2014 - talvez nossa ultima esperança.

2014 – talvez nossa última esperança.

Publicado no Correio Leopoldinense – MG.

Com a realização de eleições gerais em 2014, o Brasil está diante da ultima esperança de uma radical e pacífica guinada da sua triste história política atual. Uma mudança de rumo em direção da decência, da responsabilidade, da competência e do patriotismo.

A situação se torna a cada dia mais grave, ultrajante e ofensiva da cidadania, danosa para o futuro da nação brasileira: – são corruptos que ascendem a postos de poder, são bandidos que não são punidos e continuam a transitar pelos corredores do governo, são incompetentes que decidem sobre assuntos que determinam as vidas de milhões de cidadãs e cidadãos. E toda esta triste situação, que envergonha a população em sua maioria decente e trabalhadora, criou como que um escudo autoprotetor que garante impunidade e continuidade para o grupo que se organizou e que tomou conta de expressiva parcela do Estado brasileiro.

Resta-nos a imprensa livre que denuncia e provoca algumas reações para corrigir ou punir os fatos mais evidentes e constrangedores pela sua evidência. Esta mesma imprensa se acha exposta a sucessivas tentativas de cerceamento da sua liberdade que deve ser plena, sem nenhuma censura.

Resta-nos um sistema econômico que, depois de décadas de ajustes, segue em frente de forma instável por conta do ambiente político em que tem de trabalhar, mas, mesmo assim, progride gerando empregos, se modernizando e sendo um farol ainda a iluminar a trilha do necessário desenvolvimento.

Parece que a democracia se fortaleceu – ainda temos espaço para protestar e denunciar a corrupção e a incompetência. Temos uma Presidência honrada e competente que tenta manobrar a nave do Estado neste mar de escolhos e de sujeira moral.

O mal parece que se encontra no Poder Legislativo, o “supremo poder”, da Republica, (postulado assimilado pelas democracias emergentes, desde o sec. XVIII), onde alguns poucos deputados e senadores tentam, desesperadamente, salvar a honra e o lugar primeiro que o parlamento deve ocupar, entre os formuladores das decisões que interessam à coletividade.

Ou o povo brasileiro sai desta letargia paralisante e renova pacificamente, em 2014, o Congresso Nacional e as Câmaras Estaduais, ou o futuro poderá ser trágico para o nosso país: - descrença e deboche generalizados para com as manifestações do Estado, raiva incontida contra os bens públicos como forma de expressar o descontentamento que impera, até uma possível guerra civil declarada em favor de nova forma de governo – perigosa alternativa que, atrás de lideranças demagogas, nos conduziria ao fim da democracia. Praticamente já estamos a viver uma verdadeira guerra civil contra o crime organizado e os traficantes de drogas, que parecem estar vencendo, face ao amedrontamento da população e a incompetência dos governos em reprimir esses crimes.

Dos senadores, dos deputados federais e estaduais, se espera testemunho de dignidade e patriotismo, materializados em ações inteligentes, urgentes e democráticas que devem surgir dos legítimos representantes das unidades federativas e do povo ainda silencioso, vivendo, no entanto, a agonia da esperança por uma efetiva presença e atuação do estado democrático de direito, que todos queremos e com o qual todos nós estamos comprometidos.

Vamos nos organizar – como nos organizamos nas importantes proposições da campanha das “diretas já” e da “ficha limpa”. Vamos, trocando informações responsáveis e honestas, selecionar e apontar para o eleitorado os nomes dignos de candidatos para o senado e câmaras de deputados. Os partidos não mais existem – são balcões de negócios e de realização de acordos de grupos que só se interessam pelo poder e pelos seus ganhos pessoais. Os partidos políticos brasileiros não têm ideais nem propostas concretas. Está aí a Internet, as redes sociais, as Igrejas históricas, as ONGs, a imprensa, os militares e a dedicação de milhões de anônimos brasileiros que podem, devem e querem participar de um amplo movimento popular de restauração da dignidade e legitimidade da representação popular. Dos parlamentos surgirão as leis e motivações para a recuperação do Brasil.

Povo brasileiro: – não faltemos a este possível exemplo histórico de salvação nacional. Devemos este esforço para com o que o passado nos legou como exemplos de dignidade e patriotismo. Devemos esta cruzada às gerações que nos sucederem: – um Brasil decente, orgulhoso da sua história, confiante no futuro democrático, livre, justo, pacífico e solidário que nos aguarda. Mãos à obra.

Eurico de Andrade Neves Borba, 73, Ana Rech - RS, um cidadão preocupado e indignado.

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Eurico de Andrade Neves Borba
Enviado por Eurico de Andrade Neves Borba em 12/03/2013
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