Operante Continuísmo Oportunista

No Brasil, o volume da sonegação fiscal chega a 30% do PIB, sendo que, metade desse volume, ou seja, 15% move a corrupção. Basta fazer a conta para se ter a idéia da dinheirama que corre por esse ralo ( pelas cuecas, ambulâncias e pelas malas em aviões). Mas será que de fato a Policia e a Receita Federal estão agindo mesmo? Ou será que a mando do gabinete da presidência essa ação é uma forma para diminuir o impacto ou até encobrir a roubalheira que o PT promoveu nesse governo? Que até então, nunca se viu um governo roubar tanto como esse.

Mas... No inicio, com as revelações desse estado de coisas que estamos assistindo, UNS, OUTRoS e OUTRaS se apresentaram com caras de surpresa e alguns desses disseram que tinham conhecimentos sobre a prática desses esquemas corruptos. PIOR, esses não cumpriram com seus deveres e nem ousaram a usar os aparelhos que estão a disposição para, através de suas "bases", se empenharem numa minuciosa investigação pois esses que dizem ser nossos representantes, tinham o dever de, até mesmo pela sua consciência, querer saber se a moeda dessas transações eram provenientes dos recursos públicos.

Com as denúncias do ex-deputado, o cassado Roberto Jefferson, na época, foi nada autentica a cara de espantado e surpreso do então Prefeito de São Paulo José Serra. Serra disse que algo assim como o mensalão nunca tinha visto. Pode até ser, mas não tão menor foi os esquemas (distribuição de cargos, liberação de emendas, etc.) que levou a reeleição de FHC, com o comando do Serjão. A grande asneira de FHC-PSDB foi substituir a técnica (Pérsio Árida, Gustavo Franco, Bacha) pela política (Sergão) na condução do Plano Real para a reeleição de FHC.

Não tão menos teatral foram os pronunciamentos da Senadora Heloísa Helena que fundou o PSOL com a turma de adoradores de Fidel, com pregações parecidas do PT que já nasceu póstumo por ter se criado sob o signo do socialismo quando a idéia já seguia em franca decadência no restante do planeta e que ainda teimam oportunisticamente, vender novamente as mesmas esperanças, com os velhos discursos da ignorância de realidades econômicas básicas, chorumelas contra o "neoliberalismo" e jargões decorados tal como: delinqüentes de luxo; elite dominante capitalistas e outros. A Senadora Disse que quando ficou sabendo sobre os tais esquemas denunciados por Jefferson, que não foi surpresa, porque havia um grande balcão de negócios sujos montado por delinqüentes de luxo. Claro que não poderia ser surpresa para a Senadora pois, em 1995, o cientista político César Benjamin ( esse mesmo que hoje é seu vice) um dos coordenadores da campanha de Lula a Presidência, denunciou que integrantes do partido estavam fazendo captação de recursos ilícitos. Alertou a todos, nada conseguiu e abandonou o partido. E em 1997, o economista Paulo de Tarso Venceslau revelou que integrantes do partido estavam tomando dinheiro de prefeituras administradas pelo PT. Essa denuncia de Venceslau teve grande repercussão e ele terminou expulso do partido. Os que agora dizem ter dedicado os melhores 25 anos de suas vidas ao PT, como avestruzes, enterraram a cabeça na areia para não ver a bandalheira.

Esses esquemas são velhos, as malas, as cuecas e as ambulâncias que circulam repletas de dinheiro vivo, originado de fontes obscuras e destinos igualmente sombrios, da corrupção impune do tráfico de influência, da ação inescrupulosa de coletas financeiras em promíscuas relações entre interesses públicos e privados, vem de longe, de lá dos idos do governo de João Goulart, em que aparecem, o jornalista Samuel Wainer e o advogado Jorge Serpa, como principais articuladores do sistema de arrecadação para manobras políticas de Jango.

O pior é que não vemos pelo menos, algo de criativo nesses cênicos palcos.

