O império se retira

Conforme anunciado pelo presidente Obama, os soldados americanos se retiraram definitivamente do Iraque depois de uma década de ocupação naquele país massacrado e hoje destruído.
Obama afirmou que o governo dos EUA cumpriu seu dever e que deixa o país melhor do que encontrou. Uma mentira deslavada. O país que Bush pai invadiu no começo dos anos 90 era o mais organizado do Oriente. Diplomatas e pessoas que conheceram bem o Iraque daquela época ficavam admirados com o grau de desenvolvimento humano, apesar da ditadura de Sadam. Penso que há ainda quem se lembre das construtoras brasileiras atuando ali a pleno vapor.
Com o bloqueio americano começou a crise. A tal guerra preventiva, iniciada a partir das mentiras de Bush filho (2002) deixou mais de cem mil iraquianos mortos, dos quais muitos civis (velhos, crianças, mães de família) e mais de cinco mil soldados americanos.
Obama ganhou o prêmio Nobel da Paz defendendo a guerra e a violência do “american way of life” sempre e quando este a achar necessária. E está continuando tranquilamente esse tipo de política.
No nosso continente, os EUA não participam da CELAC, comunidades das nações latino-americanas e caribenhas, fundada no início desse mês em Caracas. Obama declarou em alto e bom som que só reconhece como representante da América Latina a OEA da qual eles participam no velho estilo tridentino: “Roma locuta, causa finita”. Mr. Obama pode dizer isso e o que mais quiser, mas não ignora que a OEA está esvaziada de sentido e que hoje o poderia norte-americano continua sendo militar, mas não mais político e social. Por isso tem de viver na roda-viva e gastar milhões no medo de cada dia ou de cada minuto sempre tentando prever onde será o próximo ato terrorista que responde ao terrorismo de Estado que os EUA inventaram no mundo.