NÃO E NÃO! DE GALISTA A GALHISTA
                                    Sérgio Martins Pandolfo*
       Tudo indica que o movimento dos simpatizantes da campanha do Sim arrefeceu de maneira notável em seus procedimentos de divulgação a fim de arregimentar o eleitorado das populações que cultivam propósitos separatistas para criar os estados do Tapajós e de Carajás. Já não se veem mais nos blogues internetianos (muitos criados exclusivamente para tal) de viventes daquelas bandas, digamos... rebeldes, a euforia e otimismo de antes, quase certeza, do “já ganhou”. Muitos saíram do ar, outros “fecharam pra balanço”, só inserindo matéria apartada do contexto
       E isso deveu-se, principalmente, ao atraso na entrega do material de campanha a ser confeccionado pelas empresas especializadas do publicitário  Duda Mendonça. Interessante é que os divisionistas começaram com uma fúria taurina em seus movimentos, bastando lembrar que no passado 21 de julho, que já vai longe, fizeram o lançamento pomposo e custoso das Frentes Parlamentares Pró-Estado do Carajás e Pró-Estado do Tapajós no Salão Karajás (coincidência?) do Hotel Hilton, em Belém, para tal trazendo numerosas comitivas, faixas, cartazes, material para exibição em datavisão (data-show), jingle provisório e outros babados mais para impressionar os ainda incrédulos moradores de Belém. Diziam estar montados numa “bolada” já arrecadada da ordem de R$50 milhões para deslanchar na campanha e pleiteavam fosse esse o valor fixado pelo TRE-PA para os gastos com a mesma, tudo sob o comando do conhecido galista (aficionado de brigas de galo) baiano e marqueteiro-mor do petismo, Duda Mendonça. Durante a sessão fashion cantaram de galo, alto e troante, e desfiaram as vantagens que “deverão advir” (para eles) da tripartição de nossa histórica e cabana Parauaralândia (terra dos parauaras).
       Até há pouco, Duda apregoava, alto e bom som, que toda a campanha que iria promover seria sem ônus para as frentes, que faria seu franciscano trabalho, apenas com o propósito de “ajudar o povo” daquelas regiões para que, separadas, pudessem se desenvolver mais facilmente e também porque tem fazendas na região carajaense.
     Há cerca de três semanas ficou-se sabendo, em reunião havida na Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins (Amat), os reais motivos do atraso na entrega do material constante das peças básicas da campanha, inclusive do jingle definitivo (até este estranho à terra, pois com ritmo, música e cantores sertanejos): é que o “desprendido” fazendeiro/marqueteiro condicionou a entrega do supradito material ao pagamento, à vista, dos R$11milhões que exige de cachê dos separatistas. Os “comandantes” das frentes entraram em parafuso e depois de marchas e contramarchas, cobranças e negaças conseguiram convencer o “rinhateiro” (freqüentador de rinhas de galo) a receber uma “módica entrada” de 50% do valor, ou seja, tiveram que depositar na conta bancária do marqueteiro-mor nada menos que R$5,5 milhões, auferidos, a duríssimas penas, em leilões de gado levados a termo por fazendeiros do sul/sudeste do Estado para liberação das peças.
       Vê-se, assim, que Duda não estava sendo SIMcero ao apregoar, “urbi et orbi”, que nada cobraria por seu trabalho e o que conseguiu com isso, além do ruinoso atraso na entrega dos petrechos propagandísticos, foi criar um monumental desaguisado entre os separatistas dos dois oníricos estados, passando, assim, de mero galista para um birrento galhista (criador ou gerador de galhos). Cediço anexim adverte que “em casa onde falta pão, todos reclamam e ninguém tem razão”, daí porque o capo separatista do Carajás, Giovanni Queiroz (PDT), que é médico, mas não soube suturar as feridas abertas com a enormidade da conta apresentada foi “escanteado” do comando da Frente Pró-Carajás, ficando a bola, agora, com o deputado João Salame (PPS). Caberia lembrar que o TRE-PA fixou em R$10 milhões o teto de custeio de campanha para cada uma das quatro Frentes e, só com o “módico” jabaculê dudiano já isso foi ultrapassado, cabendo ação punitiva do órgão fiscalizador eleitoral.

Nota: No alto logomarca do Autor para a campanha antidivisão do Pará, composta de mapa do Estado com fundo verde, representando a floresta amazônica e trova antidivisionista do Autor.
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*Médico e escritor -  SOBRAMES/ABRAMES sergio.serpan@gmail.com  -  serpan@amazon.com.br www.sergiopandolfo.com
 
 
Sérgio Pandolfo
Enviado por Sérgio Pandolfo em 28/10/2011
Reeditado em 28/10/2011
Código do texto: T3303612
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