NEM TUDO É BOA INTENSÃO

Nem mesmo o trabalho altruísta das missões culturais estrangeiras consegue cem por cento de boa intenção. Junto com seus interesses pelas etnias nativas do nosso país, algumas acabam se interessando "por otras cositas mas".

Aqui neste Brasil imenso e inculto, existe um segmento social de pouco volume demográfico, mas desgraçadamente de muita influência política, que desdenha os valores culturais dessas etnias chegando até a hostilizá-los. Sob a pressão de tal segmento o Brasil demonstra pouco ou quase nenhum interesse em estudar os valores culturais de tais etnias.

Por ter ocorrido conosco, durante nossa experiência com os indígenas, iremos pinçar alguns fatos dentre os inúmeros que com certeza ilustram o fenômeno: nós que particularmente tivemos a oportunidade de anotar certos costumes no seio de um grupo semi nômade chamado pacu açu. Alí notamos que tais índios possuem arcos exageradamente compridos para uma tribo de mato, o que parecia sugerir terem eles originalmente vindo de uma região de campina. Certa vez, tambem lá no seio da floresta, notamos que o índio que nos acompanhava não conhecia direito a flora daquele lugar, pois diante de um fruto que nós conhecíamos bem, ele que alí morava titubeou em comê-lo sendo necessário que tomássemos a iniciativa. Só aí é que o mesmo nos acompanhou na deliciosa refeição.

O aqui relatado são fatos percebidos por um servidor de pouca ou quase nenhuma qualificação para analisar assuntos desta natureza. Imaginem vocês o tamanho do tesouro que já foi perdido. Quanto a dizimação dos nossos silvícolas, desta não falaremos nada, porque cremos que pelos menos nosso Brasil já a conheça bem.