Do Cara à Cara Dilma: Brasil 2011

Desde 1990 que o Brasil se posicionou para enfrentar seus reais problemas. Sarney (as falhas ensinaram o que não fazer novamente), Collor (abertura da economia e impeachment), Itamar (início da implementação das ações para tornar realidade o Plano Real com o lançamento do Programa de Ação Imediata - PAI) e FHC (lançamento do Plano Real) moldaram esse País verde e amarelo. Hoje, vivem-se os frutos dessas ações mais recentes... Lógico que essa construção se iniciou bem mais cedo, passando por Getúlio Vargas, JK e governos militares, no entanto, abordam-se aqui assando por Get no Realsomente os feitos dos vinte últimos anos.

Agora, Lula é ex-presidente. Já no ocaso do seu governo, ele declarou: a minha chegada ao poder tinha que mudar o patamar de governança. Eu tinha que provar a cada dia que teria condição de governar igual ou melhor que todos os doutores que passaram pela presidência.

É provável que Lula fique conhecido pelas palavras de esperança que sempre falou, ou pela modelagem e consolidação de um estilo brasileiro de governar uma nação, com muita fé, carisma e ações possíveis... Desatinos também.

Nasce um novo governo nacional. Parece que a nova presidente do Brasil tem mudado o seu jeito de agir e abordar as pessoas. Mostra-se mais suave e tentando integrar pessoas e partidos para a direção de resultados benéficos à nação. Alianças e união habitam o seu vocabulário e o seu discurso inicial deixa claro que esses aspectos são imprescindíveis para combater a miséria e promover – ao mesmo tempo – a estabilidade econômica.

Doze páginas do seu discurso de abertura registraram o seu próprio perfil, ações gerenciais. Evidenciou claramente suas características nas palavras escritas/proferidas, apesar da pouca originalidade e pobreza de detalhes. Ficou nítido que as condições da sociedade, do mercado e do Estado brasileiro ainda precisam melhorar (muito) nas questões socioambientais e na dimensão econômico-financeira.

Embora em processo virtuoso desde 1990, mas também repleto de contradições e idiossincrasias, o País tem alcançado resultados finais positivos e estimulantes... Essa roda viva vai criando os alicerces necessários à operação das transformações e alimentando as instituições para as suas reais finalidades.

O prédio está próximo aos 50% da sua altura final. Isso exige mais cuidado. Qualquer ação exige supervisão atenta, alinhamento integrativo e cooperação dos partícipes. Fazem-se necessárias pessoas comprometidas e capacitadas para continuar a escalada e depois poder – nos finalmente da obra – fazer o acabamento e os ajustes requeridos. Até 2025, outros três presidentes da República ainda continuarão (ou poderão continuar) esse círculo virtuoso.

Fortalecer as instituições e promover a capacidade de investimento da iniciativa privada impõem-se como fatores de primeira grandeza. Desenvolver infra-estrutura sustentável e primar por uma educação real (na família, na escola e na comunidade) serão questões compulsórias e baluartes nessa governança pós-moderna.

Mister atentar que o desafio passa pela capacidade de duplicar os esforços de expansão das oportunidades para a nova classe média e criar os meios (instituições e ações) para mantê-la nessa evolução.

Os últimos oito anos foram marcados por excessivos ganhos na aplicação em Bolsas (mercado de capitais), 295%, contra 58% relativos ao poder de compra do salário mínimo (medido em cestas básicas). A remuneração do capital ainda continua socioeconomicamente indecente e merece reflexão para que ações modificadoras possam influir e mudar esse panorama nos próximos vinte e quatro meses.

Sobre a questão internacional, pelo escrito no discurso de abertura, a nova presidente continuará privilegiando as relações com os países amigos, mas sua prioridade será manter e ampliar os negócios e cooperação no Mercosul e Unasul.

Parafraseando Guimarães Rosa (citado por Dilma no seu discurso): o correr da vida embrulha tudo... O que ela quer da gente é coragem.

Os próximos doze meses ratificarão as palavras aqui expressas ou embrulharão tudo.

Generosidade, criatividade, tolerância, AMOR, ordem e progresso.

Até janeiro de 2012.

Afonso Farias Jr - PhD

Professor/Administrador

AFFARI SOJUN
Enviado por AFFARI SOJUN em 25/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2815096
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