Nada se cria, tudo se copia e se repete.

Antes, pregavam mudanças e que era preciso varrer com toda aquela corja que estava por lá por 8 anos. Bastava abrir o jornal e lá estava sempre o artigo de um ideólogo ou intelectual fazendo todo o tipo de malabarismo retórico para apresentar o partido PT sob cores favoráveis. Diziam que era preciso e se fazia necessário eleger essa chamada mudança, de que tudo o que já havia testado no poder, o PT era a única solução, faltava-se experimentar uma frente que era contra todos e contra tudo, até os projetos que beneficiavam a sociedade, eram contra. Nada abalava aquela certeza cega que se demonstrava em relação a pureza do PT.

A mudança que se pregava assume e constituiu numa grande farsa e hoje, novamente a pregação do mais do que preciso, que se faz urgente e necessário tirar essa corja que confortavelmente através do voto do eleitorado, se alojou por lá e colocar de volta aquela corja que por lá esteve durante 8 anos. Até mesmo, caímos no esquecimento e não se esconde o desejo de ter o PMDB como importante apoio-aliado. Esse partido que começou e que continua a detonar o país, que apoio e foi parte atuante desse governo.

E, no embalo do operante continuísmo, surge um novo produto a ser vendido para a massa de eleitores. Mostra-se bom no discurso da ética e moral, desviando as atenções sobre os recursos reais para fazer frente aos projetos e as políticas necessárias a um bem-estar a esse povo tão sofrido. Um produto que mesmo sendo da área de sua formação, a saúde manteve-se doente e sofre com o descaso do Estado de São Paulo que demora no repasse das minguadas verbas (o Estado de São Paulo deve só para um hospital, o Amaral Carvalho da cidade de Jaú, mais de 10 milhões de reais em repasses). Filas, falta de leitos, equipamentos quebrados e sem as necessárias manutenções, médicos e enfermeiros honram seus aventais e se viram como podem no tratamento da população.

É na Saúde e na Educação, no sistema de ensino a percepção que todo o governante deveria ter na formação do futuro de um país e pela atuação de Alckimim nessas áreas, desqualifico-o como o futuro presidente.

Num país onde não há ideologia e fidelidade partidária, creio que seria ingênuo imaginar que um presidente por mais bem intencionado, conseguirá mudar ou quebrar esse estado de Coisas que a cada dia vem deteriorando o Estado.

Para se chegar lá, são necessárias articulações e coligações e esse cenário de 20 anos de democracia, de costuras mensaleiras a reeleição de FHC a danças das pizzas de absolvições de mensaleiros de agora, já nos mostrou, ou melhor, já nos mostraram como age e reage a nossa chamada representação.

Vejam como votam os interesses do povo e vejam como se protegem uns aos outros. Como conservam seus privilégios e suas impunidades até por crimes comuns.

Prendemos nossas atenções para a escolha do próximo presidente e esquecemos do Câncer que é o Senado, o Congresso e suas metástases.

Com eleição de A ou B, C ou D, 1ª, 2ª ou 3ª vias, seja quem for o eleito, esse será o administrador dos interesses de apoios "interesseiros".

O Poder seduz. O Poder corrompe. O processo de incorporação dos partidos repartidos e partidos ao sempre continuísmo e oportunismo, não ocorre somente na compra da consciência com cargos públicos, mas, sobretudo, na formação de redes de negócios que se estabelecem entre corporações privadas, cúpulas partidárias e aparelhos de Estado, com a adesão aberta ou dissimulada das lideranças políticas e dos partidos aos interesses dos diversos segmentos do capital. Banqueiros, industriais, ruralistas, gestores de negócios especulativos, empreiteiros, especuladores imobiliários, publicitários, órgãos de comunicação, enfim, os detentores do poder real, com raízes dentro e fora do país, não encontram obstáculos para cooptar grupos inteiros de situação e oposição. A mercantilização do processo eleitoral facilitou, em muito, esse trabalho.

