O HERÓI DA VEZ...

Lembrando Caetano, eu diria - ainda não encontrei para isso tudo a sua completa tradução - mas desconfio de alguma coisa e aqui e acolá surge algum lampejo de luz.

Eis que vozes se levantam clamando por prudência, civilidade, cidadania e respeito à Soberania Nacional e pela Democracia.

Surgem sem pudores apelos ponderados e muito bem fundamentados de respeito às Instituições, à sociedade que com muito esforço e lutas conseguiu se organizar em seus vários segmentos, sejam estes partidos políticos, sindicatos, grêmios estudantis, associações, blocos (está valendo até os de carnaval). Indispensável a preservação e aperfeiçoamento de nossas casas representativas, a saber – o Congresso Nacional, a Câmara de Deputados, o Senado, a Presidência da República, as casas que abrigam as instituições judiciárias, administrativas, culturais, governamentais, etc.

Neste cenário, é de lamentar-se a depredação do Paço Imperial no Rio de Janeiro e do Itamarati em Brasília, assim como a Prefeitura da cidade de São Paulo e tantas outras atacadas pelo País afora. Vergonhoso, mas muito emblemático o ataque à Catedral de Brasília.

Está na hora do País mostrar que tem comando e não permitir que solapem o que tão custosamente foi construído.

Está na hora do País acordar para o que está realmente acontecendo. O bloqueio de estradas, rodovias, a paralisação sistemática da produção e escoação dos produtos da indústria, da agricultura, do comércio, levam à deterioração da Economia (já em crise – é mundial). Isso gera inflação, desemprego, medo dos investidores que fogem do País.

Tudo isso emoldurado pelo grito coletivo sem rosto, sem nome, sem representação, que clama com justiça pelo ainda está por fazer e melhorar para todos.

As vozes do vento. Mas vento muda de direção repentinamente...

É o povo? Diriam – sim. Mas o povo na hora crucial de uma revolução não toma o Poder.

Resta saber a quem interessa realmente o “quanto pior melhor”, uma crise que pode culminar no estrangulamento dos pilares da Nação – o Sistema Político, as Instituições, os Meios de Comunicação, a Religião, a Economia. E quando nada mais restar para crer, qualquer coisa ou qualquer um pode representar a tábua de salvação. E é aí que mora o perigo.

Para quem não sabe, abrimos mão de uma parte da nossa Liberdade delegando-a aos Poderes constituídos do País para que zelem por nós, por nossas famílias, nossas casas, nossos interesses, nossas vidas, nossa segurança. Esse é um princípio basilar do Direito. Por isso as regras judiciais são baseadas no fazer e não fazer.

Deixando bem claro: falo de Autoridade, não de autoritarismo. Não podemos ficar à mercê das vozes do vento.

Tampouco sou contra a voz do consciente coletivo. Mas conhecemos a História e devemos aprender com ela.

E então “quem poderá nos ajudar?”

Chapolin Colorado, Zorro, Batman, Super-Homem, heróis dos quadrinhos, jazem nos seus desenhos encantados.

Caetano está na Bahia, será que já conversou a respeito com Gil? Os Novos Baianos estão se reunindo outra vez, aqui e acolá a Presidente dá uma declaração que parece estar encontrando o rumo, afinal o País precisa de comando, seja Central, nos Estados ou Municipais. É para isso que votamos, escolhemos nossos representantes.

Mas heróis de última hora sempre estão a postos, a História é farta de exemplos, lembremos dos ditadores históricos até recentemente o Egito.

É preciso muita sabedoria nesta hora de expurgo do joio que infesta entranhadamente todas as áreas de funcionamento do organismo nacional. Não estou me referindo a pessoas, partidos. Não me posiciono maquiavelicamente – este lado é do bem, aquele é do mal. Refiro-me a uma mentalidade daninha que ao longo da história reina entre muitos de nós - humanos em postos de comando e de todos nós - no dia a dia.

É urgente uma mudança e renovação dos seres em suas mentes e consciências.

Isto transcende a pertença ou simpatia a partidos políticos, religiões, ideologias, seja o lado onde cada um estiver.

“Narciso acha feio o que ainda é estranho” ... Ainda existem gritos parados na garganta...

É prudente, inteligente e necessário que após dar o banho na criança, não se jogue fora a água do banho junto com a criança.

DIRCE CARNEIRO

13/07/2013