UMA CACHOEIRA REPRESADA

O tempo avança, mas as coisas continuam sempre as mesmas, principalmente no que tange ao âmbito do terreno político.

A justiça brasileira tem os seus meandros em que somente os poderosos podem alcançar. Mas, o que fazer? É a lei. Que muitas vezes, foram elaboradas para favorecer grupos ou facções, que na maioria das vezes se arvoram como os donos de um poder.

Hoje o Brasil se depara com mais um caso de imensa repercução na mídia, em que os cidadãos de bem, que cumprem, rigorosamente, suas obrigações, se sentem enojados com esses acontecimentos nefastos, que querendo ou não, nos atingem, inexoravelmente.

Não estamos aqui para condenar ninguém, todavia as coisas são tão obvias aos olhos dos leigos que, às vezes, ficam sem entender, quando um suposto agente do crime, vai a uma corte legislativa, que congrega quase 800 pessoas, que foram legitimamente eleitas pelo voto direto dos seus concidadãos e estão lá com o sagrado dever de representá-los, condignamente. Ai é que está. O suposto criminoso comparece, após mobilizar um imenso aparato de segurança e fica lá como uma múmia paralitica (não se pode prendê-lo porque ele já está preso, não se pode condená-lo porque ele está impedido de produzir provas contra si mesmo), mas ao meu modo de ver, ao permanecer calado, está implícito, um ato de confissão.

Aqui vamos usar o velho rifão popular para que haja uma elucidação do que estou dizendo: “quem cala consente” ou “quem não deve não teme”.

Às vezes, fico pensando, será que tudo isso não é uma grande armação, uma blindagem que possa estar ligado ao julgamento de outro assunto relevante? Um imbróglio em que tudo pareça justo e transparente, em que as mais esdrúxulas ações se transformem em verdadeiros atos de justiça?

Mera conjetura é claro, mas se essa “cachoeira” que esta represada, rompe os seus diques é perigoso virar um tsunami de indizíveis proporções. Ai salve-se quem puder porque “bicho vai pegar”.

Imaginemos uma quantidade enorme de água, se espalhando pelos grandes e até pelos ínfimos lugares da terra, sem nenhuma possibilidade de controle... É devastador! Quase todos os dias temos, essas imagens que são apavorantes aos nossos olhos.

Resta-nos esperar, pacientemente, para ver que destino tomará a política e os nossos poderes constituídos e orar para que sejam iluminados.

Brasilia, 23 de maio de 2012. - RIAZO.