NO PORÃO DA ASSEMBLÉIA

Não sei como posso classificar o que acontece na Assembléia Legislativa do Pará, um estado onde falta só tudo, não temos médicos nem professores, temos uma polícia mal aparelhada e mal remunerada, a gratificação de fardamento dos bombeiros foi cortada, canais entupidos e proliferação de doenças, detemos um índice proporcional invejável: possuímos a cidade mais violenta do país em detrimento de estarmos falando de um dos mais ricos estados da união. Um estado onde o Barbalhismo entra para o senado pela janela da lei.

Uma funcionária da Assembléia, que não é nem uma limpeza, obteve as regalias da delação premiada e escarnou toda a podridão dos porões da instituição, revelando os desmandos, ou os mandos de seus superiores, deste o velho presidente da casa que paradoxalmente se chama Juvenil. Uma verdadeira farra com o dinheiro público onde um deputadozinho eleito por fanáticos de uma torcida de futebol, nada fez pelo estado no qual foi eleito, mas enviou algumas centenas de milhares de reais para o interior da Paraíba onde estava sitiada o restante de sua quadrilha, digo, família os quais detinham cargos de confiança do Estado com salários acima de R$ 4.000,00 cada um, e sabe como é, nordestino tem família grande, logo o rombo não foi pequeno, isso além de guardar sem nenhum pudor quinhentos mil reais em espécie em casa.

Estão querendo dividir o Estado do Pará em mais três unidades: dividir com mais quem? já não está sobrando nem para os abutres que temos. O argumento do Governo Federal de que o a mão do Estado não atinge todos os rincões é de certa forma válido, embora estejamos protegidos dessa mão... o fato é que entendo seja salutar essa redivisão do estado brasileiro em termos de desenvolvimento, porém a proliferação de cargos públicos para quem não domina suas mãos nervosas, ávidas de reais, torna esta perspectiva temerária. A agência governamental que regula essa coisa de relações entre oferta e procura, produtores e atravessadores, comerciantes e consumidores, orienta às pessoas a seguirem a razão não o impulso na hora de comprar e pagar, podendo inclusive devolver o produto após tê-lo experimentado, por que isso não vale para a classe política? Por que temos que consumir esse produto vencido ao longo da vida, sentindo seu efeito pernicioso a cada clic da TV. Nossos profissionais que trabalham de sol a sol, médicos em várias clínicas, professores com uma carga horária extenuante, policiais fazendo bico pra não se corromper, vivendo com salários dignos de pena após anos de noites insones estudando ou se aperfeiçoando, tendo que engolir um grupo de deputadozinhos, trabalhando durante quatro anos e conquistando a independência financeira que não conseguiram em seus empreendimentos, onde foram medíocres ou nos gramados de futebol onde já eram enganadores. Isso é um câncer que precisa ser extirpado do convívio social. Estamos pagando altas taxas para consumir algo que nos consome.

Anderson Du Valle
Enviado por Anderson Du Valle em 10/05/2011
Código do texto: T2962192
Classificação de conteúdo: seguro