Assim sendo, que condições consciente nós temos para escolher o Candidato "menos pior" que realmente nos representem?

Creio que devemos colocar muito de nosso senso critico para analisarmos todo esse processo do oportunista continuísmo em que vivemos e não sair por ai comprando qualquer produto ou qualquer teoria aos modos do entre os piores, o menos pior.

Talvez até, muito mais importante, seria mirarmos as atenções para esse Sistema Político e Eleitoreiro que é um grande esgoto a céu aberto onde o fedor contamina toda a consciência da Nação.

Na minha opinião, sempre se faz necessário fazer uma triagem do tanto que estamos consumindo, devemos sempre estarmos envolvidos numa tentativa de tradução das continuidades e manobras desse processo enraizado ao eterno oportunista continuísmo.

Já não basta a forma interesseira que tratam o nosso dinheiro e a corrupção gerada na farta colheita das urnas e ainda cooperamos e até contribuímos com a gastança de cada eleição? Nesse esgoto a céu aberto, creio que o eleitor, pouco ou mais esclarecido, é sabedor das conseqüências do voto. O ato de votar nessa tal democracia que foi muito mal planejada e está ainda pior na forma pela qual está sendo conduzida, continuará valendo nada vezes nada para o povo, valerá apenas para mantermos viva essa piada chamada de nossa representação.

Nunca o Momento foi tão oportuno e seria lamentável perder, deixar passar esse AGORA.

Por mais que os Fatos, atos, ações e o escambau estejam as claras, tudo... tudo que estão aí e que se apresentam, (da silva, alckimim, buarque, helena, eymael, bivar, pimenta) tá muito mais para Ovo Cozido com Fanta Quente. E haja gazes para poluir a consciência do eleitorado.

Devemos mirar nossas atenções para que, se hoje seria possível e viável uma “revolução” de mudança do ambiente social, político e cultural. Uma revolução que resgatasse valores e instituições, que despertassem a consciência que há muito temos nos distanciados.

Uma revolução que mudasse o nosso ambiente social, político e cultural é hoje tarefa utópica?

PRENDEMOS nossas atenções nos focos dos problemas originados na grande colheita das Urnas Eleitoreiras, que contribuímos e cooperamos para gerá-los com o nosso ato de votar e PERDEMOS nossas atenções no foco das soluções.

E a ÚNICA solução que vejo é uma grande queima do título de eleitor.

Ninguém ainda levou as atenções para a visualização das dimensões que esse ato de verdadeira cidadania pode ou poderia atingir.

Se pelo menos uns 25% da massa de eleitores queimasse o título de eleitor numa fogueira em praça pública, as atenções internacionais, da opinião pública, das forças armadas, dos tais formadores de opinião e principalmente "dos podres poderes" perceberiam então que o POVO finalmente começara a ACORDAR

Atitudes desse tipo é que começaríamos a mexer com o poder.

Seria uma semente plantada na consciência do povo.

Preparar, apontar e FOGO no título de eleitor ou então, continuaremos a sobreviver num estado de carência de movimentos populares. Movimentos que gerassem alguma ação que efetivamente objetivasse a mexer com os tentáculos da eterno interesses e das manobras corruptas dos e daqueles que FORAM, dos que SÃO e dos que ESTÃO, daqueles que não deixaram de SER e daqueles que sempre FORMAM o Poder.

Por tudo que já assistimos e acompanhamos, nunca momento foi tão oportuno para que O Hoje SEJA o Agora.

Mas o fato é que o traço característico do subdesenvolvimento no âmbito político é a debilidade da participação popular. O povo simplesmente pratica o ato de votar e não tem consciência de seus direitos, não tem consciência da importância do Estado e não participa. O povo é uma clientela, é uma pessoa disponível e se comporta como sempre se comportou, como simpatizantes e fanáticos torcedores das figuras partidárias.