fracasso escolar, é necessário que as medidas abaixo possam ser pensadas e refletidas como forma de superar este grande desafio:

Ter maior contato com os alunos para entender seus problemas, melhorando as relações estabelecidas pela escola;

Conscientização e acompanhamentos efetivo por parte dos pais dos alunos sobre a importância da cooperação justo à escola. A escola pode estabelecer compromisso com a família através de práticas significativas no cotidiano escolar;

Reduzir o número de alunos nas classes do Ensino Infantil e do 1º ano do Ensino Fundamental;

Capacitação de professores e gestores da escola a fim de melhorar a qualificação do ensino;

Reforço paralelo antecipado para não comprometer todo o ano letivo;

A definição de prioridade para a utilização dos recursos através de planejamento pedagógico capaz de melhorar a aprendizagem do aluno;

Detectar possíveis problemas no método de ensino e fazer a recuperação ainda dentro do período letivo;

Implantar um plano estratégico para a permanência dos alunos na escola;

Aplicação de um questionário socioeconômico para toda a comunidade escolar para que a escola possa de fato conhecer seus próprios alunos e sua família descobrindo, portanto, as suas limitações e necessidade existentes.

Desenvolver vários projetos com objetivos de acompanhar os alunos com desempenho insatisfatório, a fim de garantir a promoção dos mesmos no final do período letivo;

Implantação de uma equipe multidisciplinar com – psicólogos, psicopedagogos, orientadores, etc. – com o propósito de melhor conduzir o trabalho coletivo da escola;

Reduzir o nível de analfabetismo dos pais no sentido de fazer um acompanhamento mais significativo;

Implantação de um plano de carreiras de salários para suprir as necessidades dos professores no que diz respeito a gestão de sua própria aprendizagem e qualificação para que os mesmos possam investir na sua própria carreira profissional;

Reduzir a jornada de trabalho dos professores que trabalham em 2 ou 3 turnos na sala de aula;

Maior tempo disponível no horário pedagógico para que os professores possam elaborar em conjunto suas tarefas pedagógicas.

Vale ressaltar que para que as recomendações acima citadas possam se concretizar na prática é necessário que haja uma mudança de postura do professor da escola, da família e do próprio professor através da conscientização de suas atitudes e ações. É importante destacar, ainda, que não basta a conscientização que a escola esteja fracassando no desempenho de suas atividades, mas também devem-se acreditar que, acima de tudo, a equipe escolar é capaz de refletir e implantar um plano estratégico para redução dos altos índices do fracasso escolar.

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CORDIÉ, Ana. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

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RELVAS, M. P. Fundamentos biológicos da Educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK, 2007.

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WEISZ, T.; SANCHEZ, A.. O Diálogo Entre o Ensino e a Aprendizagem. Ed. Ática, Coleção Palavra de Professores. 2001.

Lucília Santos – Formação Internacional em Professional e Self Coaching, Leader Coach, Analista Comportamental e Analista em 360º pelo IBC. Graduada em Pedagogia e em Psicopedagogia aplicada à Educação. Especialista: Neuropsicologia, Psicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar, MBA em Gestão de Recursos Humanos e em Neuropsicopedagogia Clínica. Professora na Educação Básica e Ensino Superior. Atua como coach, professora, palestrante e escritora.

Lucília Santos
Enviado por Lucília Santos em 03/05/2018
Reeditado em 19/05/2018
Código do texto: T6326249
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