COLUNA OPINIÃO."ESTATUTO DO IDOSO".

Opinião é uma coluna política que escrevo todas as semanas para o Jornal Vale da Eletrônica, de minha cidade,Santa Rita do sapucaí-MG que circula aos sábados. Vale a pena ler. Obrigado.


Começo a coluna de hoje com um desabafo. Vou rasgar o estatuto do idoso que carrego para me resguardar, caso precise, pois na cidade onde moro, ele não tem nenhum valor. As pessoas que ainda não atingiram essa idade não dão o mínimo valor para essa imprestável Lei que tiveram a coragem de editar no ordenamento jurídico brasileiro. Uma Lei que não serve para nada a não ser me deixar nervoso ao conhecê-la. Chego à conclusão que no nosso país, se quisermos viver tranquilos temos que ser analfabetos e alheios a tudo que acontece. Isolar-se do mundo é o melhor negócio. Por duas vezes, tive problema essa semana. O primeiro, como já se tornou corriqueiro, foi no caixa do supermercado – que se não regularizar o atendimento prioritário pretendo mencionar aqui o seu nome. Ali, ao menos formalmente, existe o caixa prioritário, mas os funcionários, ou por ignorância, ou por negligência do gerente que não os instruem, chegam a dizer que “é assim mesmo”, atendem quem chega primeiro no caixa deles. Acredito que desconhecem o que significa “prioritário” porque senão teriam pelo menos a hombridade de atender o idoso em primeiro lugar. O segundo e lamentável episódio que aconteceu comigo se deu no estacionamento “prioritário” que fica na praça em frente ao Fórum. Por volta das 12 horas do dia 7 de fevereiro, na última terça-feira, procurava uma vaga para estacionar e como não havia, dirigi-me à Praça Santa Rita. No momento em que acenei para estacionar na “minha vaga”, uma jovem, dirigindo um automóvel preto com placa de Poços de Caldas-MG, HJC0879, muito espertinha, estacionou na minha frente (sim, anotei a placa, divulgo o número e quero muito que a proprietária do veículo se reconheça nela). Tentei argumentar que ela não devia estacionar ali porque era vaga de idoso. A moça, com um sorriso irônico, olhou para mim, disse-me que estava atrasada e ia estacionar ali mesmo. Para não prolongar a minha insatisfação, não mais discuti e fui procurar vaga em outro local. Quando saí de meu trabalho, passei novamente na praça e lá continuava estacionado o automóvel. Idoso também tem seus limites de paciência e já quase chegando perto dos meus, procurei um policial e como não encontrei ali perto, liguei para o “190”. Fui atendido com gentileza pela plantonista para quem relatei o caso e pedi que pelo menos um policial fosse lá verificar a veracidade de minha denúncia, isso eram 17:30 h. Meia hora depois, como não acontecesse nada, voltei a ligar no “190”. Novamente atendido com gentileza pela mesma plantonista, indaguei a ela se o policial não ia atender a minha chamada e a mesma disse que estavam todos em missão, mas que um carro passaria por lá para autuar a infratora. Teimoso, permaneci no local o tempo todo, e nenhuma viatura apareceu. Liguei pela terceira vez e mais uma vez fui bem atendido. Dessa vez alegou que o carro já tinha passado por lá e apanhado o número da placa para multá-la. Desacreditado de que vá ocorrer qualquer fato, fica aqui registrada a minha indignação. A minha conclusão, mais uma vez, é a de que se uma funcionária pública desconhece o estatuto do idoso quem vai se interessar pelo assunto? O que aconteceria se eu, idoso, estacionasse meu carro na vaga reservada para as autoridades? Porque essa funcionária não estaciona seu carro na vaga do Juiz? Fica evidente pra mim que é questão de educação e civilidade, assim como o é o ato de não jogar lixo do chão, ajudar um deficiente físico a atravessar a rua ou respeitar o seu lugar em uma fila. O estatuto do idoso não serve para nada e as pessoas precisam aprender a fazer as coisas certas por educação e não por medo de retaliações de todo tipo. Para a funcionária pública que desrespeita a vaga dos idosos, só posso dar um grande e negritado 0 - ZERO.
Até a próxima semana se Deus quiser e Ele há de querer porque aqui estarei falando sério em defesa da comunidade.