Na cidade sede da Copa de 2014, narcotraficantes humilham, torturam e atiram em mulheres - quanta valentia!...

Na cidade sede da Copa de 2014, narcotraficantes humilham, torturam e atiram em mulheres. E o governo faz os muxoxos de sempre - quanta valentia!...

Vi pela manhã, num jornal da rede Bandeirantes de hoje, 20.09.2011:

Depois de estabelecer um tribunal e determinar as penas, narcotraficantes arrastaram mulheres pelos becos de uma favela - presas por fios de arame no pescoço, submetendo-as a um verdadeiro calvário de humilhações em público e agressões físicas, antes de cumprir a determinação dos narco-juízes: tiros nas pernas e nas mãos.

Depois de aplicada a pena, os bandidos as atiram novamente no beco, para que alguma boa alma lhes dessem socorro...

Aí está a situação da cidade do Rio de Janeiro e adjacências. Esta é a situação da população cativa dos narcotraficantes, nos morros e favelas cariocas.

E ninguém da elite local, que seja da classe média instruída, autoridades e as instituições, se lixa para o que acontece a essa gente.

Os cariocas parecem não conseguir superar uma definição preconceituosa e atávica em relação aos pobres e favelados - aquela história de que a população pobre e favelada são uma espécie de degenerados morais, cujo único destino é a violência e o crime.

Também não parece que lhes acometa a vergonha, a revolta ou a comiseração daquelas pessoas, que são gente da mesma gente, que habita a mesma cidade, respira o mesmo ar e, enfim, tem sangue humano correndo nas veias.

Se fosse verdade que a população mais pobre e favelada estivesse destinada e determinada ao crime, então a Rocinha, que tem um milhão de habitantes, dominaria e submeteria facilmente toda a cidade à regra dos criminosos.

E se o contrário fosse verdade, então não assistiríamos à ação deletéria dos políticos e administradores públicos, vez que procedem, em boa parte das classes médias, são alfabetizados e não lhes faltaram oportunidades de fazer as escolhas certas na vida.

Isto é loucura. Ter valores éticos e morais não depende de escola, nem dinheiro. Depende da formação recebida- onde o aprendizado junto à família e comunidade prepondera, e mediatamente, do direito e dever de fazer escolhas.

Indícios de degeneração se encontram nas classes e famílias relativamente abastadas, de onde saem os políticos, administradores públicos e ongueiros de toda sorte, que vão criando uma espécie de verniz alienado, que não explica nada, mas justifica o crime e, impinge ao povo mais pobre a pecha daquilo que está sinalizado neles próprios.

Indícios de moral deletéria tem aqueles que tentam justificar o crime e a ação criminosa como produto da ausência de educação formal e recursos financeiros, quando é questão de escolha e, oportunidade.

Prender, estabelecer um tribunal do crime, condenar, torturar, humilhar e, depois, ferir mulheres indefesas e aterrorizadas a bala, debaixo de armas de baixo calibre - quanta valentia!

E eu pergunto onde existem mais bárbaros: no morro, matendo cativo um enorme contigente de população ou lá embaixo, onde residem os remediados e ricos e, onde estão estabelecidas as sedes de governo...

Me lembro de ter lido, meses atrás, que o governador do Rio de Janeiro determinou a mudança do trajeto de uma rodovia - gastando R$ 10 milhões a mais, em relação ao projeto original, porque alguns biólogos haviam descoberto no terreno uma espécie endêmica de pequenos sapos.

Mas, em relação a gente de carne e osso, por mais que o tempo passe, ninguém - nem o governador parece se comover com o que decorre do império do crime estabelecido na cidade do Rio.

Então, parece que só resta pedir aos biólogos que pesquisem os seres bípedes de polegares opositores e cérebro hiper desenvolvidos que habitam as favelas e morros do Rio, para que concluam que são uma espécie endêmica e que também necessita de preservação.

Se não forem gente, que recebam do governo e da prefeitura do Rio o tratamento que outros seres vivos merecem - se não merecerem aquilo que merecem as pessoas em razão da inerente cidadania, então que recebem o mesmo tratamento de sapos, mediante o trabalho de cientistas!

Se um governo e uma cidade não se comove com uma cena tão dantesca e absurda, tento imaginar o que lhes comoverá.

A cidade do Rio é o cartão postal do Brasil? Considerando que uma cidade, afora a beleza natural e monumentos é feita de gente, reparo: mas, que belo cartão postal!...

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Já posso adivinhar a solução para o caso: mais uma UPP. Isto é: o prêmio da segurança pública e barata para os narcotraficantes do morro em questão.

Não tenho o link da notícia. Mas, é o tipo da imagem que roda o planeta em menos de 24 horas...