PPS: Partido dos Parasitas Sociais (ou “O fisiologismo é uma praga”)

“Hoje, quem quiser redescobri-la (a natureza)

Terá de apelar para o exemplo dos animais,

Nos quais ela permaneceu inacessível à corrupção

E à versatilidade das opiniões. É verdade que

Os animais nem sempre seguem o caminho

Traçado pela natureza, mas afastam-se

Tão pouco dela que não se perdem nunca”

(Montaigne 1533-1592)

No afã de compreender o comportamento humano, muitos filósofos observaram o mundo natural acreditando que poderiam traçar um paralelo entre o homem e alguns animais. Outros pesadores atribuíram à racionalidade a causa de certos males, considerando-a como empecilho a uma relação sem preconceitos com as coisas da natureza (incluindo os seres humanos).

Michel de Montaigne, filósofo francês do século XVI, viveu na época áurea das colonizações e se contrapôs a idéia vigente da superioridade dos europeus aos “selvagens” da América. Em sua obra, “Ensaios”, retomou a idéia aristotélica de que o homem é um ser natural. Entendia que para superarmos as nossas inadequações físicas, morais e intelectuais, que desenvolvemos ao longo da vida, devemos aprender com os animais. Para o filósofo os animais, como nós, possuem sentimentos e inteligência, o que nos diferencia é a comunicação. Eles possuem uma sabedoria natural em suas relações com o corpo, pois não possuem constrangimentos, vergonhas e pudores. Para nos lembrar da condição natural a que estamos sujeitos, dizia que “reis e filósofos defecam”.

Não há dúvida que a natureza é um excelente ponto de partida para a reflexão. Se nos reportarmos à conduta política, a semelhança do homem com os outros seres vivos é ainda maior. Analisemos o caso dos ilustres integrantes do Partido Popular Socialista – PPS no Estado do Pará. Não há como pensar na conduta dessas pessoas sem nos reportarmos à natureza, mais especificamente aos seres conhecidos na biologia como PARASITAS.

Aprendemos, ainda nos verdes anos de formação acadêmica, que os parasitas são organismos que vivem em associação com outros seres, dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência. Eles se caracterizam pela dependência do hospedeiro a ponto de, normalmente, fenecerem quando este perece. Do ponto de vista de quem os abriga, são classificados em parasitas necessários e facultativos. Os primeiros possuem dependência total dos hospedeiros; os outros, optam em parasitar, embora possam viver sem essa prática deletéria.

O que parece uma aula de biologia, na verdade, é a descrição fidedigna do comportamento dos integrantes do PPS. Este é um partido político que está entre os chamados “nanicos” e os grandes. Por não possuirem uma identidade definida, aliada à vontade de se robustecerem, optam, como os parasitas facultativos, em sugar os nutrientes de certos hospedeiros, que os abrigam sem qualquer cerimônia por pura interdependência fisiológica.

O Chefe dos parasitas sociais paroaras, Arnaldo Jordy, não perdeu tempo. No início deste ano declarou incontido apoio ao candidato ao governo do Estado do Pará, pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, Simão Jatene, para as próximas eleições. Jordy e o seu grupo infectante não vêem cara nem coração. Apóiam qualquer um que lhes dê o alimento de que precisam para a engorda, independente da coerência entre a sua ideologia (se é que existe) e a dos hospedeiros, nem mesmo consideram os planos pragmáticos destes. É o que se pode chamar em linguagem chula e anacrônica de “ALAÚÇA” ou “JOGAR NO PISÃO”, isto é, não há critério racional e ético para a permuta. Depois que se joga à multidão, o usufruto da coisa será de quem primeiro se dispuser a pegá-la.

É importante frisar que o PPS não é um parasita qualquer. O hospedeiro tem de ser de boa linhagem, pelo menos do ponto de vista material. Quem gosta de “puta pobre” é intelectual. Basta lembrar que no segundo turno das eleições municipais de 2006, para o cargo de prefeito da capital paraense, Jordy e companhia se agarraram ao candidato José Priante do PMDB na expectativa de sugá-lo. Como esse hospedeiro, naquelas eleições, teve vida curta, os parasitas sociais não conseguiram completar o seu ciclo vital. Isso mostra que o ato de parasitar tem os seus reveses, mas como essa prática é o caminho mais curto para a prosperidade política, esses helmintos continuam em atividade.

De tanto sugarem os nutrientes alheios, hoje, Jordy e sua horda gozam de notório respeito na terra do açaí e do asfalto, a ponto de exigirem certas condições para parasitarem os outros. Eles se dão ao luxo de somente exercerem o seu ofício se o hospedeiro se dispuser a pagar o preço previamente estabelecido. Do PSDB requereram "apenas" o cargo de vice-governador do Estado ou de senador da República. Só não pleiteou o cargo majoritário, porque atenta contra as leis naturais. Os parasitas devem se contentar em ser acolhidos, nada mais.

Assim os ciclos “naturais” da política paraense vão se realizando, embora um pouco diferente de outros ciclos vitais, onde um elemento da cadeia alimentar morre para a sobrevivência do outro. Na biologia marajoara, os hospedeiros e parasitas nunca morrem, para a desgraça de todos nós.

walber wolgrand
Enviado por walber wolgrand em 11/07/2010
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