Tomando partido

Gosto de ver a direita raivosa, mormente em época de eleições majoritárias. Chega a ser cômico! Ela espuma feito um cão danado, vomita como nas disenterias desidratantes e baba na gravata, vitimada por uma espécie de ataque epiléptico.

De minha parte, não perco os editoriais da "Folha" e do "Globo". Também não perco a coluna do Élio Gaspari, essa espécie de alter ego do Eremildo, o idiota, aliás, personagem de sua lavra.

Delicio-me com o João Ubaldo e seus faniquitos bem-humorados, tentando convencer uma certa classe média de que estamos no fundo do poço. Outro que não perco é o Merval Pereira, esse Merquior menor. No entanto, neste caso, nunca sei o que realmente pensa esse egiptólogo, posto que sua coluna tem sempre um excesso de recheio da fala dos outros.

O ápice do meu delírio, entretanto, é quando entro triunfante numa banca de jornal para comprar a " Veja ". Aí é a galhofa, a chalaça. Deixo-a sempre no banheiro para os momentos de alívio e entretenimento gratuito. E é tanta bosta que sinto inveja das minhas mais comedidas.

A liberdade de imprensa salva os meus dias. Não fosse ela, estaria-me negado o lado mais risível das suas verdades.

Por fim, gostaria que todos os intelectuais de meia-tigela e alguns de tigela inteira estivessem desse lado. Só assim, no frigir dos ovos, eles talvez se convencessem de que não conseguem formar nem as opiniões de seus cães.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 19/09/2010
Código do texto: T2507613