PNL- ATRAÇÃO À PRIMEIRA VISTA

 

A nossa linguagem cotidiana reflete a atividade do nosso cérebro na construção dos nossos pensamentos e na inspiração dos nossos comportamentos. Geralmente não nos apercebemos disso, mas em toda definição de um comportamento, ou conclusão de um sentimento, há um complexo processo de construção neurológica que o nosso sistema de linguagem costuma resumir em uma única palavra ou frase.

Peguemos a palavra felicidade, por exemplo. Você poderia explicar o que é ser feliz, ou conseguiria ensinar a alguém como ser feliz? Você poderá dizer que sim. Mas ao fazê-lo estaria simplesmente historiando a sua própria experiência com esse sentimento, ou seja, as referências que você tem a respeito desse processo, e elas talvez só sirvam para você e para ninguém mais.

Isso porque felicidade é uma palavra processual. Ela resume um processo que ocorre no interior da nossa neurologia e só pode ser mapeado pela própria pessoa que o constrói. E esse mapeamento não é uma tarefa fácil porque nem sempre temos consciência de como ele acontece dentro de nós. Aliás, a maior parte dele ocorre de modo inconsciente. Isso porque nós só temos consciência de uma pequena parte de nossa experiência sensitiva com o mundo em que vivemos. Enquanto você está lendo este artigo há uma série de coisas acontecendo à sua volta, que você não se dá conta porque sua atenção está voltada para a leitura. Há automóveis passando lá fora, sua mulher (ou marido) pode estar falando ao telefone, uma leve brisa está entrando pela janela, o vizinho está assando um churrasco no quintal etc. Todos esses estímulos sensoriais chegam ao seu cérebro (seu PC), mas você não presta atenção neles porque está focado em alguma coisa que ele (o seu PC) elegeu como de maior interesse.

A consciência humana atua de forma limitada no mundo em que vivemos. Selecionamos apenas uma parte da experiência (aquela que nos interessa) e omitimos o restante. E esta seleção é determinada pelas nossas capacidades sensoriais, as necessidades momentâneas, as crenças e os critérios de julgamentos que adquirimos em nossa vida.

Quando dizemos: “estou feliz”, é porque um complexo processo foi desenvolvido em nosso sistema neurológico para chegarmos a esse resumo linguístico. Se perguntarmos a uma pessoa que diz isso, ela certamente resumirá esse estado com imagens visuais, auditivas ou cinestésicas que o representam linguisticamente, mas não explicam o processo sob o qual ele se assenta. Ela poderá dizer, por exemplo que a vida lhe parece cor de rosa, que está tudo azul na sua vida (palavras processuais visuais) ou que tudo lhe soa bem, as notícias são favoráveis etc (palavras processuais auditivas) ou que tudo corre bem, que ela se sente bem, que a vida está gostosa, (palavras processuais sinestésicas) e assim por diante. Ou então poderá resumir esse estado com palavras processuais neutras como boa, legal, promissoras etc.

Preste atenção em como as pessoas usam as palavras processuais para descrever seus estados internos. Mais que isso, preste atenção às palavras processuais que você mesmo usa para isso. Você logo perceberá a importância desse conhecimento. Imagine o seguinte: Se uma mulher usa predominantemente o canal sensorial auditivo para expressar seus sentimentos e o marido o visual, ela poderá dizer algo como: “Meu marido não me ama. Ele nunca diz que me ama”. Ela está resumindo um processo tão complexo como o amor numa frase auditiva: dizer que ama. Já o marido não diz porque para ele não é importante dizer, mas mostrar, visualmente, que a ama. Então ele viaja com ela, dá-lhe presentes, leva-a para jantar em lugares finos etc. O marido poderá ter a mesma queixa em relação à esposa porque ela não demonstra (visualmente) que o ama. Não repara que ele cortou o cabelo, que fica melhor sem barba, que fica mais bonito com tal roupa, etc.

Cada palavra processual usada (visual, auditiva, cinestésica) indica como a nossa experiência interna está sendo construída dentro do nosso sistema neurológico. Então, se você quer, de fato, construir empatia com o seu próximo, preste atenção nas palavras processuais que ele usa. E nas suas também. Por é nessa adequação de processos que se dará a conexão que criará esse vínculo de atração entre você e ele. Isso é o que, popularmente, provoca a chamada “atração à primeira vista”. Na verdade, essa atração não é mais que uma sintonia entre canais sensoriais e utilização adequada de palavras processuais.

Carpe Diem.