"COLUNA OPINIÃO PUBLICA E-MAIL RECEBIDO DE EMPRESÁRIO SOBRE PLANO DIRETOR DE SANTA RITA DO SAPUCAI-MG".
ARMANDO LEMES.

Recebi esta semana um e-mail que gostaria de publicar nesta coluna, pois, trazendo dados desconhecidos por muitas pessoas, e como ele mesmo afirma, com certo tom de desabafo, demonstra mais uma opinião sobre o polêmico Plano Diretor. É muito válido todo tipo de discussão sobre o tema, especialmente se quem está disposto a discutir possui argumentos e fundamentos para tanto. Com permissão do empresário Alex’Ander Alckmin, segue seu texto, na íntegra:
“Leitor assíduo de sua coluna, não poderia deixar de manifestar-me a respeito do artigo de 07 de julho a respeito do "Plano Diretor. Desde o início da polêmica a respeito dele, admiro-me do desconhecimento geral a respeito do conteúdo do mesmo. O senhor foi ao cerne da questão quando diz: "ninguém tem a coragem de dizer que conhece o plano...". De fato, poucos sequer leram o dito plano, e menos ainda o analisaram em profundidade. Eu, por trabalhar no ramo imobiliário, não só o li, como verifiquei os absurdos que continha. Exemplifico apenas o fato que na sua versão original, assinado pelo Sr. Prefeito e conferida pela procuradora do município, constava o tombamento do "mercado de peixes e aves exóticas" e em outra parte nomeava o município de "Piracicaba" ao invés de Santa Rita do Sapucaí. Estes erros, até cômicos, são naturalmente fruto do famoso recurso do "cola e copia" da internet; há, porém, muitos outros conceitos que eventualmente serviriam para regiões de topografia plana do Estado de São Paulo, e são inviáveis em nosso caso. O Plano Diretor ideal deveria ser enxuto e para "vestir" bem, deveria ser como um terno feito por um bom alfaiate, ou seja, sob medida. Ninguém contesta a necessidade de um Plano Diretor, e tanto é assim que a comunidade reunida mediante convocação do poder executivo, fez a sua parte, revisando página por página, parágrafo por parágrafo o plano original, em audiências públicas onde estavam representadas o Inatel, na pessoa do Dr. Adonias da Silveira, a faculdade de Administração de Empresas representada pelo Dr. Aldo; a Maçonaria na pessoa do Sr. Sidney Severini; a Cooper Rita na pessoa do Luis Fernando Ribeiro, o Sindivel representado pelo Sr. Marcos Goulart; poder executivo pelo Sr. Secretário de Obras Marco Antonio, a Câmara de Vereadores através dos senhores vereadores e pelo setor imobiliário o Sr. Giovanni Perrota e este que ora lhe escreve. Deste intenso e árduo trabalho, resultou um Plano ainda excessivamente volumoso e carregando ainda a mazela de ser detalhista, porém, imensamente menor que a versão inicial. Pois bem! O que o Sr. Prefeito fez? Jogou figurativamente aquele trabalho no lixo e praticamente voltou com o texto na sua forma inicial, numa simulação de audiência pública no auditório da E.T.E. onde a maioria dos presentes eram funcionários da prefeitura cumprindo ordens. Desta forma perdemos o raro consenso, que existia na época, a respeito deste "Plano".
Gostaria de ressaltar que sob meu ponto de vista e também de acordo com meus interesses, o município deveria expandir o perímetro urbano de modo a viabilizar o surgimento de novos loteamentos. Na época argumentei, que meus interesses eram legítimos e a meu modo de ver, coincidiam com os interesses da coletividade, e que não via porque não aprová-lo. Entretanto, no momento de discutir-se este ponto, pedi licença para retirar-me, e os presentes restantes fizeram-me voto vencido, sob o argumento que neste ponto (a expansão do perímetro urbano) o prefeito seria inflexível. Pois bem, apesar deste aspecto que me interessava não ser contemplado (a expansão do perímetro urbano) fiquei muito satisfeito quando conseguimos um documento consensual, ou seja, aceito por todos, inclusive aceito pelo poder executivo, segundo nos assegurava o secretário de obras  da época Sr. Marco Antonio. Assim, foi para todos nós, uma decepção a manobra do prefeito naquela simulação de audiência pública, e a partir deste documento passamos a considerar que só seria possível, outra iniciativa no próximo quadriênio, com a prefeitura sob novo comando. Ainda penso do mesmo modo! Por último, ou como dizem os ingleses, "last but not least", gostaria de expressar a minha decepção por ver a autoridade judicial, acatar uma denúncia de corrupção, que para ser factível deveria ter a improvável conivência das pessoas acima relatas, cujo currículo e cuja idoneidade é conhecida de todos, e isto baseado, em boatos, e proferido por pessoas cujas realizações em prol de nossa cidade, não podem sequer ser comparadas com o peso das pessoas componentes daquele processo. Naturalmente, nós proprietários de imobiliárias, citados naquela absurda denúncia como corruptores, tomaremos as medidas cabíveis em defesa de nossa integridade moral. Consideramos que 20, 30, 40 anos de trabalho e exemplo de conduta moral, que modéstia a parte desfrutamos não podem ser enxovalhados por mentes pouco ocupadas, que exatamente por isso, especializaram-se sob a capa de defensores do meio ambiente, em desafogar suas frustrações através de acusações falsas e caluniosas. Desculpe-me, Sr. Armando, o tom de desabafo, mas o sentimento creia-me é sincero e a decepção é verdadeira.
Cordialmente,
Alex' Ander Alckmin.”
Até a próxima semana se Deus quiser e Ele há de querer  porque aqui estarei falando sério em defesa da comunidade.