Eleições 2010 - E aí vem a questão

A questão que estamos vivenciando mais uma vez, a isomerização para a próxima composição da presidência do País.

O processo pode ser atribuído a um alinhamento entre "agregados" visando ao rearranjamento dos espaços, ocorrendo uma compactação política para o "governar".

“To be or not to be that’s the question”. “Ser ou não ser é a questão”. É a tragédia da dúvida quando o Príncipe Hamlet, da Dinamarca, ao se propor vingar o assassinato do pai, cometeu as mais tresloucadas atitudes que o levaram ao desespero.

Qualquer comparação entre a maior obra Shakespeare com a realidade de um mundo conturbado pelas decisões atabalhoadas de seus líderes e conluios, possibilita algumas divagações.

Ser ou não ser é a questão ou Mutatis Mutandis.

Mutatis Mutandis é uma expressão latina que significa mudando o que tem de ser mudado. Pode ser, grosso modo, entendida como: "tendo substituído ou levado em conta certos termos". Tal expressão é geralmente empregada a respeito de uma sentença ou idéia anteriormente citada e compreendida. Ela indica, assim, que posteriormente algo fora alterado ou que se pode fazer uma analogia de tal fato, porém tomando as devidas proporções e alterações necessárias.

Pois bem, levando para à política nacional será que podemos constatar a dúvida do ser ou não ser - mutatis mutandis ?

Em que partidos com os mais diversos programas de governo se agrupam em controversas alianças na busca do sucesso eleitoral. Complicando-se ainda mais quando o ser e o não ser, alcança elementos que ferem os princípios da própria legenda.

Princípios?!!

Na época do bipartidarismos a ARENA era considerada por alguns críticos como um partido do "Sim Senhor" e o MBD, o chamado "manda brasa", o partido do "Sim".

Creio que é sabido que Ulisses Guimarães queria "melar" a anistia de Figueiredo pois temia que a volta de Miguel Arraes, Leonel Brizola e outros, podiam atrapalhar (como atrapalhou) suas pretensões de ser Presidente do Brasil. Figueiredo bateu o martelo e decretou a anistia ampla, geral e irrestrita.

Creio que deve ser de conhecimento geral da nação, a farsa de que como foi a ida de Sarney para o PMDB.

Na sucessão de Figueiredo, Ulisses renega sua pregação por eleições diretas e alia-se a uma das alas mais corrompidas do oficialismo, de onde surgiria o PFL (atual DEM com seus família-Maias, espólios-Magalhães e Arrudas), no casamento de conveniência que daria a vitória a Tancredo Neves, num Colégio Eleitoral, até então considerado espúrio e anti-democrático. Sustentáculo da chamada Nova República, torna-se cúmplice e beneficiário do estelionato eleitoral do Plano Cruzado e das trapalhadas de seu refém político, o José Sarney. Comanda um novo "conto-do-vigário" político passado à Nação, com a famigerada Constituição-panacéia, obra-prima de nossos vanguardeiros do revanchismo e do retrocesso.

Foi acrescentada uma letra na legenda, o P de partido. PMDB, paradigma da falta de espírito público da classe política, um partido apegado às benesses do Poder. Fracassado nos desafios construtivos de bem governar, tem buscado no oportunismo político seu sucesso eleitoral.

Nascido MDB, no bipartidarismo ensaiado pelo regime implantado com a derrubada do Sr. João Goulart, cresceu como uma grande frente para onde convergiram todas as correntes que combatiam o regime autoritário. Sendo a maior agremiação resultante da reorganização partidária decorrente da abertura política. O já então PMDB começaria a exibir as contradições internas oriundas do largo espectro ideológico de sua origem.

Desde das eleições de 1982 em que saiu o grande partido vitorioso em quase todos os estados e em quase todas as cidades, elegendo seus governadores, deputados, prefeitos e vereadores, através da imprensa livre já gozando a liberdade de expressão, começaram a relatar, revelar, informar as pequenas, médias e grandes articulações de manobras corruptas e desvios de dinheiro público pelos PMDBistas.

A busca do poder pelo poder praticados na política nacional. O PMDB é uma grande quadrilha organizada por Bandos: o Bando do Sarney; o Bando do Renan; o Bando do Temer; o Bando do Quércia. Unidos, cada bando são iguais.

Todos acham o PMDB um forte aliado e desde então, este partido que é um dos piores partido do Brasil, vem sistematicamente trabalhando para a deteriorização do país, como vimos nos governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e com mais ímpeto no governo Lula. Nas eleições, o partido funciona com um pé lá e outro cá. Como vemos agora, um pé lá - o Temer com a Dilma e outro cá - o Quércia com o Serra. Depois, no intuito de formar suas redes de tramas e negócios escusos, se unem novamente para cobrar o apoio, em negociação de cargos e colocações no Governo que sair vitorioso nas eleições.

No mar das contradições dos "dois pesos e duas medidas". As mesmas práticas de apoio para um, abominamos, para o outro justificamos. É o soro anestesiante dos politicos funcionando.

