O Por que da Crise Econômica na Europa e EEUU

Por que existe a crise na Europa e EEUU?

Aquilo que se lê nos jornais, ou se vê pela TV, ou ainda, através dos pronunciamentos governamentais, é difícil compreender o porquê dessa trágica crise econômica que a Europa e os EEUU estão vivendo. Tem-se a impressão que “escondem” os verdadeiros motivos, que não querem explicar as verdadeiras causas. Quando discutem, usam termos que na maioria das vezes são incompreensíveis. Não se entende absolutamente nada! Spread, Btp, Bond, Bot, CZT, etc. Depois temos as agencias ou associações de Rating, ou seja, valorização, que avaliam se um pais inteiro é sustentável. Mas em que base conseguem lançar suas sentenças? Com quais instrumentos? Quem são Standard & Poor’s, Moody e Fitch, definitivamente? Os patrões do mundo? Do financeiro certamente eles são.

Os fundos USA e seus verdadeiros patrões.

Quem comanda a Moody’s e suas afilhadas? A parte Européia Fitch tem dois acionistas de peso assim como o Grupo Frances Fimalac e o grupo editorial Heart, as outras afilhadas são de todos e de ninguém. Verdadeiras e próprias companhias. In S&P tem um acionista forte, ou seja, a MacGrw-Hill, mas o resto dos acionistas estão espalhados pelo mundo, assim como o resto In Moody’s , e daí vem à surpresa.

O que faz a Buffet na Moody’s

O primeiro acionista da Moody’s, com 13,4% do capital, até o final de 2009, segundo revelação da Reuters, era Warren Buffet, o guru de Omaha com seu fundo Berkshire Hathaway. Em segundo lugar com 10,5% aparece Fidelity um dos maiores gestores de fundo do mundo. E depois a nata dos compradores e vendedores de títulos do mundo: vai-se da State Street a BlackRock a Vanguard a Invesco a Morgan Stanley Investment. Em resumoos maiores gestores de fundo a nível mundial são acionistas da Moody’s. E de notar-se a mesma informação se obtém na Standard&Poor’s: acionistas aparecem com destaque, nos fins de 2009, os nomes de Blackrok, Fidelity Vanguard. Os mesmos nomes. Daí que vem a pergunta. O que fazem os gestores dos fundos nos capitais que dão os votos aos Bond da mesma sociedade que habitualmente um gestor que compra e vende? A primeira resposta é simples: se está ali é porque se ganha e porque os fundos na America são sempre os investidores institucionais por excelencia. A segunda é mais maliciosa, mas induz a uma estranha condição o de estar no lugar de quem determina os destinos de uma sociedade que facilita o livre acesso a informações privilegiadas. Sabendo-se que um lançamento será um fiasco, a vende antes que seja de domínio publico. por certo é uma ilação,mas também é uma verdade.

A especulação, muitas vezes pintada como a causa de todos os problemas financeiros, nunca de maneira irracional, age onde é seguro de ter algum lucro, onde espera ganhar antecipando o comportamentos do mercados, assumindo posições vantajosas, procurando por lucros.

Tem-se a sensação que se nos quer manter ignorantes a fim que se não entendemos as causas da crise não iremos entender como se possa evitá-la e continuamos a ser tomados por ingênuos. Tenhamos consciência que essa crise é o fruto de trinta anos de política neoliberalista baseadas na precarieridade, na redução dos salários, das aposentadorias e dos cortes das despesas sociais, que esta indo assim há quase trinta anos em todos os países ocidentais. Menos dinheiro nos bolsos, menor poder aquisitivo. Se os trabalhadores e os aposentados não gastam, as indústrias não vendem seus produtos e colocam seus dependentes no seguro desemprego na Itália, (cassa integrazione). Tais trabalhadores por sua vez gastam ainda menos e a crise se agrava. As empresas, a fim de vencer a concorrência, se transferem para países onde o trabalho custa menos e vendem seus produtos nos mercados emergentes, e assim dando aos países de origem despesas sem arrecadação.

Nos Estados Unidos a fim de sustentar o consumo não obstante os baixos salários, as financeiras, nos anos passados, começaram a fazer empréstimos aos pobres: para a compra da casa, para compra de um carro, etc. Mas depois de um pouco de tempo, os pobres não conseguiram pagar seus débitos, e assim em 2008 faliram as primeiras financeiras imobiliárias. A falência de poucas financeiras derrubaram outros bancos, pois nesses anos, seguindo a política neoliberalista, os governantes dos vários países tiraram cada regulamento do mercado financeiro. Por exemplo, os bancos podem investir 30 vezes o dinheiro que tem depositado. Alem disso transformaram o mercado em uma espécie de complicada loteria, vendendo títulos financeiros cada vez mais complexos que ocasionaram perdas de um milhão por parte de um titulo, podendo levar a perda de um bilhão a quem possuir um produto financiado daí “derivado”.

Assim como na fase do crescimento esse mecanismo especulativo permitiu o acumulo de grandes riquezas, na fase de queda, o mesmo mecanismo determina o acumulo de perdas enormes, que os privados não tem dinheiro para pagar. Nesse mercado financeiro, construído voltado para a especulação, a falência de um ocasiona a falência de muitos. A esse ponto vários estados começaram a socorrer o sistema bancário privado. De 2008 até hoje os estados gastaram 12 bilhões de dólares para a salvação do sistema bancário particular. Não são dinheiro s de qualquer pessoa: são vossos dinheiros, são seus impostos. Tais despesas encheram os débitos públicos de todos os estados. Ou seja, os débitos soberanos não cresceram por causa das despesas sociais (que esta em queda), mas por causa das outras despesas que os bancos tomaram dos governos, a fim de não falir. Alguns chamaram essa operação de socialismo para os ricos.

A crise é então fruto da desregulamentação dos mercados financeiros, da precariedade de trabalho, e da diminuição dos salários, dos aposentados e a concentração da riqueza na mão de poucos. Para sair dessa crise ao contrario do que propõem de maneira oficial os governantes dos vários países em crise, e necessário regulamentar os mercados financeiros, fazer política publicas de reconversão ambiente da economia e sustentar o poder de aquisição da população através da redistribuição do alto em baixo, o desenvolvimento do welfare, e um rendimento social aos desocupados.

Fabio Pavesi no jornal sole24ore.

Tradução Anezio Vendrame

ANEZIO
Enviado por ANEZIO em 18/11/2011
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