Cada povo tem o governo que merece... Será?

Diz um velho ditado: “Cada povo tem o governo que merece”! Costuma-se dizer essa frase quando se quer falar mal do governo, atribuindo os problemas ao povo que o escolheu. No fundo, a expressão não critica os maus governos, mas sim aos responsáveis pela eleição de seus representantes. Por isso, cabe com perfeição aos regimes escolhidos por voto popular. Cabe a cada eleitor a responsabilidade em escolher o melhor para representá-lo. As eleições estão próximas, a menos de 60 dias. Em cidades da nossa região ouvimos promessas absurdas de candidatos mal intencionados que não veem a hora de assumir o posto de prefeito para entrar e botar a mão no dinheiro do contribuinte, e o pior é que tem eleitor que está entrando de gaiato no navio, sem ao menos procurar saber como este “navio” foi construído, qual o material empregado na construção da sua imagem cara- de-pau. Esses oportunistas e enganadores são verdadeiros artistas, é digno em receber o Oscar como melhor ator principal. Ainda bem que alguns por - J U S T I Ç A - estão sendo impugnados por improbidade administrativa e, se depender da justiça nunca mais colocará novamente as suas mãos no dinheiro do povo.

Esses candidatos são como gafanhotos, brotam, procriam e se espalham rapidamente, chegam com fala mansa, muita impressão, estrondo e com muita pompa montam o seu QG e disseminam suas promessas e ideias inovadoras que, para os que não o conhecem acreditam que são revolucionários e pessoas de bem. Saúde, esporte e educação são os temas preferidos dos oportunistas. Nessas áreas alguns candidatos fazem promessas mentirosas que não serão cumpridas, pois o orçamento do município não permite, é uma utopia. O candidato-mentiroso não tem nenhuma representatividade na Assembleia Legislativa, muito menos apoio do governo Estadual e Federal, são desacreditados no meio político - Onde conseguirão dinheiro para fazer tudo o que estão prometendo? Só se for ao FMI? Em tempos de crise e dificuldades que alguns eleitores se encontram, são também tempos de expectativa, em que facilmente se pode cair nas ilusões. De um lado o povo que procura iludir-se, para suportar o sofrimento, e do outro lado à multiplicação de aproveitadores e vendedores de ilusões. Cabe aos eleitores à responsabilidade de no mínimo conhecer a história de cada candidato – saber como, porque, de onde veio, para onde vão e quais são realmente as suas reais intenções, mas se na correria do dia-a-dia essa camada da sociedade não tiver tempo suficiente para conhecer os seus futuros representantes, cabe aos esclarecidos e formadores de opinião tomar posicionamento e desmascarar os demagogos e levar o povo a uma visão crítica e realista mostrando que as coisas mudarão, mas só no momento oportuno. Essas doenças malignas estão crescendo com fermento alheio, crescendo e se espalhando pela região Central do Estado de São Paulo contaminando os grandes, médios e pequenos orçamentos anuais das prefeituras. Vamos caminhar na floresta enquanto seu lobo não vem, mas de olhos bem abertos, pois alguns que eu conheço acostumam comer criancinhas e também a merenda que são servidas nas escolinhas. “Cada povo tem o governo que merece? Ou cada povo tem os ladrões a que enriquece? Cada povo tem os ricos que o enobrecem? Ou cada povo tem os pulhas que o empobrecem? O fato é que cada vez mais, mais se entristece esse povo num rosário de contas e promessas, num sobe e desce de prantos e preces.” (Affonso Romano de Sant'Anna).

Por: José Renato Bueno