A quoi ça sert?
            A imagem mais marcante dos últimos dias de outubro é a do cadáver de Anuar Kadafi na Líbia e o povo em procissão para ver o morto. Um ditador morto e sua morte festejada.
Kadafi era um beduíno do deserto que se tornou um sheik árabe e de acordo com os valores e a cultura dos beduínos que não é a mesma da cultura ocidental. Foi o homem que liderou a Líbia na libertação de uma monarquia anacrônica e cruel que dominava o país com o beneplácito da França, Itália, EUA... E ajudou a Líbia a ser um país mais igualitário e de certo modo mais desenvolvido. O seu crime imperdoável foi nacionalizar o petróleo e impedir a entrada no país das multinacionais européias e americanas. Foi morto por isso. Para que serve isso?
O povo que hoje faz festa diante do seu cadáver possivelmente não tem consciência que estão olhando o cadáver da Líbia, porque os Estados Unidos, Inglaterra e França, com omissão da ONU, farão na Líbia (já estão fazendo) o que fizeram no Afeganistão e no Iraque e em outros países, destroem tudo, se apossam do petróleo e outras riquezas e depois estimulam os partidos locais a se devorarem e a se matarem uns aos outros. É deprimente. É triste. Mas é a verdade nua e crua. Primavera árabe? Nada de primavera.
Quando chegará o dia de reformar a ONU e torná-la mais livre e capaz de se posicionar contra essas iniqüidades?