O QUE NÃO TEM REMÉDIO...

Hoje pensei no que escreveria, adoraria trocar o meu insistente "CD", porém faço desse meu artigo um desabafo cidadão, a pegar carona numa reportagem que me chegou às mãos, ontem, quase no final da noite, matéria de capa extensa e contundente dum grande Jornal daqui de São Paulo.

Pouco tenho tempo para ler, ocupo meu tempo mais escrevendo, e escrevo demasiadamente rápido, nas poucas entrelinhas do meu tempo, motivo pelo qual as opiniões e sentimentos que aqui escrevo emanam do meu âmago meio inconformado com os acontecimentos, nem diria dos últimos tempos, porque há muito que percebo que as coisas caminham estranhamente por aqui.

O Jornal dizia que ontem houve uma manifestação pública de juristas e intelectuais nas imediações do Largo São Francisco, reduto dos estudantes da grande escola Paulista de Direito, a São Francisco da USP, aonde Hélio Bicudo liderou um manifesto a favor da moralidade na política e portanto, na condução do país.

Os fatos escabrosos que ocorrem explicitamente nas presentes eleições, nessa em que também escolheremos nosso maior líder, me leva ao seguinte questionamento de cidadão DECENTE: Por que não há a força jurídica de instituição alguma para garantir um andamento mais ético e mais decente na política e NA CAMPANHA ELEITORAL?

Aonde estão as nossas instituições democráticas a nos proteger de MANOBRAS PERIGOSAS QUE COLOCAM EM RISCO A LIBERDADE DEMOCRÁTICA?

O que teria acontecido no país?

Por que um Presidente da nação de fato, eleito e PAGO para direcionar o país diuturnamente, parece abandonar claramente suas funções de Estadista (vejam, pela primeira vez parece não ter ido à reunião da ONU, inclusive, claro, não deve haver espaço na sua agenda atual) para subir nos palanques com gana de cabo eleitoral, a empunhar discursos agressivos contra o que ele próprio denomina "turma do contra"?

Mas por definição uma democracia não se caracteriza pela convivência pacífica entre opiniões distintas?

Não há que haver certas contraposições de ideias para que se estabeleça o livre curso democrático para que TODOS sejam IGUALMENTE representados? Ou o próximo Presidente pensa governar sem oposição alguma?

Ao que pouco entendo, quando uma ideia nos é colocada como absoluta e irrefutável, já não há mais o estado de direito democrático e a nossa Constituição representaria apenas um símbolo ultrapassado de ORDEM E LIBERDADE democráticas relegado aos "últimos planos".

Temo pelo o que o Brasil já viu, temo pelas intenções escusas que o cenário atual possa estar nos revelando nas entrelinhas dessa campanha eleitoral.

E o que me surpreendeu na matéria do jornal, foi que ali percebi que não estou a sentir sozinha.

Eu só não saberia me responder quais seriam os caminhos legais para que se exigisse respeito às regras democráticas, à Constituição, e ao pensamento idôneo.

Aqui parece que caminhamos duma terra de ninguém para uma terra dum só dono! É assim que sinto, com todo respeito por todos.

E o que mais me assusta: nesse último escândalo da Casa Civil, em que houve a necessidade de afastar o seu comando político em virtude de "tráfico de influências políticas" por parte de alguém relacionado ao meio de atuais candidatos, eu pergunto: O quê mais precisaria acontecer nessas eleições, além desse e do grave incidente da Receita, para que o povo acordasse, a exigir decência no processo democrático? Ou estou a querer muito por aqui?

Talvez quem tenha lido a reportagem do jornal possa concluir:" coisa dos desesperados que perdem a eleição nas prévias".

Não, não é fato, simplesmente porque eu não tenho ídolos.

Apenas prezo pela honestidade, e já aprendi a respeitar a vontade da maioria em todos os campos da minha vida.

O que temo é que o Brasil todo esteja perdendo numa flagrante cegueira maioritária.

Que pena! Quero estar enganada.

Termino meu desabafo a desejar muita sorte ao nosso País, lisura nas nossas eleições, e que jamais retrocedamos na História.

Rogo a Deus, não com a falácia dos políticos que colocam o Seu nome em vão, mas com a brandura de coração, para que a Justiça acorde, que nos seja honesta e imparcial a nos proteger de qualquer manobra danosa à nossa SAGRADA CONDIÇÃO DEMOCRÁTICA. Precisamos dos justos, não dos demagogos populistas.

Posto o que penso, termino dizendo que por aqui, pelo andar da carruagem eleitoreira, o que não tem remédio...muito mal remediado estará.

Um grande abraço a todos.