Cada vez mais tenho a convicção que no Brasil não há eleitores e sim, fanáticos bajuladores adoradores e torcedores de figuras partidárias, como tais figuras fossem um messias.

Cadê a ética e Cadê a Moral que tanto falam e querem?

Não tem mais que ser os meios justificando os fins. A troca de seis por meia dúzia.

Entra eleição e sai eleição os vícios do poder pelo poder continuam os mesmos. E eleitores alegam que apoio é importante pelo simples fato para o "ganhar"- vencer, mesmo vindo, senão o pior, de um dos piores partido. É a velha máxima dos meios justificando os fins.

Eleito pelo efeito Montoro, Quércia roubou, assaltou, corrompeu e acabou com o Estado de São Paulo. Justamente por este assalto praticado por Quércia e sua quadrilha que José Serra, Montoro, Covas, FHC, Fabio Feldmann e Geraldo Alckmin fundaram o PSDB.

Mesmo que o currículo de Serra traz que foi o Secretário de Planejamento de Orestes Quércia, ver agora o Serra alinhado com Quércia e seu bando de assaltantes do Estado, no mínimo é deslize de conduta ética-Moral.

Se Serra vencer as eleições e quando presidente se aceitar-engolindo como agora está aceitando, os fatos dos "apoios" se armarão novamente, ferindo mortalmente os cinco princípios constitucionais que sustentam a administração pública em nosso país,"LIMPE", sigla que, além de sugestiva, é fácil de lembrar: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

De que adianta esses que estão, outros que tiveram ou aqueles que almejam o Poder estarem inscritos em partidos que levam em suas siglas o "D" de democracia, o "S" do social, o "B" de brasileiros, o "T" dos trabalhadores, o "L" da liberdade? Brasileiro Socialmente preocupado, Livre, Democrático e Trabalhador é quem respeita o povo de seu país, de seu Estado e de sua cidade, enxerga suas carências (Educação -trabalho - saúde - segurança - habitação), suas prioridade (Educação - trabalho - saúde - segurança - habitação) e procura fazer com que o dinheiro público seja aplicado democraticamente, isto é, com o povo e para o povo.

Não precisa ser um Santo, mas alguém que tenha caráter, coragem e que não seja um político igual aos outros. Pode ser que Serra tem essas qualidades, mas Serra não tem habilidade política que caciques de seu partido querem e índios de grupos aliados com o clã Maias e espólios-Magalhães desejam. Por isso, não é de agora, o nome Serra tem certa rejeição.

E...

É na Educação e no sistema de ensino a percepção que todo o governante deveria ter na formação do futuro de um país e não como o grande erro na forma de educar-ensinar-formar o cidadão com um sistema paulista de ensino da progressão continuada, formulada por Covas e continuada por seus sucessores PSDBistas, formando ignorantes, em que o aluno sai da 8ª série sem saber interpretar um texto ou formular um bilhete. Já com idade de votar, os formandos em Tal sistema elaborado por Covas e continuada por seus sucessores, possivelmente, vem contribuindo para engrossar a massa de eleitores ignorantes.

Será que Covas chegou a imaginar que poderia ocorrer tal fato?

Mas quando se trata da política e suas facetas de variadas formas aqui no REAL Brasil de todos nós. Realmente é difícil crer nos valores em que nossos pais cuidadosamente incutiram em nós, como honra, honestidade, dignidade, amor à pátria e à população brasileira, respeito à democracia e aos direitos humanos. Nos conformamos com os valores que estão aí.. E vai se perdendo os valores, ideais, só porque o mundo REAL Brasil é esse mesmo.

Então, este é o mundo como ele é. Não temos poder algum para mudar esta realidade do mundo REAL Brasil de todos nós.

Dúvidas! Oras, eles, os profissionais da política, não tem dúvida nenhuma .

Na verdade mesmo, o funcional de Brasília é um mercado como uma feira livre, um lugar específico, onde vendedores e compradores se encontram para trocarem seus produtos, entre eles, bananas e abobrinhas.

Geralmente as concentrações e centralizações de poder nas mãos de muitos "alguns", facilita as barganhas dentro de um processo de quem vende mais, ao oferecer seu produto a preços mais atraente. Este método é próprio da concorrência, que aos poucos só servirá para as tomadas de decisões do conluio desses muitos "alguns", que compram das mais sórdidas maneiras os competidores que estão incomodando no processo concorrencial.

E nem mais nós, eleitores, nos espantamos com tais negócios dos políticos, que cujo o efeito do soro deles, somos anestesiados e nos acomodamos com um novo escândalo-mutreta, apagando da curta memória o anterior e assim sucessivamente.

Mutatis Mutandis - e a única palavra que me ocorre agora para finalizar aqui a minha revolta com tal estado de coisas que já estamos acostumados e ao que parece, acostumado sim, CANSADO não, é uma vergonha.

E ainda, aqui no Brasil, somos chamados de Eleitores