LEITURA HISTÓRICA (Uma pequena Explicaçãoi)

Não acredito que se possa ou se deva ler ou estudar um texto ou uma vida ou a razão de ser dos século XVII ou XVIII com os olhos e a consciência do tempo de hoje.

A vida era outra. Os costumes sociais e domésticos eram diversos simplesmente porque aquelas pessoas não tinham o condão de visualizar o futuro como nós hoje o temos.

Os costumes eram outros.

As crenças religiosas diversas.

E o modelo político com outra visão, se bem que o mesmo: o capitalista.

Assim não adianta pensarmos ou exigirmos que devessem ter feito isso ou aquilo desta ou daquela maneira, mesmo porque essa “exigência” não teria o condão de fazer com que o passado retornasse aos dias de hoje para que aqueles que se sentem prejudicados, ofendidos ou humilhados tivessem o poder de “consertar” os “erros” ou os “equívocos” daquela sociedade.

O fato foi concreto, definitivo e acabado!

Não deveria ter existido? Sim, não deveria segundo os critérios sócio-econômicos de hoje.

E volta-se, então, a pergunta crucial:

Houve a escravidão negra no Brasil e em todas as Américas? Houve! A escravidão negra foi brutal? Foi!!!

Há a possibilidade de se consertar ou reparar os “erros” daquela sociedade?

No meu modo ver, estudar ou sentir a história inexiste essa possibilidade.

Não podemos reparar ninguém pela tortura ou assassínio de um ente querido, inda mais se esse ente foi um bisavô ou um trisavô duma pessoa que vive em nosso tempo.

Como e também não podemos condenar a pessoa que torturou ou assassinou esse antepassado.

A escravidão naquela época (1580/1880) era necessária.

Primeiro, porque a época histórica assim o determinava.

Segundo, porque o grupo negro social mais forte assim o desejava quando vendia seu semelhante aos brancos (oeste europeu e Américas) ou aos pardos e negros (norte e leste africano).

O branco necessitava de mão de obra, mormente a barata, para fazer suas terras recém descobertas (Portugal, Espanha, Inglaterra e França) nas Américas progredirem e serem povoadas. Só com o elemento branco era impossível, Portugal não teria três milhões de habitantes e ou outros, pouco mais. O modelo da ocupação territorial do Brasil e do resto das Américas era o latifúndio e com culturas que exigiam enorme mão de obra.

O grupo social negro mais forte ou rico necessitava ficar mais forte ou rico.

Resultado.

O vencido ou o mais pobre era objeto de troca, seja com o ocidente seja com o oriente.

Era o contexto da vida sócio-histórica da época.

E para nós, os brancos orientais e europeus, tudo era acrescido dum outro fator.

A firme crença (imbecil, por sinal) de que existiam diversas raças humanas e de que os negros pertenceriam a uma escala zoológica inferior e sem a capacidade de raciocínio ou interpretação. Eram pouco mais que animais de tração ou guarda (cavalos, bois ou cães).

Somente com o projeto GENOMA, por volta de 1990 é que tudo ficou definitivamente resolvido: a NÃO EXISTÊNCIA DE RAÇAS HUMANAS.

Que, na verdade, o que existe é tão e somente a RAÇA HUMANA que, por diversos fatores, agrupa diversas colorações de pele. Primeiro, a negra, a branca, a amarela, a índia e a inuite. A negra na África subsaariana. A branca na Europa. A amarela no oriente. A índia nas Américas e a inuite no pólo norte. Agora, a negra, a branca, a parda (negro+branco), a amarela e a índia, agora disseminadas pelo mundo e a inuite no pólo norte.

Assim, caro amigo e comentarista, não creio seja uma questão da interpretação da história ou da raça humana ou negra ou que esta ou aquela deva uma indenização, eis que foi o contexto histórico (com sentido de época) e econômico que assim deliberou e impôs o modelo sociocultural que se deveria seguir.

É certo que ao final do nojento modelo escravista o governo deveria ter tomado medidas protecionistas em relação aos ex-escravos. É certo também que em nenhum país onde houve a escravidão essas medidas foram tomadas. Em todos os países, mas em todos mesmo, eles foram jogados no meio da rua, infelizmente.

Certo também é que de onde quiseram importar o modelo racialista sua sociedade é completamente diferente da nossa, eis que lá (na América do Norte) o racismo é um fato existente e concreto e que as medidas de ressarcimento não foram ou são impostas, são faladas e aconselhadas como opcionais, bem como lá inexistem pardos e a miscigenação é uma balela. Filho, neto, bisneto ou tetra neto de negro com branco é negro!

O que precisa e deve haver é uma união de todos os brasileiros para que joguem no lixo as “pesquisas” ou insinuações da Fundação Ford e esqueçamos-nos de privilegiar pessoas em razão da cor da pele e que essas pessoas deixem de se denominarem AFRODESCENDENTES e voltem a ser de fato BRASILEIROS, eis que o pouco ou quase nada que dizem ter conseguido foi o BRASIL que as deu.

É certo que as COTAS são necessárias e urgentes. Mas as COTAS SOCIAIS onde há de se atender aos miseráveis e aos pobres numa política social idêntica às das BOLSAS FAMILIA com, talvez, uma diferença. Serem temporárias para que seu beneficiário não se transforme num indolente ou num preguiçoso.

REGIS BONINO MOREIRA
Enviado por REGIS BONINO MOREIRA em 29/06/2011
Código do texto: T3065624
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