Sobre as manifestações

Sobre as manifestações

Por Thaís Falleiros

Impossível escrever sobre outra coisa nessa semana, que não sobre as manifestações. Um assunto quase que unânime nas redes sociais e no jornalismo de todo o país. Impossível não se ver tomado por uma ansiedade, por uma vontade de agora unido, o Brasil poder fazer pressão para que acabe (ou diminua!) a corrupção em várias áreas, em vários cantos, das tantas e tantas maneiras que o povo vê e não sabia até então como se manifestar.

Poderia aqui dar ênfase ao vandalismo de uns poucos, à repressão de alguns policiais mal treinados, ao principal motivo que foi a gota d´agua para que as manifestações começassem (o aumento das tarifas de ônibus e metrôs), ou ainda discorrer sobre as cenas de vídeos que rondaram pela internet, e que arrepiaram. Vídeos de muitas pessoas cantando o hino nacional, de pessoas gritando vivamente por direitos. Cenas extremamente emocionantes.

Mas todos esses vieses do assunto já foram muito comentados.

Quero aqui, falar sobre o poder da internet, mais precisamente das redes sociais, em unir pessoas, em difundir ideias, em criar movimentos tão grandes quanto esse que estamos vendo.

Antigamente, antes das redes sociais existirem, as pessoas num geral tinham medo de mostrar suas opiniões, e as que não tinham medo, não viam maneira, muitas vezes, para falar, para desabafar. E muitas vezes também nem ficavam sabendo de assuntos políticos que eram ocultados pela mídia televisiva, tendenciosa e manipuladora.

Ainda é difícil entender alguns termos políticos, como a PEC37 e tantos outros. Mas há cada vez mais a popularidade da política, há cada vez mais a liberdade de expor pensamentos, graças ao ‘facebook’ (maior rede social existente) e à outras tantas redes, a tantos outros sites, blogs, etc.

E fico pensando, onde isso vai parar? Cada vez mais as corrupções são mostradas, escancaradas na internet. E quando os políticos mal intencionados perceberão que “o crime não compensa”? Até quando alguns insistirão em roubar? Em criar leis que favoreçam a si mesmos? Até quando uns poucos andarão de carro importado enquanto muitos não têm o que comer em casa (isso quando não tem uma casa)?

O povo parece que já acordou, e não há como adormecer novamente, pois a tendência é da informação chegar cada vez mais rápido e de maneira não distorcida, cada vez melhor, graças à internet. Agora falta acordar alguns políticos. O povo parece que se uniu. Falta agora alguns políticos se unirem ao povo. Falta alguns políticos e alguns partidos se esquecerem de olhar para os próprios umbigos e sair de suas mansões e ver de perto o que acontece com o povo. Falta acabar com “birras” entre partidos. Falta a transparência da maioria dos políticos para com o povo. Falta alguns entenderem de uma vez por todas que eles são servidores públicos e não “autoridades”. Falta visar o povo como principal motivo para estarem ali, fazendo política.

Enquanto isso não acontece, as manifestações pacíficas devem sim permanecer. Os assuntos que nos incomodam devem sim ser expostos na internet. Até que alguns políticos percam “a força”, e não nós.

Thaís Falleiros
Enviado por Thaís Falleiros em 21/06/2013
Código do texto: T4351879
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