"Ao vencedor, as batatas"
É lamentável o que costumamos assistir em nosso cenário político. Cada candidato à casa da mãe Joana arma seus jagunços e começa a caçada. Confabulam em suas alcovas a próxima batalha na grande arena, montada: com o polegar para cima, faço viver; se para baixo, zap!, e lá se vai mais uma cabeça, nesse eterno coliseu.
Os parlamentares, guerreiros mascarados, pulam de galho em galho feito macaquinhos de ventríloquo. Pouco importam com ideologias políticas - se é que as têm – e muito menos com fidelidade, ainda que partidária. Miram o próprio umbigo e aos poucos vão encostando nele seus narizes, até atingirem a primitiva posição fetal.
E a platéia, o que acha do espetáculo? Parece que gosta, pois é o que se vê: escolhe sempre aquele com o qual terá maiores vantagens. Ô plateinha sem-vergonha essa, hein?
Nesse cenário de pão e circo (embora o pão seja caro e o circo, em exagero), eu, Argos de muitos olhos, observo atentamente, sem saber em quem acreditar. Precisamos escolher. Mas quem? Prefiro anular essa questão.