Eleitor ficha limpa...

Caros leitores, basta conversarmos alguns minutos com qualquer candidato, esteja ele concorrendo à uma vaga na câmara de vereadores ou à prefeitura municipal, para percebermos o quanto a corrupção e a política se misturam na cabeça das pessoas.

Outro dia um amigo candidato me confidenciou alguns pedidos feitos pelos eleitores na atual campanha e devo lhes assegurar, é assustador vermos que nos dias atuais, depois de tantos escândalos já presenciados e de elevado numero de condenações da justiça brasileira, essas práticas repugnantes ainda sejam comuns em nosso meio.

Os pedidos vão, de favores a presentes, de necessidades a futilidades, de passagens a empregos e aí eu lhes pergunto, não está na hora de criarmos também a lei do eleitor ficha limpa? Enaltecemos tanto o fato de termos conseguido aprovar a tal lei da ficha limpa para a classe política mas esquecemos que também somos responsáveis pela corrupção latente. Aliás precisamos repensar nossos atos domésticos, os exemplos que passamos aos nossos filhos, para depois ampliarmos essa discussão.

Sim porque quando trocamos boas notas e bom comportamento por presentes, estamos ensinando a eles a lei da compensação, do fazer para ganhar, do ato pensando na recompensa e isso meus amigos também é uma forma de corrupção. Nossos filhos devem entender que estudar é correto, para adquirir conhecimento, para a sua formação, para enfrentar a vida com sabedoria e discernimento e não para ganhar algo em troca.

Falamos uma coisa e fazemos outra, queremos honestidade e corrompemos o garçom por um melhor atendimento, o guarda de transito para escapar daquela multa ou o policial para nos livrar do flagrante, mas que tipo de falso moralista nós somos afinal? Em países em que o voto sequer é obrigatório vemos o verdadeiro envolvimento dos eleitores, votam por ideais, votam por afinidade, votam por acreditar em mudanças e nós, votamos porque?

Vendemos o nosso voto e queremos políticos honestos, um candidato gasta mais na sua campanha do que ganhará ao longo dos quatro anos de mandato e aí vocês vão querer me dizer que ele não vai reaver o dinheiro gasto? Pensar nisso seria muita inocência de nossa parte, ninguém em sã consciência vai algum dia fazer isso.

Portanto vamos tentar mudar nossa forma de ver e de participar da política, procurar políticos com propostas e não com dinheiro no bolso, votar por uma cidade melhor, em quem tem passado limpo e futuro promissor e não em quem quer nos comprar, quem vende o voto elege um corruptor, fomenta a corrupção e perde a oportunidade de exercer o seu direito de cidadão em benefício do bem comum.

O seu voto deve ser instrumento de mudança, deve ser o passaporte para um futuro melhor para você e para seus filhos e não moeda de troca por favores ou presentes. Só assim, com essa mudança de comportamento poderemos pensar em dias melhores em políticos melhores em campanhas realmente limpas, em mudanças significativas. Seja você um eleitor ficha limpa, comece hoje, comece agora, faça a diferença...

Adilson R. Peppes.