O governador e o assassino - ou: quando o oportunismo anda sobre cadáveres...

O governador e o assassino - ou: quando o oportunismo anda sobre cadáveres...

Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, acaba de receber no Palácio do Piratini, o assassino que, como Ministro da Justiça, ajudou a ficar impune.

Trata-se de Cesare Battisti, terrorista, assassino perigoso, frio e sanguinário condenado à cadeia pela justiça italiana, em virtude da responsabilização pelo violento assassinato de quatro cidadãos do país.

O Brasil tem um tratado de extradição com a Itália, o qual, através de Genro e o então presidente da república, foi rasgado para proteger o bandido que dizem pertencer a uma suposta agremiação terrorista italiana (algo como o outrora célebre "Comando Vermelho").

E tal medida na humilhação do governo italiano, já que a principal alegação, propalada aos quatro ventos pelo ministro da justiça brasileira, não passa de uma mentira agressiva e grosseira: a de que Cesare Battisti era vítima de perseguição política em seu país natal, como se naquele país não vigorasse o Estado de Direito e ele não tivesse sido condenado por um juiz togado mediante o devido processo legal.

E sobre esta mentira, assentou-se outra: a oferta de asilo político ao facínora, à vista da suposta - porém, inexistente - ameaça.

Viu-se materializar no Brasil aquilo que se diz sobre a nossa história, desde que o Brasil é colônia - que o nosso país é o território de bandoleiros foragidos e de um governo cujo comportamento se nivela aos de uma republiqueta de bananas.

Mas, quanto ao comportamento do governador do Rio Grande do Sul em relação ao seu pupilo, fica-se com a impressão de que, noves fora a emulação paranoica contra o governo italiano - legitimamente constituído e assentado num regime democrático, o advogado e poeteiro Tarso Genro projeta algumas de suas fantasias autoritárias na pessoa do assassino Battisti.

Tenho a impressão de que, além disso, parece atrair Battisti para perto de si para reivindicar junto à comunidade militante da esquerdopatia nacional o reconhecimento pelo feito monumental de converter um criminoso numa espécie de vítima do governo de um país democrático, mediante o uso da máquina administrativa do governo brasileiro.

E tal e repugnante atitude parece também uma espécie de vaidosa piscadela para a galerinha de toda a esquerdopatia brasileira e latino-america, com o seguinte recado subliminar: “Aprendam comigo. Sigam o mestre! Chutei um tratado, usei o governo e consegui acoitar um célebre assassino...”.

Dizem que Battisti até deu uma repaginada no visual homicida, para a oportunidade. Sei... Se continuar neste embalo, esta história de saudação e abraço acaba em beijo na boca! Tá na moda, né?

Mas, vejam só: no perfil de Cesare Battisti na Wikipédia, o meliante é qualificado como... escritor. Sem dúvida: um escritor cujo métodode expressão se caracterizou pelo assassinato violento e covarde de quatro inocentes e a condenação de outro à cadeira de rodas - para que não fuja de seu destino - ser a testemunha viva de seus feitos!

- O tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Itália você encontra neste link:

http://www.conjur.com.br/dl/tratado-extradicao-brasil-italia.pdf

- A decisão final do STF sobre a extradição do assassino Cesare Battisti você pode ler aqui:

http://profbadaro.blogspot.com/2010/04/integra-do-acordao-cesare-battisti-dje.html

- Aqui você lê um comentário do renomado administrativista Celso Bandeira de Melo sobre a decisão do STF:

http://blog.opovo.com.br/pliniobortolotti/cesare-battisti-decisao-do-stf-e-chocante-e-ilogica-diz-o-jurista-celso-bandeira-de-mello/

- Mais opinião abalisada sobre o vergonhoso imbroglio, do renomado penalista Damásio de Jesus, você acessa por aqui:

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=128006