EM FOCO, O BRASIL!

UM "SURF" PELAS ONDAS RUBRAS-VERDE-AMARELAS!

Ontem o Brasil pode avaliar,num último debate promovido pela televisão às vésperas das próximas eleições do três de Outubro, o desempenho ideológico dos nossos principais presidenciáveis, Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e José Serra (PSDB).

Confesso que, como brasileira que assistiu ao cenário da Rede Globo bem de longe, já num palco de sonolência profunda, cheguei a sentir orgulho da nossa Democracia, sentimento que há tempos não me permeava, embora tenha sentido o palco extrema e politicamente correto, algo meio "engessado" para a nossa acirrada atmosfera política do momento.

Parto da premissa de que, se a "teoria na prática é outra", ali se constatava o silogismo hipotético de que a retórica dos discursos das ciências políticas também não é exceção à minha derivada premissa do sentimento: Finda a eleição o cenário provavelmente também será outro, bem diferente dos discursos.

Porém, os candidatos surpreenderam pelas posturas linearmente impecáveis, tudo mais ou menos igual, aonde nos passaram a irrefutável impressão de que, se não lutam, ao menos discursam muito bem em prol da melhoria da Pátria.

O que me encantou de fato foram as retóricas impecáveis de Marina Silva, cujas ideias são muito bem colocadas e defendidas, e do magnânimo Plínio de Arruda Sampaio, este, por quem nutro uma admiração antiga pela sua capacidade intelectual e atualmente pela sua resistência física invejável, que lhe permite enfrentar uma campanha presidencial de grande monta, que requer grande esforço, a despeito da sua idade cronológica. Plínio de Arruda Sampaio é um jovem, cuja história, é de se tirar o chapéu.

Por alguns instantes parei para analisar as legendas e os caminhos históricos-políticos dos que se nos apresentam ali para o futuro comando do país: de fato, tudo mais ou menos igual!

Se a história da Democracia Brasileira caminhou grande parte do tempo por uma tendência Bipolar entre a Esquerda e a Direita, hoje percebe-se nitidamente que, ou a direita sumiu, ou a esquerda se camuflou muito bem! Ali víamos quatro candidatos que historicamente militaram nas esquerdas mais revolucionárias da nossa história, mas que com o tempo se amalgamaram aos ideais da Direita, até da mais extremista, em nome da governabilidade e do avanço democrático do país. Plínio, brilha com a luz de SOL estelar, talvez nos seja o único candidato a esboçar alguns antigos ideias sociais de esquerda mais radical, que talvez já não caibam no nosso presente momento de avanço político...TEÓRICO, deixo claro.

Serra, me parece outro polo da representação, nem sempre muito bem clara, às vezes um tanto enfadonha, da Social Democarcia e do Neo Liberalismo.

Marina é algo entusiástico, verdinho em folha, com a animação, a beleza e frescor do tudo que é novo. Gosto da sua postura e clareza.

Dilma, já com pose de Estadista (eu a acho uma bela figura), uma montagem desesperada da situação, tem um discurso pobre, que não convence, facilmente "desbancável" pela mera observação dum olho mais atento.E tem o apoio incondicional da máquina e de parte da mídia, o que é tudo, mas não para o Brasil.

Porém, ali tínhamos a impressão de ouvir a tendência, meio confusa, de quatro discursos com aparência sócio -democrática. Mas, será mesmo?

O que eu insistentemente me pergunto é se a dissidência de legendas ancorada nas metódicas ideologias que ora se enfrentam nos pequenos detalhes, ocorrem em nome da Pátria ou por interesse dos caminhos partidários.

Ou seja, nossos projetos são de governo... ou de vitalício poder?

É o político em prol do país ou o país usado como instrumento em prol do interesse partidário?

De toda sorte, a bandeira do discurso "rubro-verde-amarelo" decerto foi hasteada de mastro inteiro na fala de todos os candidatos, neste nosso último DEBATE SEM EMBATE.

Não temos do que nos queixar!

A arguição que aqui lanço talvez seja o principal foco do pensamento que deveria nortear todas as nossas futuras escolhas das urnas.

Plínio está certo: Viva o Brasil, ainda que um país meio exausto, de democracia resfolegante, a surfar pela ondas monocromáticas da mesmice política da nossa história mais contemporânea.

Que não sejamos só discursos.

Que depois das eleições surfemos sobre altas ondas da democracia verde-amarela, a que todos nós brasileiros fazemos jus.

Bom voto para todos.